Determinantes e condicionantes sociais e ambientais da distribuição espaço temporal do dengue e seus vetores - Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes albopictus (Skuse, 1894) – na tríplice fronteira amazônica (BRASIL-COLÔMBIA-PERU)
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57859 |
Resumo: | Os vírus dengue são transmitidos naturalmente pelo mosquito Aedes aegypti, seu principal vetor no mundo, e em algumas regiões, também pelo mosquito Aedes albopictus. O dengue causa cerca de 390 milhões de novas infecções anualmente, põe em risco cerca de 2,5 a 3 bilhões de pessoas e é endêmico em regiões tropicais. O Brasil é o país com a maior incidência da região das Américas. Neste país as áreas de fronteira internacional merecem atenção especial por sua posição estratégica para o controle da entrada de novos sorotipos do vírus e para a difusão de outras arboviroses como Zika, chikungunya e seus vetores. Na zona de fronteira entre Brasil Colômbia e Peru, o primeiro surto de dengue ocorreu em 2011, e se mantém endêmico até o momento. Em 1996, Ae. albopictus foi encontrado na cidade de Tabatinga-AM (Brasil), enquanto em Letícia (Colômbia) este vetor foi registrado em 1998. No Peru, por enquanto não tem se registrado a presença de Ae. albopictus no seu território. Ae. aegypti, foi registrado pela primeira vez em Tabatinga em 2008, enquanto em Iquitos (Peru) em 1894 e em Letícia em 2009. Assim, o processo saúde-doença varia em função das diferentes situações de vulnerabilidade social de cada país, revelando descontinuidades políticas, jurídicas, institucionais, sociais, culturais, dentre outras. Nesse sentido, a principal motivação para o desenvolvimento desta tese foi compreender a importância da fronteira na dinâmica da distribuição do dengue e seus vetores e, identificar seus principais determinantes e condicionantes, bem como caracterizar e compreender o papel das estratégias de articulação entre as equipes e ações de saúde dos países no controle da dengue nessa zona de fronteira. Trata-se de um estudo com um componente ecológico e um componente transversal. O componente de estudo ecológico foi realizado a partir de análises e tratamento de dados entomológicos, epidemiológicos, ambientais e sociais relacionados com dengue e seus vetores, utilizando ferramentas de geoprocessamento e de análise geoestatística. O componente de estudo transversal foi realizado através da coleta de dados entomológicos e aplicação de instrumentos de pesquisa (grupos focais, entrevistas semi-estruturadas e inquéritos domiciliares com termo livre de consentimento), para a caracterização e diagnóstico da situação sociodemográfica e dos sistemas de vigilância epidemiológica e controle de endemias nos municípios da área de estudo abrangendo as cidades gêmeas de Leticia (Colômbia) e Tabatinga (Brasil). Os achados mostraram associações entre o maior número de criadouros de ambas espécies ou larvas de Ae. aegypti, com bairros próximos à linha de fronteira, bem como o menor número de criadouros ou larvas de Ae. aegypti e o maior número de criadouros ou larvas de Ae. albopictus, com bairros periféricos ou periurbanos. Adicionalmente, identificaram-se a temperatura, a umidade relativa e a precipitação como determinantes climáticos da infestação de Ae. aegypti (2009-2016) e Ae. albopictus (2001-2016) na cidade de Letícia. A distância das residências à linha internacional de fronteira nas cidades gêmeas de Letícia e Tabatinga, encontrou-se inversamente correlacionada com a abundância de Aedes, sendo que a maior concentração de ovos de Aedes sp. (55,4%), larvas de Ae. aegypti (30,1%) e adultos de Ae. aegypti (40,4%), ocorreram nas residências localizadas no raio de 300 metros da linha internacional de fronteira. Os achados apontam a existência de diferenças entre os determinantes e condicionantes sociais e ambientais do dengue e Ae. aegypti, nas cidades gêmeas de Letícia e Tabatinga. Assim, os condicionantes socioambientais da presença de Ae. aegypti, foram: o conhecimento sobre o papel do mosquito como vetor da dengue; a renda e benefícios sociais; a interrupção do serviço de abastecimento de água; a ocorrência de casos de dengue; o uso de métodos de controle; a presença de pontos estratégicos e o conhecimento sobre a biologia de vetores. Do mesmo modo, os condicionantes socioambientais da dengue foram: as campanhas de