Indígenas do estado do Rio de Janeiro segundo o Censo Demográfico: perfil populacional, distribuição espacial e características do domicílio
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40046 |
Resumo: | Em escala global, os indígenas, de maneira geral, constituem um segmento populacional vulnerável, apresentando indicadores sociodemográfico, econômico e de saúde piores do que o restante da população. Um fenômeno já observado em outros países diz repeito ao aumento de indígenas residentes em áreas urbanas, especialmente em áreas periféricas. Os censos realizados no Brasil ao longo das três últimas décadas evidenciaram que entre 40% e 50% dos indígenas residiam em áreas urbanas. Com o objetivo de caracterizar a população indígena do Estado do Rio de Janeiro e da área urbana da sua região metropolitana buscou-se através de indicadores sociodemográficos e econômicos, verificar sua distribuição espacial e as características do domicílio (saneamento e entorno), com base nos dados dos Censos Demográficos 2000 e 2010. Esta tese encontra-se estruturada no formato artigos. O primeiro, que compara os Censos 2000 e 2010, evidenciou que a maioria dos indígenas do Estado residia, em ambos os censos, em área urbana e na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro. Contudo, as respostas positivas para as perguntas sobre língua indígena falada no domicílio e etnia (Censo 2010) se mostraram mais pronunciadas na área rural. Foram identificadas ainda mudanças nos indicadores referentes à renda, composição etária e tipo do setor de residência. O segundo artigo explorou dados de 2010 através de análises espaciais com foco nos setores censitários urbanos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Verificou-se que os indígenas residiam majoritariamente nas zonas Sul e Centro do município do Rio de Janeiro, aproximando-se mais do padrão de distribuição espacial da população branca. Foi constatado também que na maioria dos setores (75%) não havia indígenas e que em 20% daqueles com indígenas havia um único residente indígena. A composição etária dos indígenas por sexo diferiu das demais categorias de cor ou raça. Finalmente, o último artigo abordou as condições socioeconômicas e de presença de saneamento e do entorno do domicílio na área urbana da Região Metropolitana do Rio de Janeiro a partir dos dados de 2010. Os resultados revelaram diferenças marcantes entre os indicadores a depender do município. A variável mais frequente foi “lixo acumulado no logradouro”. Observou-se que, tal como evidenciado na literatura, os brancos residiam em locais com melhores condições socioeconômicas, de saneamento e do entorno, e os pretos e pardos nos menos satisfatórios. Para indígenas, em alguns recortes analisados o padrão se mostrou mais próximo daquele da população branca. Em conclusão, a tese apresenta uma detalhada caracterização dos indígenas captados nos Censos de 2000 e 2010 no Estado e na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a partir de diferentes indicadores e recortes geográficos explorados, apontando para a ocorrência de desigualdades socioeconômicas e espaciais cuja interpretação requer nuançadas perspectivas que levem em consideração aspectos sóciohistóricos e demográficos. |
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Cunha, Barbara Coelho Barbosa daAlmeida, Andréa Sobral deSantos, Ricardo Ventura2020-02-18T14:55:09Z2020-02-18T14:55:09Z2019CUNHA, Barbara Coelho Barbosa da. Indígenas do estado do Rio de Janeiro segundo o Censo Demográfico: perfil populacional, distribuição espacial e características do domicílio. 2019. 148 f. Tese (Doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40046Em escala global, os indígenas, de maneira geral, constituem um segmento populacional vulnerável, apresentando indicadores sociodemográfico, econômico e de saúde piores do que o restante da população. Um fenômeno já observado em outros países diz repeito ao aumento de indígenas residentes em áreas urbanas, especialmente em áreas periféricas. Os censos realizados no Brasil ao longo das três últimas décadas evidenciaram que entre 40% e 50% dos indígenas residiam em áreas urbanas. Com o objetivo de caracterizar a população indígena do Estado do Rio de Janeiro e da área urbana da sua região metropolitana buscou-se através de indicadores sociodemográficos e econômicos, verificar sua distribuição espacial e as características do domicílio (saneamento e entorno), com base nos dados dos Censos Demográficos 2000 e 2010. Esta tese encontra-se estruturada no formato artigos. O primeiro, que compara os Censos 2000 e 2010, evidenciou que a maioria dos indígenas do Estado residia, em ambos os censos, em área urbana e na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro. Contudo, as respostas positivas para as perguntas sobre língua indígena falada no domicílio e etnia (Censo 2010) se mostraram mais pronunciadas na área rural. Foram identificadas ainda mudanças nos indicadores referentes à renda, composição etária e tipo do setor de residência. 