Reflexões entre psicanálise e transexualidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do UniCEUB |
Texto Completo: | https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/16999 |
Resumo: | Considerando que as experiências subjetivas na transexualidade são forjadas na cultura, no âmbito das estruturas de poder, este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral discutir a transexualidade na atualidade, buscando compreender os processos de subjetivação na transexualidade. A hipótese é a de que a psicanálise oferece aproximações teóricas para a análise da formação das subjetividades na transexualidade. Três objetivos específicos são delineados para discutir as possíveis conexões entre a transexualidade e a psicanálise: analisar os processos de formação da subjetividade de pessoas trans desde a teoria da sexualidade freudiana; analisar as relações entre o patriarcado e suas relações de poder; e investigar sobre as articulações entre a psicanálise e os estudos de gênero. A pesquisa adotou metodologias psicanalíticas conforme Pinheiro (2019) e Lameira et al. (2017). Pinheiro descreve a pesquisa em psicanálise e destacam a interação entre clínica e teoria como base do método. Ao utilizar essa metodologia, o pesquisador internaliza uma base teórica que guia sua prática clínica, identifica lacunas conceituais que se transformam em questões a serem pesquisadas. Lameira et al. (2017) complementam ao ressaltar que o trabalho teórico aprimora a experiência clínica, sendo essencial para a psicanálise. Ambas as perspectivas convergem ao enfatizar a interação dinâmica entre prática clínica e teoria na pesquisa psicanalítica. Nesse sentido, este trabalho discute a transexualidade considerando as perspectivas dos estudos de gênero e da teoria psicanalítica ao longo de seus capítulos. Ao apresentar a teoria da sexualidade freudiana, o trabalho aproxima a noção de sexualidade, em Freud, e transexualidade, a partir da produção científica contemporânea, e observa que ainda se faz presente a noção patológica sobre sexualidades desviantes à diferença sexual. Contudo, trabalhos recentes discutem as aproximações entre a psicanálise e o discurso do Outro, esse enquanto um discurso normativo estruturado na ordem patriarcal. Esses trabalhos apontam que há uma rachadura na estrutura do patriarcado que vulnerabiliza e isola esse discurso quando confrontado com outras produções de saber, como os estudos de gênero. Da aproximação entre psicanálise e patriarcado e da compreensão acerca da necessidade em repensar essas estruturas, o efeito adverso a essa demanda é a manutenção dos processos de violência e violação que conservam a hegemonia do patriarcado em sua lógica coercitiva e ocasiona o sofrimento psíquico em pessoas transexuais. Ao questionar alguns postulados da psicanálise, os estudos de gênero inauguram um percurso teórico que interroga a teoria psicanalítica sobre sua posição conservadora frente às mulheres, pessoas transexuais, gays e lésbicas. Em uma primeira cena, a psicanálise parece esquecer de seu argumento fundante, o de pensar o sujeito a partir de seu inconsciente ao dizer que o saber sobre o inconsciente do sujeito está posto e é de domínio dos psicanalistas. Mesmo que o sujeito desconheça sua própria casa, é nela que ele é forjado: onde não se pensa, é. Assim os sujeitos dão notícias sobre a casa que habitam e uma frente psicanalítica brasileira se esmera em pensar o sujeito a partir das manifestações do inconsciente, esse que desconhece a diferença, para descentralizar o sujeito a partir das questões singulares às transexualidades e às demais sexualidades dado que o saber sobre o sujeito é distinto e particular. Nessa perspectiva, psicanálise e estudos de gênero se aproximam na finalidade de desagregar, cada prática à sua maneira, os enlaces em que se forjam as categorizações de gênero para possibilitar o surgimento do sujeito em suas singularidades, transexuais ou não. |
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Três objetivos específicos são delineados para discutir as possíveis conexões entre a transexualidade e a psicanálise: analisar os processos de formação da subjetividade de pessoas trans desde a teoria da sexualidade freudiana; analisar as relações entre o patriarcado e suas relações de poder; e investigar sobre as articulações entre a psicanálise e os estudos de gênero. A pesquisa adotou metodologias psicanalíticas conforme Pinheiro (2019) e Lameira et al. (2017). Pinheiro descreve a pesquisa em psicanálise e destacam a interação entre clínica e teoria como base do método. Ao utilizar essa metodologia, o pesquisador internaliza uma base teórica que guia sua prática clínica, identifica lacunas conceituais que se transformam em questões a serem pesquisadas. Lameira et al. (2017) complementam ao ressaltar que o trabalho teórico aprimora a experiência clínica, sendo essencial para a psicanálise. Ambas as perspectivas convergem ao enfatizar a interação dinâmica entre prática clínica e teoria na pesquisa psicanalítica. Nesse sentido, este trabalho discute a transexualidade considerando as perspectivas dos estudos de gênero e da teoria psicanalítica ao longo de seus capítulos. Ao apresentar a teoria da sexualidade freudiana, o trabalho aproxima a noção de sexualidade, em Freud, e transexualidade, a partir da produção científica contemporânea, e observa que ainda se faz presente a noção patológica sobre sexualidades desviantes à diferença sexual. Contudo, trabalhos recentes discutem as aproximações entre a psicanálise e o discurso do Outro, esse enquanto um discurso normativo estruturado na ordem patriarcal. Esses trabalhos apontam que há uma rachadura na estrutura do patriarcado que vulnerabiliza e isola esse discurso quando confrontado com outras produções de saber, como os estudos de gênero. Da aproximação entre psicanálise e patriarcado e da compreensão acerca da necessidade em repensar essas estruturas, o efeito adverso a essa demanda é a manutenção dos processos de violência e violação que conservam a hegemonia do patriarcado em sua lógica coercitiva e ocasiona o sofrimento psíquico em pessoas transexuais. Ao questionar alguns postulados da psicanálise, os estudos de gênero inauguram um percurso teórico que interroga a teoria psicanalítica sobre sua posição conservadora frente às mulheres, pessoas transexuais, gays e lésbicas. Em uma primeira cena, a psicanálise parece esquecer de seu argumento fundante, o de pensar o sujeito a partir de seu inconsciente ao dizer que o saber sobre o inconsciente do sujeito está posto e é de domínio dos psicanalistas. Mesmo que o sujeito desconheça sua própria casa, é nela que ele é forjado: onde não se pensa, é. 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