Desorganização da polpa branca esplênica está associada com a apresentação clínica mais grave da leishmaniose visceral em cães naturalmente infectados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Isadora dos Santos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7227
Resumo: O baço é o maior órgão linfoide secundário em seres humanos e em cães. Em ambos, a ausência do baço está associada com um risco aumentado de ocorrência de infecções localizadas e disseminadas, incluindo sepse generalizada. A leishmaniose visceral e outras infecções podem alterar a estrutura histológica do baço, o que leva a uma destruição dos microambientes da polpa branca. Trabalhos anteriores mostraram que a ruptura da estrutura de polpa branca é mais frequente em cães com marcadores laboratoriais de suscetibilidade à leishmaniose visceral, como a cultura esplênica positiva e LST negativo, do que nos animais em que estes marcadores de susceptibilidade estavam ausentes. Neste estudo, o nosso objetivo é examinar a relação entre a desorganização histológica da polpa branca esplênica e a gravidade da leishmaniose visceral. As amostras e os dados utilizados neste estudo foram coletados de 206 cães de rua provenientes de uma área endêmica para leishmaniose visceral, a cidade de Jequié (Bahia, Brasil). Os animais foram examinados clinicamente e foram realizados os testes ELISA e LST. Aspirados de baço foram coletados para a cultura, e fragmentos de baço foram coletadas para estudos de biologia molecular e de estudos morfológicos. Os animais foram classificados de acordo com o grau de organização estrutural da polpa branca esplênica em grupos com baço (a), bem organizado, (b) ligeiramente desorganizado, (c) a moderadamente a extensivamente desorganizado. Em relação à positividade no ELISA juntamente com a desorganização do baço, conjuntivite ( P= 0,0116), hiperproteinemia (p= 0,021) foram mais frequentes no grupo de animais com ELISA positivo e baço desorganizado, quando comparado com os outros grupos. Os animais polissintomáticos são mais frequentes no grupo com ELISA positivo e baço do tipo 3 (p= 0,004). Os scores clínicos atribuídos à intensidade da conjuntivite (P <0,05), dermatite (P <0,05) e linfadenopatia (P <0,01), alopecia (P <0,01), onicogrifose (P <0,05) foram mais elevados nos animais com ELISA positivo e baço desorganizado do que outros grupos, bem como o número de sinais clínicos atribuíveis à leishmaniose visceral canina (p= 0,0014).Em relação à análise da positividade na cultura esplênica juntamente com a desorganização do baço, a frequência de cães polissintomáticos foi maior em animais com baço ligeiramente desorganizado (P <0,05) e baço desorganizado (P <0,005), do que em animais com baço organizado. Alopecia (P <0,01), conjuntivite (P <0,05), desidratação (P <0,001), dermatite (P <0,05), onicogrifose (p <0,01), anemia (P <0,05), úlcera (P <0,001 ) e alto escore clínico (P <0,001) foram mais frequentes em animais com cultura esplênica positiva e baço desorganizado, do que nos animais com cultura negativa e baço organizado. Em conclusão, os cães com desorganização do baço associada com leishmaniose visceral têm mais sinais clínicos e pior estado clínico do que os animais com leishmaniose visceral, mas sem desorganização do baço.
