Injúria renal aguda e COVID-19: uma revisão abrangente sobre a epidemiologia, fisiopatologia, fatores de risco, características clínicas, diagnóstico, semelhanças com a IRA não COVID-19, manejo clínico, prognóstico e perspectivas futuras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Anatólio, Fernanda Bondezan
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Anatólio, Adriano Bondezan, Chaves, Ana Amélia Macedo, Reis, Ana Clara Rodrigues, Paulinelli, Ana Júlia Carvalho, Baccega, Arthur Terra, de Andrade, Eduardo Pereira, de Medeiros, Marina Saconato, Silva, Marina Santana, Antunes, Hyago Lazarini
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/62844
Resumo: A injúria renal aguda (IRA) é definida como a súbita deterioração da função renal, resultando em acúmulo de resíduos e eletrólitos no sangue. A pandemia de COVID-19 trouxe à tona a associação entre a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 e a incidência aumentada da IRA, que em pacientes com COVID-19 pode ser mais grave e ocorrer em uma proporção significativa de casos. A fisiopatologia da IRA na COVID-19 é complexa e multifatorial. Ela envolve uma combinação de lesão direta por invasão viral, resposta inflamatória exacerbada, disfunção endotelial, desregulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e coagulopatia. Quanto aos fatores de risco, idade avançada, comorbidades pré-existentes como hipertensão, diabetes e doença cardiovascular, além da gravidade da infecção respiratória, são os principais para o desenvolvimento de IRA em pacientes com COVID-19. As características clínicas podem se manifestar como diminuição da produção de urina, aumento dos níveis séricos de creatinina e ureia, distúrbios eletrolíticos e sintomas respiratórios. O diagnóstico baseia-se na combinação da avaliação clínica, testes laboratoriais e exames de imagem. Além disso, embora haja sobreposição nas características clínicas e diagnóstico, a IRA na COVID-19 apresenta algumas peculiaridades, como maior propensão a distúrbios de coagulação e maior risco de trombose renal. Quanto ao manejo clínico, envolve abordagens similares ao tratamento da IRA de outras etiologias, como otimização hemodinâmica, manejo de fluidos, suporte ventilatório, controle de comorbidades e medidas para evitar nefrotoxicidade. A presença de IRA em pacientes com COVID-19 está associada a um prognóstico desfavorável, aumentando a morbimortalidade. Por fim, é necessário pesquisas adicionais para compreender completamente os mecanismos subjacentes da IRA na COVID-19, bem como o desenvolvimento de estratégias terapêuticas direcionadas.
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