Doença de Chagas em naturais do estado do Rio de Janeiro: aspectos clínico-epidemiológicos, caracterização molecular parasitológica e estudo ecoepidemiológico dos casos autóctones

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sangenis, Luiz Henrique Conde
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13183
Resumo: O estado do Rio de Janeiro nunca foi considerado endêmico para doença de Chagas. Porém, 3,7% dos pacientes acompanhados no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz são naturais do estado do Rio de Janeiro. O objetivo deste trabalho é esclarecer as formas de exposição a Trypanosoma cruzi nos pacientes portadores de doença de Chagas naturais do estado do Rio de Janeiro, bem como identificar as formas de apresentação clínica e suas respectivas progressões. O estudo foi dividido em quatro etapas, sendo as duas primeiras caracterizadas como um delineamento série de casos e as duas últimas como estudos seccionais de campo. Foram estudados 69 pacientes com doença de Chagas naturais do Rio de janeiro no período de 1986 a 2011 (média de 12,5 anos de observação), sendo 67% oriundos de áreas urbanas do estado e 33% de áreas rurais. A transmissão congênita foi a mais frequente, 40% dos casos, seguida daqueles que adquiriram a infecção autóctone de forma natural (22%) e transfusional (15%). Houve predomínio do sexo masculino (67%) e de brancos (56,5%). A média de idade ao diagnóstico foi de 38 anos. A maior parte dos pacientes oriundos das áreas rurais residiu em casas de pau a pique, tinham o hábito de consumir animais silvestres e caldo de cana in natura. O conhecimento de barbeiros foi referido por 19% dos casos. A forma indeterminada foi a mais prevalente (56,5%), seguida da forma cardíaca (42%) e digestiva (10,5%). O bloqueio do ramo direito, o hemibloqueio anterior esquerdo e as extrassístoles ventriculares foram alterações eletrocardiográficas comuns A hipertensão arterial estava presente em 23,2% e a diabetes mellitus em 7,2%. O tratamento etiológico foi realizado por 35% dos pacientes, sendo que nenhum paciente apresentou negativação sorológica. A progressão para formas clínicas mais graves foi observada em 12% dos pacientes, sendo inferior a 1% ao ano entre os indeterminados. A insuficiência cardíaca congestiva foi a causa de óbito mais comum. Entre os 15 casos autóctones, a maior parte era oriunda de municípios do Norte Fluminense (87%). Além das sorologias positivas, 1 (8,3%) apresentou positividade ao xenodiagnóstico e 4 (36,3%) à PCR, sendo identificada infecção mista pelo genótipo (TcI/TcVI). A forma cardíaca estava presente em 54% dos casos. No estudo seccional de campo foram visitadas 245 propriedades rurais de São Sebastião do Alto e São Fidélis, sendo 84% de paredes de tijolos e 16% de pau a pique. O consumo de animais silvestres foi referido por 78% dos moradores e de caldo de cana por 88%. O conhecimento do barbeiro era comum a 34% dos habitantes, correspondendo a 31% das casas visitadas. Das 404 amostras de sangue coletadas, três revelaram positividade para a doença de Chagas (0,74% de prevalência). Foram capturados 49 triatomíneos da espécie Triatoma vitticeps no intradomicílio e 73% apresentaram positividade para T. cruzi do genótipo I pela PCR multiplex do gene do mini-exon. Trinta e quatro mamíferos silvestres foram capturados e a infecção pelo T. cruzi estava presente em 8,8%, sendo identificado o genótipo I em um roedor da espécie Akodon cursor. Constatou-se dois padrões epidemiológicos da doença de Chagas humana no Rio de Janeiro, um urbano com predomínio de infecções pela via congênita e outro rural com mecanismo de transmissão vetorial. A presença de reservatórios silvestres sinantrópicos, triatomíneos autóctones invadindo os domicílios e o hábito da caça são condições que propiciam o surgimento de casos humanos da doença no Rio de Janeiro.