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Trabalhos anteriores mostraram que a ruptura da estrutura de polpa branca é mais frequente em cães com marcadores laboratoriais de suscetibilidade à leishmaniose visceral, como a cultura esplênica positiva e LST negativo, do que nos animais em que estes marcadores de susceptibilidade estavam ausentes. Neste estudo, o nosso objetivo é examinar a relação entre a desorganização histológica da polpa branca esplênica e a gravidade da leishmaniose visceral. As amostras e os dados utilizados neste estudo foram coletados de 206 cães de rua provenientes de uma área endêmica para leishmaniose visceral, a cidade de Jequié (Bahia, Brasil). Os animais foram examinados clinicamente e foram realizados os testes ELISA e LST. Aspirados de baço foram coletados para a cultura, e fragmentos de baço foram coletadas para estudos de biologia molecular e de estudos morfológicos. Os animais foram classificados de acordo com o grau de organização estrutural da polpa branca esplênica em grupos com baço (a), bem organizado, (b) ligeiramente desorganizado, (c) a moderadamente a extensivamente desorganizado. Em relação à positividade no ELISA juntamente com a desorganização do baço, conjuntivite ( P= 0,0116), hiperproteinemia (p= 0,021) foram mais frequentes no grupo de animais com ELISA positivo e baço desorganizado, quando comparado com os outros grupos. Os animais polissintomáticos são mais frequentes no grupo com ELISA positivo e baço do tipo 3 (p= 0,004). Os scores clínicos atribuídos à intensidade da conjuntivite (P <0,05), dermatite (P <0,05) e linfadenopatia (P <0,01), alopecia (P <0,01), onicogrifose (P <0,05) foram mais elevados nos animais com ELISA positivo e baço desorganizado do que outros grupos, bem como o número de sinais clínicos atribuíveis à leishmaniose visceral canina (p= 0,0014).Em relação à análise da positividade na cultura esplênica juntamente com a desorganização do baço, a frequência de cães polissintomáticos foi maior em animais com baço ligeiramente desorganizado (P <0,05) e baço desorganizado (P <0,005), do que em animais com baço organizado. Alopecia (P <0,01), conjuntivite (P <0,05), desidratação (P <0,001), dermatite (P <0,05), onicogrifose (p <0,01), anemia (P <0,05), úlcera (P <0,001 ) e alto escore clínico (P <0,001) foram mais frequentes em animais com cultura esplênica positiva e baço desorganizado, do que nos animais com cultura negativa e baço organizado. Em conclusão, os cães com desorganização do baço associada com leishmaniose visceral têm mais sinais clínicos e pior estado clínico do que os animais com leishmaniose visceral, mas sem desorganização do baço.The spleen is the largest secondary lymphoid organ in human beings and in dogs. In both in human beings and in dogs, the absence of the spleen is associated with increased risk of localized and disseminated infection including overwhelm sepsis. Visceral leishmaniasis and other infections alter the histological structure of the spleen, leading to a disruption of the white pulp microenvironments. Previous works have shown that the disruption of the white pulp structure is more frequent in dogs with laboratorial markers of susceptibility to visceral leishmaniasis such as positive spleen culture and negative leishmanin skin test than in animals in which these susceptibility markers were absent. In this study, our goal is to examine the relationship between the histological disorganization of splenic white pulp and severity of visceral leishmaniasis.The samples and data used in this study were collected from 206 stray dogs from an endemic area for visceral leishmaniasis, the city of Jequie (Bahia, Brazil). The animals were examined clinically and ELISA and LST were performed. Splenic aspirates were collected for culture, and fragments of spleen were collected for molecular and morphological studies. The animals were ranked according to the degree of structural organization of splenic white pulp of the spleen in groups (a), well-organized, (b) slightly disordered, (c) moderately extensively disorganized. In relation to the positive in the ELISA with the disorganization of the spleen, conjunctivitis (P = 0.0116) hyperproteinemia (p = 0.021) were more frequent in the group of animals with positive ELISA and disorganized spleen when compared to the other groups. Polisymptomatic animals are more frequent in the group with positive ELISA and spleen type 3 (p = 0.004). Clinical scores attributed to the intensity of conjunctivitis (P <0.05), dermatitis (P <0.05) and lymphadenopathy (P <0.01), alopecia (P <0.01), onychogryphosis (P <0.05 ) were higher in animals with positive ELISA and disorganized spleen than other groups, as well as the number of clinical signs attributable to canine visceral leishmaniasis (p = 0.0014). Regarding the analysis of positive spleen culture together with splenic disorganization, the frequency of polisymptomatic dogs was higher in animals with slightly disordered spleen (P <0.05) and disorganized spleen (P <0.005) than in animals with organized spleen. Alopecia (P <0.01), conjunctivitis (P <0.05), dehydration (P <0.001), dermatitis (P <0.05), onychogryphosis (p <0.01), anemia (P <0.05 ), ulcers (P <0.001) and high clinical score (P <0.001 were more frequent in animals with positive spleen culture and disorganized spleen than in animals with negative culture and organized spleen . In conclusion, dogs with disorganization of the spleen associated with visceral leishmaniasis have more clinical signs and worse clinical status than animals with visceral leishmaniasis, but without disruption of the spleen.Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, BA, Brasil / Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz. Salvador, BA, BrasilporCentro de Pesquisas Gonçalo MonizLeishmaniose visceral caninaBaçoCãoManifestação clínicaCanine visceral leishmaniasisSpleenDogClinical presentationDesorganização da polpa branca esplênica está associada com a apresentação clínica mais grave da leishmaniose visceral em cães naturalmente infectadosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2013Departamento de Vice Diretoria e EnsinoFundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo MonizMestrado AcadêmicoSalvador/BAPrograma de Pós-Graduação em Patologia Humanainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALIsadora dos Santos Lima Desorganização da Polpa Branca Esplênica está associada...pdfIsadora dos Santos Lima Desorganização da Polpa Branca Esplênica está associada...pdfapplication/pdf823516https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/7227/1/Isadora%20%20dos%20Santos%20Lima%20Desorganiza%c3%a7%c3%a3o%20da%20Polpa%20Branca%20Espl%c3%aanica%20est%c3%a1%20associada...pdf6c64973b1a470182971fdecded62d3c4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81914https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/7227/2/license.txt7d48279ffeed55da8dfe2f8e81f3b81fMD52TEXTIsadora dos Santos Lima Desorganização da Polpa Branca Esplênica está associada...pdf.txtIsadora dos Santos Lima Desorganização da Polpa Branca Esplênica está associada...pdf.txtExtracted texttext/plain153079https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/7227/5/Isadora%20%20dos%20Santos%20Lima%20Desorganiza%c3%a7%c3%a3o%20da%20Polpa%20Branca%20Espl%c3%aanica%20est%c3%a1%20associada...pdf.txt86bb15419b9558ca1111259d897411f1MD55THUMBNAILIsadora dos Santos Lima Desorganização da Polpa Branca Esplênica está associada...pdf.jpgIsadora dos Santos Lima Desorganização da Polpa Branca Esplênica está associada...pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1455https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/7227/4/Isadora%20%20dos%20Santos%20Lima%20Desorganiza%c3%a7%c3%a3o%20da%20Polpa%20Branca%20Espl%c3%aanica%20est%c3%a1%20associada...pdf.jpg7de793ec630d19e40e144a9525b943e0MD54icict/72272019-02-21 13:12:58.928oai:www.arca.fiocruz.br:icict/7227TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBlIGFjZWl0YXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSB2b2PDqiAoYXV0b3Igb3UgZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzKToKCmEpIERlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zDrXRpY2EgZGUgY29weXJpZ2h0IGRhIGVkaXRvcmEgZG8gc2V1IGRvY3VtZW50by4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgZSBhY2VpdGEgYXMgRGlyZXRyaXplcyBwYXJhIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgRnVuZGHDp8OjbyBPc3dhbGRvIENydXogKEZJT0NSVVopLgoKYykgQ29uY2VkZSDDoCBGSU9DUlVaIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSBhcnF1aXZhciwgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGEgc2VndWlyKSwgY29tdW5pY2FyCiAKZS9vdSBkaXN0cmlidWlyIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBkYSBGSU9DUlVaLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgCgpwb3IgcXVhbHF1ZXIgb3V0cm8gbWVpby4KCmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgRklPQ1JVWiBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgCgpwYXJhIHF1YWxxdWVyIGZvcm1hdG8gZGUgYXJxdWl2bywgbWVpbyBvdSBzdXBvcnRlLCBwYXJhIGVmZWl0b3MgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgcHJlc2VydmHDp8OjbyAoYmFja3VwKSBlIGFjZXNzby4KCmUpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIHN1Ym1ldGlkbyDDqSBvIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyAKCmNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBEZWNsYXJhIHRhbWLDqW0gcXVlIGEgZW50cmVnYSBkbyBkb2N1bWVudG8gbsOjbyBpbmZyaW5nZSBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIAoKaXJyZXN0cml0YSBkbyByZXNwZWN0aXZvIGRldGVudG9yIGRlc3NlcyBkaXJlaXRvcywgcGFyYSBjZWRlciBhIEZJT0NSVVogb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0YSBMaWNlbsOnYSBlIGF1dG9yaXphciBhIAoKdXRpbGl6w6EtbG9zIGxlZ2FsbWVudGUuIERlY2xhcmEgdGFtYsOpbSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBjdWpvcyBkaXJlaXRvcyBzw6NvIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIAoKbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZS4KCmcpIFNFIE8gRE9DVU1FTlRPIEVOVFJFR1VFIMOJIEJBU0VBRE8gRU0gVFJBQkFMSE8gRklOQU5DSUFETyBPVSBBUE9JQURPIFBPUiBPVVRSQSBJTlNUSVRVScOHw4NPIFFVRSBOw4NPIEEgRklPQ1JVWiwgREVDTEFSQSBRVUUgQ1VNUFJJVSAKClFVQUlTUVVFUiBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUEVMTyBSRVNQRUNUSVZPIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4gQSBGSU9DUlVaIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgYXV0b3IoZXMpIGRvcyAKCmRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-02-21T16:12:58Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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