conhecimento sobre a biologia dos vetores; o uso de métodos de controle; o tempo de residência no município; o deslocamento à área urbana para realizar atividades de lazer; o número de habitantes no domicílio; a presença de ovos de Aedes; as condições do peridomicílio; o uso de reservatórios de água; o reconhecimento das larvas de Aedes, o deslocamento para realizar atividades turísticas e o uso de repelente. Em relação à mobilidade, o maior fluxo de trabalhadores e estudantes foi entre os bairros fronteiriços e a zona comercial tanto em Letícia como em Tabatinga, os quais apresentaram as maiores incidências acumuladas em 2015. Por outro lado, as falhas na articulação de políticas em saúde entre os países, a escassez de agentes e profissionais de saúde para atender a demanda da população estrangeira, a vulnerabilidade social, a carência de infraestrutura em saúde e a precariedade do saneamento básico foram os aspectos mais influentes da condição de fronteira segundo os agentes e profissionais dos serviços de saúde. Enfim, este estudo contribuiu na identificação dos condicionantes e determinantes da dengue e seus vetores no contexto transnacional, relacionadas principalmente às condições de saneamento básico, acessibilidade aos serviços básicos e mobilidade transfronteiriça, bem como, se reconhece a fronteira como um determinante da distribuição da dengue e seus vetores, que aumenta a vulnerabilidade social e programática das populações transfronteiriças e os serviços de saúde. |
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Carvajal Córtes, José JoaquinSantos, Flavia Barreto dosHorta, Marco Aurélio PereiraWerneck, GuilhermeMachado, Lia OsórioFeitosa, PatriciaPeiter, Paulo CesarHonório, Nildimar Alves2023-04-18T21:51:04Z2023-04-18T21:51:04Z2018CARVAJAL CÓRTES, José Joaquin. Determinantes e condicionantes sociais e ambientais da distribuição espaço temporal do dengue e seus vetores - Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes albopictus (Skuse, 1894) – na tríplice fronteira amazônica (BRASIL-COLÔMBIA-PERU). 2018. 331 f. Tese (Doutorado em Medicina Tropical) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57859Os vírus dengue são transmitidos naturalmente pelo mosquito Aedes aegypti, seu principal vetor no mundo, e em algumas regiões, também pelo mosquito Aedes albopictus. O dengue causa cerca de 390 milhões de novas infecções anualmente, põe em risco cerca de 2,5 a 3 bilhões de pessoas e é endêmico em regiões tropicais. O Brasil é o país com a maior incidência da região das Américas. Neste país as áreas de fronteira internacional merecem atenção especial por sua posição estratégica para o controle da entrada de novos sorotipos do vírus e para a difusão de outras arboviroses como Zika, chikungunya e seus vetores. Na zona de fronteira entre Brasil Colômbia e Peru, o primeiro surto de dengue ocorreu em 2011, e se mantém endêmico até o momento. Em 1996, Ae. albopictus foi encontrado na cidade de Tabatinga-AM (Brasil), enquanto em Letícia (Colômbia) este vetor foi registrado em 1998. No Peru, por enquanto não tem se registrado a presença de Ae. albopictus no seu território. Ae. aegypti, foi registrado pela primeira vez em Tabatinga em 2008, enquanto em Iquitos (Peru) em 1894 e em Letícia em 2009. Assim, o processo saúde-doença varia em função das diferentes situações de vulnerabilidade social de cada país, revelando descontinuidades políticas, jurídicas, institucionais, sociais, culturais, dentre outras. Nesse sentido, a principal motivação para o desenvolvimento desta tese foi compreender a importância da fronteira na dinâmica da distribuição do dengue e seus vetores e, identificar seus principais determinantes e condicionantes, bem como caracterizar e compreender o papel das estratégias de articulação entre as equipes e ações de saúde dos países no controle da dengue nessa zona de fronteira. Trata-se de um estudo com um componente ecológico e um componente transversal. O componente de estudo ecológico foi realizado a partir de análises e tratamento de dados entomológicos, epidemiológicos, ambientais e sociais relacionados com dengue e seus vetores, utilizando ferramentas de geoprocessamento e de análise geoestatística. 