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O objetivo deste trabalho é esclarecer as formas de exposição a Trypanosoma cruzi nos pacientes portadores de doença de Chagas naturais do estado do Rio de Janeiro, bem como identificar as formas de apresentação clínica e suas respectivas progressões. O estudo foi dividido em quatro etapas, sendo as duas primeiras caracterizadas como um delineamento série de casos e as duas últimas como estudos seccionais de campo. Foram estudados 69 pacientes com doença de Chagas naturais do Rio de janeiro no período de 1986 a 2011 (média de 12,5 anos de observação), sendo 67% oriundos de áreas urbanas do estado e 33% de áreas rurais. A transmissão congênita foi a mais frequente, 40% dos casos, seguida daqueles que adquiriram a infecção autóctone de forma natural (22%) e transfusional (15%). Houve predomínio do sexo masculino (67%) e de brancos (56,5%). A média de idade ao diagnóstico foi de 38 anos. A maior parte dos pacientes oriundos das áreas rurais residiu em casas de pau a pique, tinham o hábito de consumir animais silvestres e caldo de cana in natura. O conhecimento de barbeiros foi referido por 19% dos casos. A forma indeterminada foi a mais prevalente (56,5%), seguida da forma cardíaca (42%) e digestiva (10,5%). O bloqueio do ramo direito, o hemibloqueio anterior esquerdo e as extrassístoles ventriculares foram alterações eletrocardiográficas comuns A hipertensão arterial estava presente em 23,2% e a diabetes mellitus em 7,2%. O tratamento etiológico foi realizado por 35% dos pacientes, sendo que nenhum paciente apresentou negativação sorológica. A progressão para formas clínicas mais graves foi observada em 12% dos pacientes, sendo inferior a 1% ao ano entre os indeterminados. A insuficiência cardíaca congestiva foi a causa de óbito mais comum. Entre os 15 casos autóctones, a maior parte era oriunda de municípios do Norte Fluminense (87%). 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Trinta e quatro mamíferos silvestres foram capturados e a infecção pelo T. cruzi estava presente em 8,8%, sendo identificado o genótipo I em um roedor da espécie Akodon cursor. Constatou-se dois padrões epidemiológicos da doença de Chagas humana no Rio de Janeiro, um urbano com predomínio de infecções pela via congênita e outro rural com mecanismo de transmissão vetorial. A presença de reservatórios silvestres sinantrópicos, triatomíneos autóctones invadindo os domicílios e o hábito da caça são condições que propiciam o surgimento de casos humanos da doença no Rio de Janeiro.Rio de Janeiro State was never considered to be a Chagas disease endemic area. However, 3.7% of patients followed at the Evandro Chagas Clinical Research Institute of the Oswaldo Cruz Foundation were born at Rio de Janeiro State. The aim of this study was to clarify the Chagas disease mode of transmission faced by the patients born at Rio de Janeiro State and their clinical presentation and disease progressions. The study was performed in four steps: characterization of a case series and environmental studies . We retrospec tively identified 69 patients with Chagas disease born at Rio de Janeiro followed at our institution between 1986 and 2011. From those, 67% lived in urban areas and 33% in rural areas. Most patients from rural areas lived in mud and wattle houses and used to consume wild animals’ meat and drink fresh sugar cane juice. Most of the patients were males (67%) and whites (56.5%). The average age at diagnosis was 38 years. Hyper tension was present in 23.2% and diabetes mellitus in 7.2% of the patients. Nineteen percent of the patients reported to know “ kissing bugs ”. The most frequent transmission mechanism was congenital (40%), followed by autochthonous cases (22%) and transfusion (15%). The most prevalent clinical presentation was the indeterminate form (56.5%), followed by cardiac form (42%) and gastrointestinal (10.5%). The most common electrocardiographic changes present in patients with cardiac form were right bundle branch block, left anterior hemiblock and vent ricular extrasystoles . Thirty-five percent of the patients received antitrypanosomal therapy, but none of them presented a negative serology afterwards . The mean follow-up time was 12.5 years. Disease progression occurred in 12% of the patients, but the progression rate per year was less than 1% among patients with the indeterminate form. Heart failure was the most common cause of death. Among the 15 autochtho nous cases, most were born at the North Region of the Rio de Janeiro State (87%) and 54% them presented cardiac form. Besides the positive serological tests for Chagas disease, one (8 .3%) of them presented a positive xenodiagnosis and 4 (36.3%) positive PCR. PCR identified mixed infection by genotype TcI and TcVI. In the environment al study, 245 dwellings (84 % of brick walled houses and 16% mud and wattle houses) were visited in São Sebastião do Alto and São Fidélis. Most of the residents reported to consume wild animals ’ meat ( 78% ) and sug ar cane juice ( 88% ) . Thirty-four percent of the inhabitants, which represented 31% of the visited homes, reported to know “kissing bugs ”. The prevalence of positive serology for Chagas disease was 0.74% among 404 samples . Among 49 species of Triatoma vitti ceps captured indoors, 73% were positive for T. cruzi I genotype. Among 34 wild mammals captured , T. cruzi infection was present in 8.8% and the genotype I was identified in a rodent species Akodon cursor. Therefore, two epidemiological patterns of human Chagas disease were found in Rio de Janeiro: an urban pattern with predominance of the congenital mode transmission and a rural one with a vectorial mode transmission. Wild reservoirs, autochthonous triatomines inside households and hunting habits are conditions that favor the occurrence of human Chagas disease in Rio de Janeiro.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porDoença de Chagas em naturais do estado do Rio de Janeiro: aspectos clínico-epidemiológicos, caracterização molecular parasitológica e estudo ecoepidemiológico dos casos autóctonesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2013Pós-Graduação em Medicina TropicalFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo CruzRio de Janeiro/RJDoença de ChagasEpidemiologiaTriatomaTransmissão de Doença Infecciosainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALluiz_sangenis_ioc_dout_2013.pdfapplication/pdf6266422https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13183/1/luiz_sangenis_ioc_dout_2013.pdf27e01a2cd899212302255997269467d6MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13183/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTluiz_sangenis_ioc_dout_2013.pdf.txtluiz_sangenis_ioc_dout_2013.pdf.txtExtracted texttext/plain267984https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13183/3/luiz_sangenis_ioc_dout_2013.pdf.txt39d49e9d9588ab81be6e2e0b0de63a61MD53icict/131832023-09-04 11:49:24.055oai:www.arca.fiocruz.br:icict/13183Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-09-04T14:49:24Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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