Educação popular e saúde mental: possíveis diálogos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54925 |
Resumo: | A tese investiga as aproximações e diálogos entre saúde mental e educação popular, tomando como referência as teorias decoloniais. Entendendo a lógica manicomial como derivativa da colonialidade e de seu modelo hegemônico de ciência, o texto discute que a institucionalização de uma perspectiva psicossocial de saúde mental não garante, por si só, o rompimento com práticas normativas e fundadas em uma concepção reducionista de sujeito, característica do paradigma biomédico e atualizada pela psiquiatria e demais saberes psi. Através do resgate de suas origens e propostas a educação popular na perspectiva de Paulo Freire é apresentada como uma prática política, técnica e metodológica capaz de fomentar a construção de uma perspectiva de saúde mental antimanicomial, atenta às opressões estruturais presentes na sociedade contemporânea e pautada em práticas interseccionais antirracistas, antipatriarcais e anticapitalistas. A metodologia da investigação é baseada no arcabouço das pesquisas qualitativas de caráter exploratório, sendo a revisão bibliográfica e as entrevistas semi-estruturadas as técnicas empregadas para o levantamento de informações sobre o tema. Um objetivo da metodologia é buscar aproximação com os referenciais das teorias decoloniais e da educação popular para a construção de possibilidades metodológicas que dialoguem com o caráter crítico e inventivo dessas abordagens e se diferenciem de uma perspectiva meramente exploratória de pesquisa. Assim as possiblidades da educação popular como metodologia de pesquisa são discutidas, em particular na adaptação da proposta de descrita por Paulo Freire para a identificação de temas geradores a partir das entrevistas. Com base na revisão da literatura e análise das entrevistas, é discutida também a possibilidade da educação popular e a saúde mental, em uma perspectiva antimanicomial, se caracterizarem como processos de descolonização epistêmica, abrindo horizontes para o reconhecimento de outros saberes e experiências ignorados, ou mesmo apagados pelo modelo de ciência e de produção de conhecimento até então hegemônicos no campo da saúde. |
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Dias, João Vinícius dos SantosAmarante, Paulo Duarte de Carvalho2022-09-28T23:50:41Z2022-09-28T23:50:41Z2022DIAS, João Vinícius dos Santos. Educação popular e saúde mental: possíveis diálogos. 2022. 233 f. . Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54925A tese investiga as aproximações e diálogos entre saúde mental e educação popular, tomando como referência as teorias decoloniais. Entendendo a lógica manicomial como derivativa da colonialidade e de seu modelo hegemônico de ciência, o texto discute que a institucionalização de uma perspectiva psicossocial de saúde mental não garante, por si só, o rompimento com práticas normativas e fundadas em uma concepção reducionista de sujeito, característica do paradigma biomédico e atualizada pela psiquiatria e demais saberes psi. Através do resgate de suas origens e propostas a educação popular na perspectiva de Paulo Freire é apresentada como uma prática política, técnica e metodológica capaz de fomentar a construção de uma perspectiva de saúde mental antimanicomial, atenta às opressões estruturais presentes na sociedade contemporânea e pautada em práticas interseccionais antirracistas, antipatriarcais e anticapitalistas. A metodologia da investigação é baseada no arcabouço das pesquisas qualitativas de caráter exploratório, sendo a revisão bibliográfica e as entrevistas semi-estruturadas as técnicas empregadas para o levantamento de informações sobre o tema. Um objetivo da metodologia é buscar aproximação com os referenciais das teorias decoloniais e da educação popular para a construção de possibilidades metodológicas que dialoguem com o caráter crítico e inventivo dessas abordagens e se diferenciem de uma perspectiva meramente exploratória de pesquisa. Assim as possiblidades da educação popular como metodologia de pesquisa são discutidas, em particular na adaptação da proposta de descrita por Paulo Freire para a identificação de temas geradores a partir das entrevistas. Com base na revisão da literatura e análise das entrevistas, é discutida também a possibilidade da educação popular e a saúde mental, em uma perspectiva antimanicomial, se caracterizarem como processos de descolonização epistêmica, abrindo horizontes para o reconhecimento de outros saberes e experiências ignorados, ou mesmo apagados pelo modelo de ciência e de produção de conhecimento até então hegemônicos no campo da saúde.Employing decolonial theories as a framework, the thesis analyzes the intersections and exchanges between mental health and popular education. The text discusses how, by understanding manicomial logic as a derivative of coloniality and its hegemonic model of science, the institutionalization of a psychosocial perspective of mental health does not guarantee, by itself, the break with normative practices based on a reductionist conception of the subject, characteristic of the biomedical paradigm and updated by psychiatry and other psi knowledges. Paulo Freire’s perspective of popular education is presented as a political, technical, and methodological practice capable of promoting the construction of an antimanicomial mental health perspective, aware of the structural oppressions present incontemporary society, and based on anti-racist, anti-patriarchal, and anti-capitalist intersectional practices. The research methodology is built around the concept of exploratory qualitative research, with a literature review and semi-structured interviews utilized to acquire information on the issue. One goal of the methodology is to seek convergence with references from decolonial theories and popular education in order to construct methodological possibilities that dialogue with the critical and inventive nature of these approaches while distinguishing themselves from a merely exploratory research perspective. Thus, the prospects of popular education as a research methodology are examined, particularly in the application of Paulo Freire’s concept for identifying generating themes from interviews. Based on the literature review and interview analysis, it is also discussed how popular education and mental health can be characterized as processes of epistemic decolonization, opening horizons for the recognition of other knowledge and experiences that have been ignored, or even erased, by the hegemonic model of science and knowledgeproduction in the health field.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porEducação PopularSaúde MentalDecolonialidadeSaúde PúblicaPopular EducationMental HealthDecolonialityPublic HealthSaúde MentalSaúde PúblicaRacismoColonialismoReforma dos Serviços de SaúdePsiquiatriaEducação da PopulaçãoRevisãoEntrevistas como AssuntoEducação popular e saúde mental: possíveis diálogosPopular education and mental health: possible dialoguesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2022-06-13Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/54925/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALjoao_vinicius_santos_dias_ensp_dout_2022.pdfapplication/pdf1551425https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/54925/2/joao_vinicius_santos_dias_ensp_dout_2022.pdf8377fd78e8e16e53266ad32463a6a8caMD52icict/549252022-09-28 20:50:41.88oai:www.arca.fiocruz.br:icict/54925Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-09-28T23:50:41Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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