Excesso de peso e inatividade física em uma população indígena urbana Sateré-Mawé em cidade da Amazônia brasileira
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48893 |
Resumo: | A transição nutricional está em curso no Brasil, com o aumento do excesso de peso populacional. O fenômeno está associado à rápida urbanização e à adoção de dietas não saudáveis em termos nutricionais, além da redução nos níveis de atividade física. No Brasil a transição nutricional tem sido observada em populações indígenas em meio rural, embora careçam de dados em saúde para as populações indígenas em área urbana. Propomos com o estudo investigar a transição nutricional na população adulta Sateré-Mawé residente na cidade de Parintins (Amazonas) por meio da verificação das prevalências de excesso de peso e de inatividade física, buscando associação com as variáveis socioeconômicas, demográficas e de conexão com a terra indígena. Realizou-se inquérito domiciliar alcançando o universo da população entre 18 e 69 anos de idade residente em área urbana na cidade de Parintins, autodeclarados Sateré-Mawé. Chegou-se aos sujeitos através da indicação prévia por informantes e pelos próprios, ao participarem da pesquisa. Foi construído instrumento, baseado em inquéritos anteriores com populações indígenas, que captou informações socioeconômicas, demográficas e de conexão com a Terra Indígena Andirá-Marau. O excesso de peso foi considerado a partir do índice de massa corporal, calculado com base no peso e altura coletados. A inatividade física (atividade física insuficiente) seguiu ponto de corte adotado pela Organização Mundial da Saúde e foi coletado por meio de questionário adaptado de inquéritos nacionais. Os dados coletados foram tabulados e analisados por meio dos softwares SPSS e R. Utilizamos o modelo logístico hierarquizado para cada desfecho. Foi calculada a razão de chances e intervalo de confiança de 95%. Foram testados os pontos influentes e o ajuste do modelo final. Alcançamos 163 sujeitos, sendo 80 (49%) do sexo masculino, com média de idade na população de 33,6±13,9 anos. 46% da população encontrava-se com excesso de peso (47,5% nos homens e 44,6% nas mulheres). 28,8% da população encontrava-se insuficientemente ativa (38,6% nas mulheres e 18,8% nos homens). Renda individual no estrato superior e idade (em anos) foram associadas à maior chance de excesso de peso na população. Fluência na língua indígena, anos morando em Parintins e ser casado(a) perderam a significância no modelo hierarquizado final. Número de bicicletas no domicílio e trabalhar fora tiveram associação inversa com ser insuficientemente ativo, enquanto que sexo feminino e ser casado(a) apresentaram associação positiva. Embora as prevalências de excesso de peso e inatividade física encontradas sejam menores que as observadas para a população urbana no Brasil, quase a metade e um terço estavam com excesso de peso e inativa, respectivamente. Não é possível afirmar estar em curso a transição nutricional com os dados disponíveis. É necessário contextualizar o conceito de \201Curbano\201D nas discussões e ressaltar a especificidade do instrumento criado para a pesquisa. A pesquisa gerou visibilidade estatística para a situação de saúde em população indígena em área urbana, algo recente no Brasil, que ainda carece de políticas públicas em saúde específicas para esta parcela da população. |
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Radicchi, Marcelo RochaWelch, James RobertCoimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares2021-09-01T16:15:33Z2021-09-01T16:15:33Z2018RADICCHI, Marcelo Rocha. Excesso de peso e inatividade física em uma população indígena urbana Sateré-Mawé em cidade da Amazônia brasileira. 2018. 165 f. Tese (Doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48893A transição nutricional está em curso no Brasil, com o aumento do excesso de peso populacional. O fenômeno está associado à rápida urbanização e à adoção de dietas não saudáveis em termos nutricionais, além da redução nos níveis de atividade física. No Brasil a transição nutricional tem sido observada em populações indígenas em meio rural, embora careçam de dados em saúde para as populações indígenas em área urbana. Propomos com o estudo investigar a transição nutricional na população adulta Sateré-Mawé residente na cidade de Parintins (Amazonas) por meio da verificação das prevalências de excesso de peso e de inatividade física, buscando associação com as variáveis socioeconômicas, demográficas e de conexão com a terra indígena. Realizou-se inquérito domiciliar alcançando o universo da população entre 18 e 69 anos de idade residente em área urbana na cidade de Parintins, autodeclarados Sateré-Mawé. Chegou-se aos sujeitos através da indicação prévia por informantes e pelos próprios, ao participarem da pesquisa. Foi construído instrumento, baseado em inquéritos anteriores com populações indígenas, que captou informações socioeconômicas, demográficas e de conexão com a Terra Indígena Andirá-Marau. O excesso de peso foi considerado a partir do índice de massa corporal, calculado com base no peso e altura coletados. A inatividade física (atividade física insuficiente) seguiu ponto de corte adotado pela Organização Mundial da Saúde e foi coletado por meio de questionário adaptado de inquéritos nacionais. Os dados coletados foram tabulados e analisados por meio dos softwares SPSS e R. Utilizamos o modelo logístico hierarquizado para cada desfecho. Foi calculada a razão de chances e intervalo de confiança de 95%. Foram testados os pontos influentes e o ajuste do modelo final. Alcançamos 163 sujeitos, sendo 80 (49%) do sexo masculino, com média de idade na população de 33,6±13,9 anos. 46% da população encontrava-se com excesso de peso (47,5% nos homens e 44,6% nas mulheres). 