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Observou-se que, tal como evidenciado na literatura, os brancos residiam em locais com melhores condições socioeconômicas, de saneamento e do entorno, e os pretos e pardos nos menos satisfatórios. Para indígenas, em alguns recortes analisados o padrão se mostrou mais próximo daquele da população branca. Em conclusão, a tese apresenta uma detalhada caracterização dos indígenas captados nos Censos de 2000 e 2010 no Estado e na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a partir de diferentes indicadores e recortes geográficos explorados, apontando para a ocorrência de desigualdades socioeconômicas e espaciais cuja interpretação requer nuançadas perspectivas que levem em consideração aspectos sóciohistóricos e demográficos.On a global scale, indigenous people, in general, constitute a vulnerable population segment, presenting worse socio-demographic, economic and health indicators than the rest of the population. A phenomenon already observed in other countries concerns the increase of indigenous residents in urban areas, especially in peripheral areas. The censuses conducted in Brazil over the past three decades have shown that between 40% and 50% of indigenous people lived in urban areas. In order to characterize the indigenous population of the State of Rio de Janeiro and the urban area of its metropolitan region, we sought through socio-demographic and economic indicators, to verify their spatial distribution and household characteristics (sanitation and surroundings), based on data from the 2000 and 2010 Demographic Census. This thesis is composed of three papers. The first, which compares the 2000 and 2010 Census, shows that the majority of the state's indigenous people resided in both censuses in urban areas and in the metropolitan mesoregion of Rio de Janeiro. However, positive answers to questions about indigenous language spoken at home and ethnicity (Census 2010) were more pronounced in the rural area. Changes were also identified in the indicators related to income, age composition and type of residence sector. The second paper explores data from 2010 through spatial analysis focusing on urban census tracts in the Rio de Janeiro´s Metropolitan Region. It was found that the indigenous people lived mostly in the South and Center of Rio de Janeiro, closer to the pattern of spatial distribution of the white population. It was also found that in most sectors (75%) there were no indigenous and that in 20% of those with indigenous there was a single indigenous resident. The age composition of the indugenous by gender differed from the other categories of color or race. Finally, the third paper addresses the socioeconomic conditions and the presence of sanitation and the surroundings of the household in the urban area of the Rio de Janeiro Metropolitan Region from the 2010´s data. The results revealed striking differences between the indicators depending on the municipality. The most frequent variable was “garbage accumulated in the street”. It was observed that, as evidenced in the literature, whites lived in places with better socioeconomic, sanitation and surrounding conditions, and blacks and browns in less satisfactory ones. For indigenous people, in some analyzed sections, the pattern was closer to that of the white population. In conclusion, the thesis presents a detailed characterization of the indigenous captured in the 2000 and 2010 Census in the State and in the Metropolitan Region of Rio de Janeiro, from different explored geographical indicators and clippings, pointing to the occurrence of socioeconomic and spatial inequalities whose interpretation requires nuanced perspectives that take into account socio-historical and demographic aspects.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porCensosPopulação IndígenaÁrea UrbanaMetrópolesRio de JaneiroCensusIndigenous PopulationUrban AreaMetropolisesRio de JaneiroCensosPopulação IndígenaÁrea UrbanaCidadesCondições SociaisClasse SocialRio de JaneiroIndígenas do estado do Rio de Janeiro segundo o Censo Demográfico: perfil populacional, distribuição espacial e características do domicílioIndigenous women from the state of Rio de Janeiro according to the Demographic Census: population profile, spatial distribution and household characteristicsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2019Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo CruzFundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/40046/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Barbara_Coelho_Barbosa_da_ENSP_2019application/pdf4776270https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/40046/2/ve_Barbara_Coelho_Barbosa_da_ENSP_20194789e29ab5fb0db3dfcd0666d1aa76c6MD52TEXTve_Barbara_Coelho_Barbosa_da_ENSP_2019.txtve_Barbara_Coelho_Barbosa_da_ENSP_2019.txtExtracted texttext/plain304695https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/40046/3/ve_Barbara_Coelho_Barbosa_da_ENSP_2019.txtb9bda52eb01115705771a3dbf3c700c3MD53icict/400462021-02-09 16:05:43.253oai:www.arca.fiocruz.br:icict/40046Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-02-09T19:05:43Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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