Caracterização de mutantes de Leptospira spp. na identificação de fatores de virulência

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Autor(a) principal: Figueira, Cláudio Pereira
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4148
Resumo: O gênero Leptospira inclui espécies não patogênicas, que vivem exclusivamente no ambiente, assim como espécies patogênicas capazes de infectar o homem e animais. Há poucos anos, os genomas de três espécies patogênicas e de uma não patogênica foram sequenciados. Leptospira interrogans é a principal espécie causadora da leptospirose humana, especialmente nas áreas urbanas do Brasil, e cerca de 1200 genes podem estar associados à virulência na L. interrogans. Ferramentas moleculares, capazes de modificar geneticamente espécies de leptospiras, são essenciais para a compreensão do papel funcional destes genes. Neste trabalho, foram caracterizados mutantes obtidos por diferentes abordagens moleculares para avaliação de potenciais fatores de virulência em L. interrogans. Utilizando-se a técnica de mutagênese randômica, por meio da inserção do transposon Himar1, foi obtido um mutante com o gene interrompido da lipoproteína Loa22, a qual possui um segmento idêntico ao domínio OmpA. Verificou-se que a ausência de Loa22 levou a perda de virulência desta bactéria em modelos animais, enquanto que o mutante com o gene loa22 reconstituído voltou a apresentar virulência semelhante à cepa selvagem original, sendo a primeira descrição de um fator de virulência em leptospiras. Para avaliar especificamente o papel da LigA e da LigB, proteínas com várias evidências de associação com virulência, duas estratégias foram utilizadas: a recombinação homóloga por mutação dirigida para obter a deleção do gene ligB em L. interrogans cepa L1130; e um plasmídeo replicativo para a inserção do gene ligA e ligB em L. biflexa. Como resultado, verificou-se que a ausência de LigB não é suficiente para provocar a perda de virulência da L. interrogans; e por fim, foi demonstrado que a expressão heteróloga de LigA e LigB em L. biflexa conferiu aumento na adesão em cultura de célula e em fibronectina. Este último estudo mostra que a expressão heteróloga em L. biflexa pode servir para caracterizar fatores de virulência do agente causador da leptospirose. O conjunto destes achados contribui para a compreensão da patogênese da leptospirose e poderá cooperar no desenvolvimento uma vacina eficaz para o controle da transmissão desta doença e para obtenção de novos métodos de diagnóstico para leptospirose.
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Ferramentas moleculares, capazes de modificar geneticamente espécies de leptospiras, são essenciais para a compreensão do papel funcional destes genes. Neste trabalho, foram caracterizados mutantes obtidos por diferentes abordagens moleculares para avaliação de potenciais fatores de virulência em L. interrogans. Utilizando-se a técnica de mutagênese randômica, por meio da inserção do transposon Himar1, foi obtido um mutante com o gene interrompido da lipoproteína Loa22, a qual possui um segmento idêntico ao domínio OmpA. Verificou-se que a ausência de Loa22 levou a perda de virulência desta bactéria em modelos animais, enquanto que o mutante com o gene loa22 reconstituído voltou a apresentar virulência semelhante à cepa selvagem original, sendo a primeira descrição de um fator de virulência em leptospiras. 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O conjunto destes achados contribui para a compreensão da patogênese da leptospirose e poderá cooperar no desenvolvimento uma vacina eficaz para o controle da transmissão desta doença e para obtenção de novos métodos de diagnóstico para leptospirose.The genus Leptospira includes non-pathogenic free-living and pathogenic species that can infect humans and animals. Recently the genome of four species, including a non-pathogenic one, was published. Leptospira interrogans is the main species that causes human leptospirosis, especially in the urban areas of Brazil, and about 1200 genes may be associated with virulence in this specie. For that reason, molecular tools used to genetically modify this agent are essential to understanding the biology of the agent and the role of these genes. In this work, mutants obtained by different molecular approaches were characterized to identify potential virulence factors in L. interrogans. The random mutagenesis with Himar1 transposon was used to obtain a mutant with interruption of the gene loa22, which product is a described protein with a predicted OmpA domain. The mutant showed loss of virulence in animal models, and the virulence was restored with the complementation with the homologous gene, becoming the first description of a virulence factor in leptospires. To evaluate the role of LigA and LigB, described putative virulence factors in leptospires, two different approaches were used: allelic exchange using targeted mutagenesis to disrupt the ligB gene in L. interrogans strain Fiocruz L1 130; and the use of replicative plasmid to insert the heterologous genes of ligA and ligB in the L. biflexa. As result, we showed that the absence of LigB is not sufficient to cause the loss in the virulence of L. interrogans; and it was also shown that heterologous expression of LigA and LigB in L. biflexa confers enhanced adhesion to cell culture and fibronectin. This study indicates that L. biflexa can serve as a surrogate host to characterize the role of virulence factors in Leptospira sp. .These results contribute to a better understanding of the pathogenesis of leptospirosis and may be important in studies for the development of an effective vaccine and new diagnostic methods.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz. Salvador, Bahia, Brasilpors. nLeptospiraFatores de VirulênciaMutagêneseCaracterização de mutantes de Leptospira spp. na identificação de fatores de virulênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2011Centro de Pesquisas Gonçalo MonizFundação Oswaldo Cruz. 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