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Do mesmo modo, os condicionantes socioambientais da dengue foram: as campanhas de conhecimento sobre a biologia dos vetores; o uso de métodos de controle; o tempo de residência no município; o deslocamento à área urbana para realizar atividades de lazer; o número de habitantes no domicílio; a presença de ovos de Aedes; as condições do peridomicílio; o uso de reservatórios de água; o reconhecimento das larvas de Aedes, o deslocamento para realizar atividades turísticas e o uso de repelente. Em relação à mobilidade, o maior fluxo de trabalhadores e estudantes foi entre os bairros fronteiriços e a zona comercial tanto em Letícia como em Tabatinga, os quais apresentaram as maiores incidências acumuladas em 2015. Por outro lado, as falhas na articulação de políticas em saúde entre os países, a escassez de agentes e profissionais de saúde para atender a demanda da população estrangeira, a vulnerabilidade social, a carência de infraestrutura em saúde e a precariedade do saneamento básico foram os aspectos mais influentes da condição de fronteira segundo os agentes e profissionais dos serviços de saúde. Enfim, este estudo contribuiu na identificação dos condicionantes e determinantes da dengue e seus vetores no contexto transnacional, relacionadas principalmente às condições de saneamento básico, acessibilidade aos serviços básicos e mobilidade transfronteiriça, bem como, se reconhece a fronteira como um determinante da distribuição da dengue e seus vetores, que aumenta a vulnerabilidade social e programática das populações transfronteiriças e os serviços de saúde.Dengue viruses are transmitted naturally by Aedes aegypti, its main vector in the world, and in some regions, also by Aedes albopictus. Dengue causes about 390 million new infections annually, about 2.5 to 3 billion people and is endemic in tropical regions. Brazil is the country with the highest incidence in the Americas region. In this country the international border areas deserve special attention due to their strategic position to control the entry of new virus serotypes and the diffusion of other arboviruses such as Zika, chikungunya and their vectors. In the border zone between Brazil-Colombia and Peru, the first outbreak of dengue occurred in 2011, and remains endemic until the moment. In 1996, Ae. albopictus was found in the city of Tabatinga-AM (Brazil), while in Leticia (Colombia), this vector was first recorded in 1998. In Peru, the presence of Ae. albopictus in its territory has not been recorded. Ae. aegypti, was registered for the first time in Tabatinga in 2008, while in Iquitos (Peru) in 1894 and in Leticia in 2009. Thus, the health-disease process varies according to the different situations of social vulnerability in each country, revealing political discontinuities, legal, institutional, social, cultural, among others. In this sense, the main motivation for the development of this thesis was to understand the importance of the border in the dynamics of the distribution of dengue and its vectors and to identify its main determinants and conditionants, as well as to characterize and understand the role of the strategies of articulation between the health teams and actions of the countries in the control of dengue in this border zone. This is a study with an ecological component and a transversal component. The ecological study component was carried out based on the analysis and treatment of entomological, epidemiological, environmental and social data related to dengue and its vectors, using geoprocessing and geostatistical analysis tools. The cross-sectional study component was performed through the collection of entomological data and the application of research instruments (focus groups, semi structured interviews and household surveys with a free consent) for the characterization and diagnosis of the sociodemographic situation and epidemiological surveillance and control of endemic diseases in the municipalities of the study area, encompassing the twin cities of Leticia (Colombia) and Tabatinga (Brasil). The findings show associations between the largest number of breeding sites of both species or Ae. aegypti larvae, with neighborhoods close to the border line, as well as the lowest number of breeding sites or Ae. aegypti larvae and the largest number of breeding sites or Ae. albopictus larvae, with peripheral or peri-urban neighborhoods. In addition, temperature, relative humidity and precipitation were identified as climatic determinants