Planejamento e coordenação de ações de alimentação e nutrição: enfrentamento do sobrepeso e da obesidade no município do Rio de Janeiro

• Autor(a) principal: Cavalcante, Evelyne Florido Lobato
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Uribe Rivera, Francisco Javier, Mendonça, Maria Helena Magalhães de
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38251
• topic: Obesidade; Epidemia global; Governança em saúde; Atenção primária à saúde; Produção Social da Saúde

A obesidade é considerada uma epidemia global com crescimento acelerado nas últimas décadas. Sua complexa rede de causalidades representa um desafio para o seu enfrentamento que, necessariamente, demanda ações intersetoriais e exige novos arranjos de interação e governança em saúde. Este estudo contemplou a tese de doutorado em Saúde Pública de mesmo título, defendida em 2017, na ENSP/FIOCRUZ. Tem como objetivo a análise dos mecanismos de articulação e coordenação de ações de alimentação e nutrição voltadas ao enfrentamento do excesso de peso na Atenção Primária à Saúde (APS) municipal, na perspectiva da Produção Social da Saúde. Por meio de uma abordagem qualitativa, construída com a contribuição de vários autores, toma como base a compreensão comunicativa da coordenação e a interação entre os diferentes atores para o enfrentamento da problemática estudada. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com atores-chave, privilegiando o espaço da gestão central da APS na interlocução com a gestão territorial a partir de duas áreas de planejamento em saúde municipais; além da análise de documentos para a caracterização do contexto local e observação participante em diferentes espaços. Para análise dos resultados utiliza-se a análise de discurso, compreendendo a linguagem como espaço social de debate e conflito. É possível inferir que a obesidade ainda precisa se legitimar enquanto problema social, não constituindo uma prioridade na agenda municipal de saúde, o que é apontado como principal limite à constituição de uma linha de cuidado do sobrepeso e da obesidade no município. Observa-se uma polifonia no discurso dos diversos atores quanto aos modos de compreensão do conceito e abordagem da obesidade, reconhecida como um problema de saúde pública, mas com baixo reconhecimento de sua dimensão social. A discussão e coordenação das ações em torno deste problema ocorre de forma pulverizada e esporádica, apontando limites intrasetoriais da rede de atenção e promoção e pouca articulação intersetorial. Mesmo assim, as interações e vínculos estabelecidos entre os atores para a resolução de problemas relacionados ao cuidado da obesidade na Rede de Atenção à Saúde municipal têm disparado redes de conversações e mecanismos de coordenação que podem oportunizar novos arranjos de governança e organização do cuidado, minimizando as rugosidades e desacumulações que se colocam no cenário atual do Sistema Único de Saúde.