O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63415 |
Resumo: | Introdução: A prevenção quaternária pode ser definida como o conjunto de ações tomadas para identificar o paciente em risco de sobremedicalização, evitar intervenções médicas potencialmente danosas e sugerir alternativas de cuidado eticamente aceitáveis. O risco pode superar o benefício em condutas como automedicação, sobrediagnóstico, exames desnecessários e até mesmo cuidados não desejados. Com a pandemia da COVID-19, surgiu uma tentativa desesperada de encontrar uma cura para essa patologia. Assim, muitos fármacos e intervenções foram utilizados sem certificação científica, tornando necessário o fortalecimento da prevenção quaternária, principalmente na Atenção Primária à Saúde, por ser porta de entrada do paciente do Sistema Único de Saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada entre os meses de outubro de 2022 e março de 2023. Resultados: Os fármacos mais utilizados na tentativa de combate ao COVID-19 foram Cloroquina, Hidroxicloroquina, Ivermectina, Dexametasona, Azitromicina e Remdesivir, muitos por embasamento em estudos in vitro. Entretanto, os estudos clínicos não demonstraram efetividade da Cloroquina, Hidroxicloroquina ou Ivermectina no tratamento de COVID-19, ao passo que evidenciaram possíveis danos. A Dexametasona não deve ser utilizada em casos leves e moderados da doença. Já a Azitromicina, não deve ser recomendada de forma rotineira. O Remdesivir, por sua vez, carece de maiores comprovações científicas. Discussão: A prevenção quaternária no contexto da pandemia enfrenta o desafio de desprescrever fármacos ineficazes, cabendo à classe médica otimizar a relação médico-paciente e promover um cuidado menos invasivo. Conclusão: Os resultados deixam claro que não existem recomendações para uso, em casos leves de COVID-19, dos fármacos que receberam destaque durante a pandemia. O papel dos profissionais de saúde é alinhar a prática clínica aos conceitos da Prevenção Quaternária, para que seja possível reduzir os danos que o excesso de intervenções médicas e a automedicação exercem sobre os pacientes. |
id |
BJRH-0_a6ac296e02ad6a5e0b0ee8920c24e83f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/63415 |
network_acronym_str |
BJRH-0 |
network_name_str |
Brazilian Journal of Health Review |
repository_id_str |
|
spelling |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias?Covid-19prevenção quaternáriaatenção primária à saúdeIntrodução: A prevenção quaternária pode ser definida como o conjunto de ações tomadas para identificar o paciente em risco de sobremedicalização, evitar intervenções médicas potencialmente danosas e sugerir alternativas de cuidado eticamente aceitáveis. O risco pode superar o benefício em condutas como automedicação, sobrediagnóstico, exames desnecessários e até mesmo cuidados não desejados. Com a pandemia da COVID-19, surgiu uma tentativa desesperada de encontrar uma cura para essa patologia. Assim, muitos fármacos e intervenções foram utilizados sem certificação científica, tornando necessário o fortalecimento da prevenção quaternária, principalmente na Atenção Primária à Saúde, por ser porta de entrada do paciente do Sistema Único de Saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada entre os meses de outubro de 2022 e março de 2023. Resultados: Os fármacos mais utilizados na tentativa de combate ao COVID-19 foram Cloroquina, Hidroxicloroquina, Ivermectina, Dexametasona, Azitromicina e Remdesivir, muitos por embasamento em estudos in vitro. Entretanto, os estudos clínicos não demonstraram efetividade da Cloroquina, Hidroxicloroquina ou Ivermectina no tratamento de COVID-19, ao passo que evidenciaram possíveis danos. A Dexametasona não deve ser utilizada em casos leves e moderados da doença. Já a Azitromicina, não deve ser recomendada de forma rotineira. O Remdesivir, por sua vez, carece de maiores comprovações científicas. Discussão: A prevenção quaternária no contexto da pandemia enfrenta o desafio de desprescrever fármacos ineficazes, cabendo à classe médica otimizar a relação médico-paciente e promover um cuidado menos invasivo. Conclusão: Os resultados deixam claro que não existem recomendações para uso, em casos leves de COVID-19, dos fármacos que receberam destaque durante a pandemia. O papel dos profissionais de saúde é alinhar a prática clínica aos conceitos da Prevenção Quaternária, para que seja possível reduzir os danos que o excesso de intervenções médicas e a automedicação exercem sobre os pacientes.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2023-09-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/6341510.34119/bjhrv6n5-315Brazilian Journal of Health Review; Vol. 6 No. 5 (2023); 22923-22940Brazilian Journal of Health Review; Vol. 6 Núm. 5 (2023); 22923-22940Brazilian Journal of Health Review; v. 6 n. 5 (2023); 22923-229402595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63415/45627Melo, Carolina Alvesda Silva Júnior, Paulo CésarCardoso, Daniel de OliveiraFreitas, Bruno LourençoniSantana, Danielle Carvalhoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-09-25T17:28:56Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/63415Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2023-09-25T17:28:56Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias? |