of Ae. aegypti (2009-2016) and Ae. albopictus (2001-2016) infestation in the city of Leticia. The distance from the residences to the international border line in the twin cities of Letícia and Tabatinga was inversely correlated with the abundance of Aedes, and the highest concentration of Aedes sp. (55.4%), Ae. aegypti (30.1%) and adults of Ae. aegypti (40.4%), occurred in residences located within 300 meters of the international border line. The findings point toward the existence of differences between the social and environmental determinants and conditionants of dengue and Ae. aegypti, in the twin cities of Leticia and Tabatinga. Thus, the socioenvironmental conditionants of the presence of Ae. aegypti, were: knowledge about the role of the mosquito as a vector of dengue; income and social benefits; interruption of the water supply service; the occurrence of dengue cases; the use of control methods; the presence of strategic points and the knowledge about vector biology. Likewise, the social and environmental conditionants of dengue were: awareness campaigns on the biology of vectors; the use of control methods; the length of residence in the municipality; the displacement to the urban area to carry out leisure activities; the number of inhabitants in the household; the presence of Aedes eggs; the conditions of the peridomicile; the use of water reservoirs; the recognition of Aedes larvae, the displacement to carry out tourist activities and the use of repellent. In terms of mobility, the largest flow of workers and students were between the border neighborhoods and the commercial area, both in Leticia and in Tabatinga, which had the highest accumulated incidences in 2015. On the other hand, failures in the articulation of health policies between countries, the scarcity of agents and health professionals to meet the demand of the foreign population, social vulnerability, the lack of health infrastructure and the precariousness of basic sanitation were the most influential aspects of the border condition according to health service agents and professionals. Finally, this study contributed to the identification of conditions and determinants of dengue and its vectors in the transnational context, mainly related to basic sanitation conditions, accessibility to basic services and cross-border mobility, as well as recognizing the border as a determinant of the distribution of dengue and its vectors, which increases the social and programmatic vulnerability of cross-border populations and health servicesFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porDeterminantes socias e ambientais da saúdeDengueAedes aegyptiAedes albopictusFronteiraEcossistema AmazônicoDeterminantes Sociais da SaúdeDengueAedesDistribuição TemporalDeterminantes e condicionantes sociais e ambientais da distribuição espaço temporal do dengue e seus vetores - Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes albopictus (Skuse, 1894) – na tríplice fronteira amazônica (BRASIL-COLÔMBIA-PERU)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2018Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropicalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/57859/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALjose_cortes_ioc_dout_2018.pdfapplication/pdf82195607https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/57859/2/jose_cortes_ioc_dout_2018.pdf99e04756279c2409934501f63d08b886MD52icict/578592023-09-04 11:49:29.68oai:www.arca.fiocruz.br:icict/57859Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-09-04T14:49:29Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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Ae. aegypti, foi registrado pela primeira vez em Tabatinga em 2008, enquanto em Iquitos (Peru) em 1894 e em Letícia em 2009. Assim, o processo saúde-doença varia em função das diferentes situações de vulnerabilidade social de cada país, revelando descontinuidades políticas, jurídicas, institucionais, sociais, culturais, dentre outras. Nesse sentido, a principal motivação para o desenvolvimento desta tese foi compreender a importância da fronteira na dinâmica da distribuição do dengue e seus vetores e, identificar seus principais determinantes e condicionantes, bem como caracterizar e compreender o papel das estratégias de articulação entre as equipes e ações de saúde dos países no controle da