Recorrência da cesariana e da prematuridade na pesquisa Nascer no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Barbara Almeida Soares
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49461
Resumo: O objetivo geral dessa tese foi analisar o comportamento das taxas de cesariana e analisar os seus efeitos sobre a prematuridade recorrente e os desfechos neonatais adversos em recém-nascidos prematuros no Brasil. Para isso, a tese foi estruturada sob a forma de três estudos científicos. O primeiro estudo buscou descrever as taxas de cesariana e cesariana recorrente nas regiões do Brasil, segundo a idade gestacional (IG) ao nascer e tipo de hospital, utilizando dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde de 2017. Assim, foram calculadas taxas de cesariana geral e recorrente e, em seguida, analisadas de acordo com a IG, região de residência e tipo de hospital (público/misto, privado). Após, foram realizadas correlações de Spearman entre as taxas de cesariana e cesariana recorrente por subgrupos de IG ao nascer (\226433, 34-36, 37-38, 39-40 e \226541 semanas) e analisadas segundo o tipo de hospital. Este estudo evidenciou taxas de cesariana geral e recorrente de 55,1% e 85,3% por todos os nascidos vivos, respectivamente. Além disso, aproximadamente 60,0% dos termos precoce ocorreram via cesariana, seguido dos prematuros tardios (54,0%). Os hospitais privados de todas as regiões concentraram as maiores taxas de cesariana, sobretudo os do Centro-oeste com mais de 80,0% em quase todas as IG. Observou-se ainda que a taxa geral de cesariana foi altamente correlacionada com quase todas as taxas de cesariana dos subgrupos de IG (R > 0,8, p < 0,05), exceto em \226433 semanas. Ademais, altas correlações também foram observadas entre as taxas de cesarianas dos subgrupos de 34-36 e 37-38 semanas, tanto em hospitais públicos/mistos quanto em hospitais privados. O segundo e terceiro estudos utizaram dados do estudo nacional de base hospitalar \2015Nascer no Brasil\2016 realizado em 2011 e 2012, com entrevistas de 23.894 mulheres. No segundo estudo, 6.701 recém-nascidos foram analisados a fim de estimar a prematuridade recorrente espontânea e por intervenção obstétrica no Brasil. Para isso, aplicou-se o método de ponderação pelo escore de propensão, seguido de regressões logísticas múltiplas. Dentre os prematuros recorrentes, 62,2% foram espontâneos e 37,8% ocorreram por intervenção-obstétrica. Após a ponderação pelo escore de propensão, verificou-se que mulheres com prematuridade prévia apresentaram quase quarto vezes a chance de terem prematuridade recorrente espontânea (ORaj: 3,89, IC95%: 3,01-5,03) e 3,47 vezes a chance de terem prematuridade recorrente por intervenção obstétrica (ORaj: 3,47, IC95%: 2,59-4,66), em compararação às mulheres que tiveram recém-nascidos termo completo. O último estudo buscou investigar os efeitos do tipo de parto sobre os desfechos neonatais em 2.115 recém-nascidos prematuros com IG entre 27 e 366/7 semanas, considerando o risco obstétrico. Foi possível observar que 48,3% dos nascimentos prematuros ocorreram via cesariana, sendo 35,0% destes em mulheres de baixo risco obstétrico. Dentre os prematuros de 27-336/7 semanas, no geral, a cesariana mostrou associações significativamente maiores para oxigenoterapia durante a internação hospitalar (ORaj 1,79, IC95% 1,10-2,93) e admissão neonatal em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (ORaj 2,49, IC95% 1,48-4,20). Em prematuros de 34-36 semanas, a cesariana apresentou maiores chances para oxigenoterapia (ORaj 1,81, IC95% 1,28-2,56), antibioticoterapia durante a internação hospitalar (ORaj 1,58, IC95% 1,02-2,48) e óbito neonatal (ORaj 9,68, IC95% 2,79-33,61). Além disso, verificou-se que a prevalência do desfecho neonatal composto foi maior nos partos prematuros via cesariana, especialmente no subgrupo de mulheres de baixo risco obstétrico. Diante disso, essa tese reforça a persistência das altas taxas de cesarianas no Brasil, em especial no setor privado de saúde. Isso indica que muitas dessas cesarianas continuam sendo realizadas sem indicação clínica, acarretando em maiores prevalências de cesarianas por repetição, antecipação da IG e maiores riscos de desfechos neonatais adversos, principalmente em mulheres de baixo risco obstétrico. Fornece ainda subsídios para que as políticas de saúde voltadas para atenção ao parto e nascimento, sejam complementadas com iniciativas focadas em maior incentivo do parto vaginal, principalmente, o parto vaginal após cesárea em gestações subsequentes a fim de reduzir nascimentos prematuros e os riscos de desfechos neonatais adversos provenientes de cesarianas desnecessárias.