title |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias? |
spellingShingle |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias? Melo, Carolina Alves Covid-19 prevenção quaternária atenção primária à saúde |
title_short |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias? |
title_full |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias? |
title_fullStr |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias? |
title_full_unstemmed |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias? |
title_sort |
O que a pandemia da Covid-19 nos ensinou sobre a prevenção de iatrogenias? |
author |
Melo, Carolina Alves |
author_facet |
Melo, Carolina Alves da Silva Júnior, Paulo César Cardoso, Daniel de Oliveira Freitas, Bruno Lourençoni Santana, Danielle Carvalho |
author_role |
author |
author2 |
da Silva Júnior, Paulo César Cardoso, Daniel de Oliveira Freitas, Bruno Lourençoni Santana, Danielle Carvalho |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Melo, Carolina Alves da Silva Júnior, Paulo César Cardoso, Daniel de Oliveira Freitas, Bruno Lourençoni Santana, Danielle Carvalho |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Covid-19 prevenção quaternária atenção primária à saúde |
topic |
Covid-19 prevenção quaternária atenção primária à saúde |
description |
Introdução: A prevenção quaternária pode ser definida como o conjunto de ações tomadas para identificar o paciente em risco de sobremedicalização, evitar intervenções médicas potencialmente danosas e sugerir alternativas de cuidado eticamente aceitáveis. O risco pode superar o benefício em condutas como automedicação, sobrediagnóstico, exames desnecessários e até mesmo cuidados não desejados. Com a pandemia da COVID-19, surgiu uma tentativa desesperada de encontrar uma cura para essa patologia. Assim, muitos fármacos e intervenções foram utilizados sem certificação científica, tornando necessário o fortalecimento da prevenção quaternária, principalmente na Atenção Primária à Saúde, por ser porta de entrada do paciente do Sistema Único de Saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada entre os meses de outubro de 2022 e março de 2023. Resultados: Os fármacos mais utilizados na tentativa de combate ao COVID-19 foram Cloroquina, Hidroxicloroquina, Ivermectina, Dexametasona, Azitromicina e Remdesivir, muitos por embasamento em estudos in vitro. Entretanto, os estudos clínicos não demonstraram efetividade da Cloroquina, Hidroxicloroquina ou Ivermectina no tratamento de COVID-19, ao passo que evidenciaram possíveis danos. A Dexametasona não deve ser utilizada em casos leves e moderados da doença. Já a Azitromicina, não deve ser recomendada de forma rotineira. O Remdesivir, por sua vez, carece de maiores comprovações científicas. Discussão: A prevenção quaternária no contexto da pandemia enfrenta o desafio de desprescrever fármacos ineficazes, cabendo à classe médica otimizar a relação médico-paciente e promover um cuidado menos invasivo. Conclusão: Os resultados deixam claro que não existem recomendações para uso, em casos leves de COVID-19, dos fármacos que receberam destaque durante a pandemia. O papel dos profissionais de saúde é alinhar a prática clínica aos conceitos da Prevenção Quaternária, para que seja possível reduzir os danos que o excesso de intervenções médicas e a automedicação exercem sobre os pacientes. |
publishDate |
2023 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2023-09-25 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63415 10.34119/bjhrv6n5-315 |
url |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63415 |
identifier_str_mv |
10.34119/bjhrv6n5-315 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63415/45627 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda. |
publisher.none.fl_str_mv |
Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda. |
dc.source.none.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Health Review; Vol. 6 No. 5 (2023); 22923-22940 Brazilian Journal of Health Review; Vol. 6 Núm. 5 (2023); 22923-22940 Brazilian Journal of Health Review; v. 6 n. 5 (2023); 22923-22940 2595-6825 reponame:Brazilian Journal of Health Review instname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) instacron:BJRH |
instname_str |
Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) |
instacron_str |
BJRH |
institution |
BJRH |
reponame_str |
Brazilian Journal of Health Review |
collection |
Brazilian Journal of Health Review |
repository.name.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) |
repository.mail.fl_str_mv |
|| brazilianjhr@gmail.com |
_version_ |
1797240035605479424 |