Análise de situações de vulnerabilidade de trabalhadores da construção civil no Rio de Janeiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4795 |
Resumo: | O setor de edificações da construção civil vem se caracterizando pelo trabalho precarizado, por vínculos trabalhistas frágeis, subcontratação da mão-de-obra, más condições de trabalho e elevado índice de acidentes, inclusive fatais. Nas últimas décadas essa situação acentuou-se diante de modificações no cenário econômico e social do Brasil. Nesse contexto, os operários da construção civil aparecem como pessoas marcadas pela vulnerabilidade social em suas várias dimensões e em diferentes graus, ou seja, desde trabalho estável e família estruturada até o desemprego recorrente e a moradia nas ruas ou em instituições asilares. Neste estudo entrevistou-se trabalhadores da construção civil em diferentes circunstâncias. Temas como vínculos empregatícios, trabalho informal, acidentes de trabalho, condições de trabalho, desemprego recorrente e alta rotatividade foram abordados a partir de um questionário semi-estruturado. Para os trabalhadores em situação de exclusão social atentou-se também para os motivos que os levaram a morar nas ruas, relacionamentos familiares, desemprego, tempo de permanência nas ruas e meios de sobrevivência nas ruas. A partir de uma abordagem dialética-hermenêutica, os elementos comuns aos trabalhadores foram discutidos, evidenciando-se as contradições que os expõe a vulnerabilidade, da mesma forma como o que havia de único em cada trajetória particular era destacado para compreender como se processa a vulnerabilidade e a exclusão social na construção civil. Entre os achados mais contundentes, estão a desconsideração das empresas em relação a direitos trabalhistas, a promoção da subcontratação e da informalidade, a prática da contratação de operários por meio de cooperativas como forma de diminuir custos, o desrespeito a normas de segurança e o desemprego de longa duração e recorrente associado à alta rotatividade dos empregos. Os trabalhadores moradores das ruas têm suas vidas desestruturadas em função da situação empregatícia. Questões como abandono pelos familiares, uso de drogas lícitas e ilícitas, mendicância e associação com o crime também são relacionadas aos operários conduzidos à vulnerabilidade social extrema. |
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Lacerda, Leonardo Biscaia deMinayo Gómez, Carlos2012-09-06T01:11:21Z2012-09-06T01:11:21Z2006LACERDA, Leonardo Biscaia de. Análise de situações de vulnerabilidade de trabalhadores da construção civil no Rio de Janeiro. 2006. 82 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2006.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4795O setor de edificações da construção civil vem se caracterizando pelo trabalho precarizado, por vínculos trabalhistas frágeis, subcontratação da mão-de-obra, más condições de trabalho e elevado índice de acidentes, inclusive fatais. Nas últimas décadas essa situação acentuou-se diante de modificações no cenário econômico e social do Brasil. Nesse contexto, os operários da construção civil aparecem como pessoas marcadas pela vulnerabilidade social em suas várias dimensões e em diferentes graus, ou seja, desde trabalho estável e família estruturada até o desemprego recorrente e a moradia nas ruas ou em instituições asilares. Neste estudo entrevistou-se trabalhadores da construção civil em diferentes circunstâncias. Temas como vínculos empregatícios, trabalho informal, acidentes de trabalho, condições de trabalho, desemprego recorrente e alta rotatividade foram abordados a partir de um questionário semi-estruturado. Para os trabalhadores em situação de exclusão social atentou-se também para os motivos que os levaram a morar nas ruas, relacionamentos familiares, desemprego, tempo de permanência nas ruas e meios de sobrevivência nas ruas. A partir de uma abordagem dialética-hermenêutica, os elementos comuns aos trabalhadores foram discutidos, evidenciando-se as contradições que os expõe a vulnerabilidade, da mesma forma como o que havia de único em cada trajetória particular era destacado para compreender como se processa a vulnerabilidade e a exclusão social na construção civil. Entre os achados mais contundentes, estão a desconsideração das empresas em relação a direitos trabalhistas, a promoção da subcontratação e da informalidade, a prática da contratação de operários por meio de cooperativas como forma de diminuir custos, o desrespeito a normas de segurança e o desemprego de longa duração e recorrente associado à alta rotatividade dos empregos. Os trabalhadores moradores das ruas têm suas vidas desestruturadas em função da situação empregatícia. Questões como abandono pelos familiares, uso de drogas lícitas e ilícitas, mendicância e associação com o crime também são relacionadas aos operários conduzidos à vulnerabilidade social extrema.Civil construction industry is historically characterized by fragilled work, e.g., irregular job contracts, unsafe work environment, increased number of work accidents (including fatals), and “sub employment” of labor. This situation has worsened the last decades following changes in Brazilian economic and social scenario. In this context, civil construction workers show up as featured person by social vulnerability in its many ways and levels, e.g., since stable labor and structured family to habitual unemployment and streets or asylum living. In this research, civil construction workers in different circumstances were interviewed; themes such as job contracts, informal work, work accidents, work environment, and habitual unemployment were discussed using a semistructured questionnaire. For those persons living at social exclusion, the questions focused other aspects as well: reasons implicated in street living, family relationships, unemployment, time spent living in streets, and means used to survive in streets. Using the dialectic-hermeneutic approach, the common elements to the workers were discussed, making contradictions evident. Besides, what there were of unique in each individual path were enlighted to allow the understanding of how social vulnerability and exclusion acts at civil construction industry. Among the most interesting findings are the absence of care of the enterprises about labor rights, the promotion of informality, the practice of hiring employees by cooperatives looking for only to the decrease of costs, the disrespect to security norms, and the long-lived unemployment along short-lived jobs. Homeless workers have their lives unbalanced due to the job situation. Problems such as familiar rejection, licit and illicit drugs addiction, begging, and association to the crime are related to the workers whose fates are marked by extreme social vulnerability.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porSaúde do TrabalhadorVulnerabilidade SocialExclusão SocialConstrução CivilCivil ConstructionWorker’s HealthVulnerabilitySocial ExclusionSaúde do TrabalhadorIndústria da ConstruçãoVulnerabilidade SocialJustiça SocialAnálise de situações de vulnerabilidade de trabalhadores da construção civil no Rio de JaneiroAnalysis of situations of vulnerability of workers of the civil construction in Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.MestreRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4795/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALleonardo_biscaia_lacerda_ensp_mest_2006.pdfapplication/pdf335657https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4795/2/leonardo_biscaia_lacerda_ensp_mest_2006.pdf0fc0b4de1b8538c431518ac6ce4a99a7MD52TEXT802.pdf.txt802.pdf.txtExtracted texttext/plain145768https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4795/5/802.pdf.txt924ac0423c29c778593746649efb3c94MD55THUMBNAIL802.pdf.jpg802.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1092https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4795/4/802.pdf.jpgdfb3e220b855af5d68f41db07433d058MD54icict/47952023-01-17 14:19:14.803oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4795Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T17:19:14Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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