28,8% da população encontrava-se insuficientemente ativa (38,6% nas mulheres e 18,8% nos homens). Renda individual no estrato superior e idade (em anos) foram associadas à maior chance de excesso de peso na população. Fluência na língua indígena, anos morando em Parintins e ser casado(a) perderam a significância no modelo hierarquizado final. Número de bicicletas no domicílio e trabalhar fora tiveram associação inversa com ser insuficientemente ativo, enquanto que sexo feminino e ser casado(a) apresentaram associação positiva. Embora as prevalências de excesso de peso e inatividade física encontradas sejam menores que as observadas para a população urbana no Brasil, quase a metade e um terço estavam com excesso de peso e inativa, respectivamente. Não é possível afirmar estar em curso a transição nutricional com os dados disponíveis. É necessário contextualizar o conceito de \201Curbano\201D nas discussões e ressaltar a especificidade do instrumento criado para a pesquisa. A pesquisa gerou visibilidade estatística para a situação de saúde em população indígena em área urbana, algo recente no Brasil, que ainda carece de políticas públicas em saúde específicas para esta parcela da população.Brazil is facing nutrition transition with an increase in population being overweight. The phenomenon is associated with the rapid urbanization and the adoption of unhealthy diets, nutritionally speaking, together with the decrease in physical activity levels. This transition is being observed in indigenous populations in rural areas in Brazil. In this country, there is a lack of health information for indigenous populations living in urban areas. In this study, we propose investigating the nutrition transition in the Sateré-Mawé indigenous adult population living in the city of Parintins (Amazonas). We seek to verify the prevalence of overweight and physical inactivity, seeking associations with the socioeconomic, demographic and indigenous land connection variables. We carried a household survey reaching the universe of the population between 18 and 69 years old, living in the urban area in the city of Parintins that declared themselves as being Sateré-Mawé. We contacted the subjects through the prior indication by local informants, also by the individuals indicating others, when participating in the research. An instrument was built to collect socioeconomic, demographic and connection with the Andirá-Marau Indigenous Land information, based on previous surveys with indigenous populations. Excess weight was considered from the body mass index, calculated based on the weight at height collected. Physical inactivity (insufficient physical activity) followed the cut-off point adopted by the World Health Organization and was collected by a questionnaire adapted from national surveys. We tabulated the collected data and analysed it using SPSS and R software. We used the logistic hierarchical model to generate the final model for each outcome, and the variables that were interpreted showed a significance level of 5%. The odds ratio and 95% confidence interval were calculated. We tested for influence points and checked the fit of the final model. We reached 163 subjects, being 80 (49%) males, with mean age of 33.6 ± 13.9 years in the population. 46% of the population was overweight (47.5% for men and 44.6% for women). 28.8% of the population was insufficiently active (38.6% for women and 18.8% for men). Individual income, in the upper stratum, and age (in years) were associated with a greater chance of being with excess weight. Fluency in the indigenous language, years living in Parintins and being married were significant, but lost significance in the final hierarchical model. Number of bicycles at home and working outside had an inverse association with being insufficiently active, while being female and married were positively associated. Although the prevalences of overweight and physical inactivity found were lower than those observed for the urban population in Brazil, almost half, and one-third, were overweight and inactive, respectively. It is not possible confirm the occurrence of the nutritional transition with the available data. It is necessary to contextualize the concept of "urban" in the discussion, also emphasize the specificity of the instrument created for the research. The research generated statistical visibility for the health situation of an indigenous population living in an urban area, something quite recent in Brazil, country where still lacks specific public health policies for this part of the indigenous urban population.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porObesidadeExercícioEstilo de Vida SedentárioSaúde de Populações IndígenasÁrea UrbanaNutritional TransitionObesitySedentary Life StyleHealth of Indigenous PopulationsUrban AreaObesidadeExercícioComportamento SedentárioSaúde de Populações IndígenasÁrea UrbanaExcesso de peso e inatividade física em uma população indígena urbana Sateré-Mawé em cidade da Amazônia brasileiraOverweight and physical inactivity in an urban indigenous population Sateré-Mawé in a city in the Brazilian Amazoninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2018-06-21Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48893/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALmarcelo_rocha_radicchi_ensp_dout_2018.pdfapplication/pdf2419716https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48893/2/marcelo_rocha_radicchi_ensp_dout_2018.pdfd0e0f63df69c611d6b2dcf9384326e69MD52TEXTmarcelo_rocha_radicchi_ensp_dout_2018.pdf.txtmarcelo_rocha_radicchi_ensp_dout_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain402568https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48893/3/marcelo_rocha_radicchi_ensp_dout_2018.pdf.txt0003a1e03557d7063b3974316208a233MD53icict/488932021-09-02 02:01:28.71oai:www.arca.fiocruz.br:icict/48893Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-09-02T05:01:28Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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