O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, Carolina Alves
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: da Silva Júnior, Paulo César, Cardoso, Daniel de Oliveira, Freitas, Bruno Lourençoni, Santana, Danielle Carvalho
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63415
Resumo: Introdução: A prevenção quaternária pode ser definida como o conjunto de ações tomadas para identificar o paciente em risco de sobremedicalização, evitar intervenções médicas potencialmente danosas e sugerir alternativas de cuidado eticamente aceitáveis. O risco pode superar o benefício em condutas como automedicação, sobrediagnóstico, exames desnecessários e até mesmo cuidados não desejados. Com a pandemia da COVID-19, surgiu uma tentativa desesperada de encontrar uma cura para essa patologia. Assim, muitos fármacos e intervenções foram utilizados sem certificação científica, tornando necessário o fortalecimento da prevenção quaternária, principalmente na Atenção Primária à Saúde, por ser porta de entrada do paciente do Sistema Único de Saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada entre os meses de outubro de 2022 e março de 2023. Resultados: Os fármacos mais utilizados na tentativa de combate ao COVID-19 foram Cloroquina, Hidroxicloroquina, Ivermectina, Dexametasona, Azitromicina e Remdesivir, muitos por embasamento em estudos in vitro. Entretanto, os estudos clínicos não demonstraram efetividade da Cloroquina, Hidroxicloroquina ou Ivermectina no tratamento de COVID-19, ao passo que evidenciaram possíveis danos. A Dexametasona não deve ser utilizada em casos leves e moderados da doença. Já a Azitromicina, não deve ser recomendada de forma rotineira. O Remdesivir, por sua vez, carece de maiores comprovações científicas. Discussão: A prevenção quaternária no contexto da pandemia enfrenta o desafio de desprescrever fármacos ineficazes, cabendo à classe médica otimizar a relação médico-paciente e promover um cuidado menos invasivo. Conclusão: Os resultados deixam claro que não existem recomendações para uso, em casos leves de COVID-19, dos fármacos que receberam destaque durante a pandemia. O papel dos profissionais de saúde é alinhar a prática clínica aos conceitos da Prevenção Quaternária, para que seja possível reduzir os danos que o excesso de intervenções médicas e a automedicação exercem sobre os pacientes.
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