Telenovelas e interpretações do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Lua nova (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452011000100004 |
Resumo: | Ao longo dos últimos quarenta anos, as telenovelas - seriados comerciais exibidos seis vezes por semana em horário nobre, feitos para um público imaginado como feminino, mas assistidos por um público composto, em sua fase mais popular, em 40% por homens - se tornaram espaço privilegiado de interpretação do Brasil. Uma complexa rede de relações envolve a agenda militar autoritária nacionalista e desenvolvimentista; a agenda de anunciantes, homens da indústria e do comércio; e o talento de escritores, atores e diretores de esquerda (também nacional e desenvolvimentista) com repertório e conhecimento de cinema e teatro. Feita ao mesmo tempo em que vai ao ar, a novela captou e expressou ao menos três interpretações de um país que se transformou rápida e estruturalmente. As principais convenções estéticas do gênero alimentaram emissoras rivais a propor três interpretações do país. Em sintonia com o Brasil que se quer do futuro, as novelas da Rede Globo, a partir de 1969, registraram os dramas da urbanização, das diferenças sociais, da fragmentação da família, da liberalização das relações conjugais e dos padrões de consumo. Atingem seu ápice quando abordam as consequências não planejadas da modernização. Em 1990, a Manchete propôs a reinterpretação do país centrada na paisagem exótica do Pantanal, no "coração do Brasil". Em 2006, a Record apresenta o cenário da favela e a ameaça do tráfico. |
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