Esquistossomose mansoni em Belém, estado do Pará, Brasil: a ocorrência da doença na capital da Amazônia na última década

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Prestes, Sheila Paula da Costa
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: de Araújo, Arícia Lobato, Teixeira, Ana Carolina Valino, Ferreira, Núria Safira Leal
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63417
Resumo: Introdução: A esquistossomose mansoni é classificada como uma Doença Tropical Negligenciada (DTN). No Brasil a doença representa um grande problema de saúde pública nas áreas rurais e nas cidades periféricas. A esquistossomose tem uma vasta ocorrência no litoral brasileiro que se estende do sul da Bahia até o norte de Minas Gerais. Na região Norte do Brasil, em especial na capital do estado do Pará, Belém, a doença está intimamente ligada com os precários indicadores dos serviços de saneamento básico em localidades que sofrem influência das marés seja por inundações e alagamentos. Este estudo tem por objetivo descrever a ocorrência da doença em Belém durante a última década e identificar os grupos populacionais mais afetados pela infecção. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico série temporal, onde utilizou-se dados secundários do Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (SISPCE) da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (SESMA) no período de 2012 a 2022. Os dados foram processados utilizando o software Epi-Info, versão 2007. Com o objetivo de analisar as variáveis sexo e idade em relação a infecção do parasita, foi utilizado o teste de qui-quadrado Person com nível de confiança de 95%, onde foi calculado também o risco relativo. A SESMA autorizou a liberação dos dados para esta pesquisa através de documento oficial 161/2017. Resultados: No período de 10 anos, um total de 56.869 exames foram realizados utilizando a técnica de Kato Katz, destes, 1.087 (1,91%) foram positivos para infecção de S. mansoni. Exames, destes 823 (3,29%) destes eram dos indivíduos do sexo masculino e 264 (0,82%). Para a análise da associação entre sexo e infecção revelou que os indivíduos do sexo masculino apresentaram um risco relativo 3,99 vezes maior que os do sexo feminino em contrair a doença, já para a faixa etária de 15 a 46 anos o risco é de 1,53 quando comparados a faixa etária de 2 a 14 anos. Conclusões: Através dos dados obtidos neste estudo podemos inferir que a Esquistossomose Mansoni em Belém é uma doença que atinge os moradores das áreas periféricas da cidade, onde os moradores ainda sofrem vários problemas decorrentes da falta ou do irregular serviço de saneamento básico. Toda atenção com a covid-19 nos últimos dois anos deixou populações que vivem em situações de vulnerabilidade ainda mais expostas a outras doenças, neste estudo em particular, a esquistossomose mansoni.
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