dengue nessa zona de fronteira. Trata-se de um estudo com um componente ecológico e um componente transversal. O componente de estudo ecológico foi realizado a partir de análises e tratamento de dados entomológicos, epidemiológicos, ambientais e sociais relacionados com dengue e seus vetores, utilizando ferramentas de geoprocessamento e de análise geoestatística. O componente de estudo transversal foi realizado através da coleta de dados entomológicos e aplicação de instrumentos de pesquisa (grupos focais, entrevistas semi-estruturadas e inquéritos domiciliares com termo livre de consentimento), para a caracterização e diagnóstico da situação sociodemográfica e dos sistemas de vigilância epidemiológica e controle de endemias nos municípios da área de estudo abrangendo as cidades gêmeas de Leticia (Colômbia) e Tabatinga (Brasil). Os achados mostraram associações entre o maior número de criadouros de ambas espécies ou larvas de Ae. aegypti, com bairros próximos à linha de fronteira, bem como o menor número de criadouros ou larvas de Ae. aegypti e o maior número de criadouros ou larvas de Ae. albopictus, com bairros periféricos ou periurbanos. Adicionalmente, identificaram-se a temperatura, a umidade relativa e a precipitação como determinantes climáticos da infestação de Ae. aegypti (2009-2016) e Ae. albopictus (2001-2016) na cidade de Letícia. A distância das residências à linha internacional de fronteira nas cidades gêmeas de Letícia e Tabatinga, encontrou-se inversamente correlacionada com a abundância de Aedes, sendo que a maior concentração de ovos de Aedes sp. (55,4%), larvas de Ae. aegypti (30,1%) e adultos de Ae. aegypti (40,4%), ocorreram nas residências localizadas no raio de 300 metros da linha internacional de fronteira. Os achados apontam a existência de diferenças entre os determinantes e condicionantes sociais e ambientais do dengue e Ae. aegypti, nas cidades gêmeas de Letícia e Tabatinga. Assim, os condicionantes socioambientais da presença de Ae. aegypti, foram: o conhecimento sobre o papel do mosquito como vetor da dengue; a renda e benefícios sociais; a interrupção do serviço de abastecimento de água; a ocorrência de casos de dengue; o uso de métodos de controle; a presença de pontos estratégicos e o conhecimento sobre a biologia de vetores. Do mesmo modo, os condicionantes socioambientais da dengue foram: as campanhas de conhecimento sobre a biologia dos vetores; o uso de métodos de controle; o tempo de residência no município; o deslocamento à área urbana para realizar atividades de lazer; o número de habitantes no domicílio; a presença de ovos de Aedes; as condições do peridomicílio; o uso de reservatórios de água; o reconhecimento das larvas de Aedes, o deslocamento para realizar atividades turísticas e o uso de repelente. Em relação à mobilidade, o maior fluxo de trabalhadores e estudantes foi entre os bairros fronteiriços e a zona comercial tanto em Letícia como em Tabatinga, os quais apresentaram as maiores incidências acumuladas em 2015. Por outro lado, as falhas na articulação de políticas em saúde entre os países, a escassez de agentes e profissionais de saúde para atender a demanda da população estrangeira, a vulnerabilidade social, a carência de infraestrutura em saúde e a precariedade do saneamento básico foram os aspectos mais influentes da condição de fronteira segundo os agentes e profissionais dos serviços de saúde. Enfim, este estudo contribuiu na identificação dos condicionantes e determinantes da dengue e seus vetores no contexto transnacional, relacionadas principalmente às condições de saneamento básico, acessibilidade aos serviços básicos e mobilidade transfronteiriça, bem como, se reconhece a fronteira como um determinante da distribuição da dengue e seus vetores, que aumenta a vulnerabilidade social e programática das populações transfronteiriças e os serviços de saúde. |
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CARVAJAL CÓRTES, José Joaquin. Determinantes e condicionantes sociais e ambientais da distribuição espaço temporal do dengue e seus vetores - Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes albopictus (Skuse, 1894) – na tríplice fronteira amazônica (BRASIL-COLÔMBIA-PERU). 2018. 331 f. Tese (Doutorado em Medicina Tropical) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018. |
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