Izipi mehe : cibercaminhos linguísticos e literários para a preservação da cultura Tenetehára
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/15819 |
Resumo: | Resumo: Neste artigo, apresentamos um breve panorama acerca da literatura indígena durante o Romantismo no Brasil. Defendemos a tese de que as contradições desse período foram inevitáveis, constituindo-se apenas em idiossincrasias daquele momento literário. Mais especificamente, sustentamos que, naquele contexto, a voz do indígena brasileiro não se expressaria de outra forma senão por meio da ilegitimidade de sua voz enviesada pela voz do colonizador europeu que atribuía ao indígena sua visão de mundo preconcebida. Outro objetivo deste texto é o de evidenciar um paradoxo hodierno inevitável a respeito da relação que se estabelece entre língua, sistemas linguísticos acadêmicos, literatura e internet. Nessa linha de investigação, apesar de os espaços digitais e os sistemas metalinguísticos acadêmicos de documentação e divulgação das histórias originárias serem alheios à cultura indígena, a coleta e a disponibilização digital de narrativas nos cibercaminhos podem ter como corolário a contribuição com a preservação, documentação e revitalização linguística e literária das culturas indígenas. Diante disso, reproduzimos e apresentamos a análise morfológica da história Tenetehára Izipy mehe Tentehar wazegar haw herur awer (No início, quando os Teneteháras trouxeram a cantoria). Esta história descreve como foram criadas as festas tradicionais do povo Tenetehára. A festa da menina moça, a festa dos rapazes, a festa da colheita, a festa das criancinhas, a festa dos separados, a festa dos pajés e as orações Tenetehára. Segundo esta história originária, essas festas foram trazidas por um antigo Tenetehára que fora levado a outro mundo por seres do céu. Assim, ao voltar para sua própria casa, ele transmite aos seus parentes os rituais aprendidos e apreendidos no outro mundo |
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Izipi mehe : cibercaminhos linguísticos e literários para a preservação da cultura TeneteháraIzipi mehe : linguistic and literary cyberpaths for thepreservation of the tenetehára cultureLiteratura brasileiraLíngua tupi-guaraniCibercaminhosTeneteháraPovos TupiArtigo originalResumo: Neste artigo, apresentamos um breve panorama acerca da literatura indígena durante o Romantismo no Brasil. Defendemos a tese de que as contradições desse período foram inevitáveis, constituindo-se apenas em idiossincrasias daquele momento literário. Mais especificamente, sustentamos que, naquele contexto, a voz do indígena brasileiro não se expressaria de outra forma senão por meio da ilegitimidade de sua voz enviesada pela voz do colonizador europeu que atribuía ao indígena sua visão de mundo preconcebida. Outro objetivo deste texto é o de evidenciar um paradoxo hodierno inevitável a respeito da relação que se estabelece entre língua, sistemas linguísticos acadêmicos, literatura e internet. Nessa linha de investigação, apesar de os espaços digitais e os sistemas metalinguísticos acadêmicos de documentação e divulgação das histórias originárias serem alheios à cultura indígena, a coleta e a disponibilização digital de narrativas nos cibercaminhos podem ter como corolário a contribuição com a preservação, documentação e revitalização linguística e literária das culturas indígenas. Diante disso, reproduzimos e apresentamos a análise morfológica da história Tenetehára Izipy mehe Tentehar wazegar haw herur awer (No início, quando os Teneteháras trouxeram a cantoria). Esta história descreve como foram criadas as festas tradicionais do povo Tenetehára. A festa da menina moça, a festa dos rapazes, a festa da colheita, a festa das criancinhas, a festa dos separados, a festa dos pajés e as orações Tenetehára. Segundo esta história originária, essas festas foram trazidas por um antigo Tenetehára que fora levado a outro mundo por seres do céu. Assim, ao voltar para sua própria casa, ele transmite aos seus parentes os rituais aprendidos e apreendidos no outro mundoAbstract: In this article, we present a brief overview of indigenous literature during Romanticism in Brazil. We defend the thesis that the contradictions of this period were inevitable, constituting only idiosyncrasies of that literary moment. More specifically, we maintain that, in that context, the voice of the Brazilian indigenous would not be expressed in any other way than through the illegitimacy of his biased voice by the voice of the European colonizer who attributed the preconceived worldview to the indigenous. Another objective of this text is to highlight an inevitable modern paradox regarding the relationship established between language, academic linguistic systems, literature and the internet. In this line of investigation, despite the fact that digital spaces and academic metalinguistic systems of documentation and dissemination of original stories are alien to indigenous culture, the collection and digital availability of narratives in cyberpaths can be corollary to the contribution to preservation, documentation and linguistic and literary revitalization of indigenous cultures. Therefore, we reproduce and present the morphological analysis of the history Tenetehára Izipy mehe Tentehar wazegar haw herur awer (In the beginning, when the Teneteháras brought the singing). This story describes how the traditional festivals of the Tenetehára people were created. The girl's party, the boys party, the harvest party, the children's party, the separated party, the shamans' party and the Tenetehára prayers. According to this original history, these parties were brought by an ancient Tenetehára who was taken to another world by beings from heaven. Thus, upon returning to his own home, he transmits to his relatives the rituals learned in the other worldFUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO - FAPESPAbertoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASCastro, Ricardo Campos deGuajajara, Pedro Carvalho2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/20.500.12733/15819CASTRO, Ricardo Campos de; GUAJAJARA, Pedro Carvalho. Izipi mehe: cibercaminhos linguísticos e literários para a preservação da cultura Tenetehára. Revista brasileira de linguística antropológica. Brasília, DF. v. 12, p. 251-282, 2020. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/15819. Acesso em: 7 mai. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1375844porreponame:Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicampinstname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-03-06T15:39:09Zoai:https://www.repositorio.unicamp.br/:1375844Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/requestreposip@unicamp.bropendoar:2024-03-06T15:39:09Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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