Sobre o uso e os paradoxos das imagens no ensino de Geografia: obstáculos entre a fotografia e a realidade representada

• Autor(a) principal: Ulhôa, Leonardo Moreira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Revista Encontros
• Texto Completo: https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/GIRAMUNDO/article/view/3301
• topic: Imagem; Fotografia; Representação; Ensino; Geografia; Ensino de Geografia; Imagens

Este artigo procede de algumas reflexões que problematizam o uso das imagens como recurso didático-metodológico no ensino de Geografia, destacando, em particular, as dificuldades e os limites impostos pela fotografia ao funcionar como mediadora entre o mundo real e a possível leitura da mesma pelos alunos que a utilizam. Para tanto, apoiamo-nos, fundamentalmente, nas abordagens téoricas desenvolvidas por Regis Debray (2011), Jean-Jacques Wunenburger (2007) e Roland Barthes (2003), tendo em vista seus profícuos estudos acerca do status e dos equívocos imputados à imagem. Assim, considerando que as imagens fotográficas podem ser compreendidas, simultaneamente, como presença e sucedâneo de algo que se encontra distante do leitor, interrogamos se elas representam um reflexo fiel da realidade. A outra face da questão diz respeito aos códigos invisíveis que se encontram nas imagens, os quais, muitas vezes, impossibilitam ou dificultam sua decodificação e leitura. Propomo-nos, então, realizar uma discussão epistemológica sobre a noção de imagem, articulada a um referente externo, a realidade. Inadvertidamente, um observador ingênuo poderia pensar que as imagens são as janelas do mundo. Porém, cumpre-nos ressaltar que elas não são obtidas espontaneamente; por isso, devem ser entendidas como uma elaboração da realidade, e não a realidade em si mesma.