A clínica psicossocial e a atenção de cuidados religiosos ao sofrimento psíquico no contexto da reforma psiquiátrica brasileira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932005000200006 |
Resumo: | O processo de desinstitucionalização prioriza a atenção em saúde mental nos serviços comunitários e o trabalho terapêutico em rede social. A partir da demanda do usuário e/ou família, é possível construir, nessa prática complexa, uma rede social de apoio articulada ao processo terapêutico, incluindo cuidados religiosos, e que funcione como sistema de amparo social em situação de sofrimento. O objetivo deste artigo é refletir sobre essa construção e suas implicações para a clínica da atenção psicossocial. Percursos terapêuticos em diferentes países demonstram que existem, em diversos contextos culturais, pacientes que circulam entre os serviços oficiais de saúde e os cuidados religiosos. Essa situação se repete em usuários de uma clínica-escola pública brasileira onde se observa que eles parecem orientar-se por um pensamento sincrético que seria capaz de dar uma certa coerência tanto a múltiplos aspectos do sofrimento quanto à busca de diversos cuidados à saúde mental. A OMS tem adotado, nestas últimas décadas, uma postura de tendência inclusiva relativa aos serviços culturais de saúde. Esse fato reforça que é fundamental a ampliação de pesquisas sobre sistemas terapêuticos (oficial e cultural), como propõe Tobie Nathan. Numa rede de apoio, esses dois sistemas não estão em concorrência, mas em cooperação, e com a intenção de auxiliar, proteger e socorrer o usuário e/ou família que sofre. Essas interações podem estar ligadas à psicoterapia (complexa e dialógica), exigindo, assim, tanto uma atenção preventiva quanto uma certa margem de risco interativo. |
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