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spelling Dias, Barbara Almeida SoaresLeal, Maria do Carmo2021-10-19T00:02:05Z2021-10-19T00:02:05Z2021DIAS, Barbara Almeida Soares. Recorrência da cesariana e da prematuridade na pesquisa Nascer no Brasil. 156 f. Tese (Doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2021.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49461O objetivo geral dessa tese foi analisar o comportamento das taxas de cesariana e analisar os seus efeitos sobre a prematuridade recorrente e os desfechos neonatais adversos em recém-nascidos prematuros no Brasil. Para isso, a tese foi estruturada sob a forma de três estudos científicos. O primeiro estudo buscou descrever as taxas de cesariana e cesariana recorrente nas regiões do Brasil, segundo a idade gestacional (IG) ao nascer e tipo de hospital, utilizando dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde de 2017. Assim, foram calculadas taxas de cesariana geral e recorrente e, em seguida, analisadas de acordo com a IG, região de residência e tipo de hospital (público/misto, privado). Após, foram realizadas correlações de Spearman entre as taxas de cesariana e cesariana recorrente por subgrupos de IG ao nascer (\226433, 34-36, 37-38, 39-40 e \226541 semanas) e analisadas segundo o tipo de hospital. Este estudo evidenciou taxas de cesariana geral e recorrente de 55,1% e 85,3% por todos os nascidos vivos, respectivamente. Além disso, aproximadamente 60,0% dos termos precoce ocorreram via cesariana, seguido dos prematuros tardios (54,0%). Os hospitais privados de todas as regiões concentraram as maiores taxas de cesariana, sobretudo os do Centro-oeste com mais de 80,0% em quase todas as IG. Observou-se ainda que a taxa geral de cesariana foi altamente correlacionada com quase todas as taxas de cesariana dos subgrupos de IG (R > 0,8, p < 0,05), exceto em \226433 semanas. Ademais, altas correlações também foram observadas entre as taxas de cesarianas dos subgrupos de 34-36 e 37-38 semanas, tanto em hospitais públicos/mistos quanto em hospitais privados. O segundo e terceiro estudos utizaram dados do estudo nacional de base hospitalar \2015Nascer no Brasil\2016 realizado em 2011 e 2012, com entrevistas de 23.894 mulheres. No segundo estudo, 6.701 recém-nascidos foram analisados a fim de estimar a prematuridade recorrente espontânea e por intervenção obstétrica no Brasil. Para isso, aplicou-se o método de ponderação pelo escore de propensão, seguido de regressões logísticas múltiplas. Dentre os prematuros recorrentes, 62,2% foram espontâneos e 37,8% ocorreram por intervenção-obstétrica. Após a ponderação pelo escore de propensão, verificou-se que mulheres com prematuridade prévia apresentaram quase quarto vezes a chance de terem prematuridade recorrente espontânea (ORaj: 3,89, IC95%: 3,01-5,03) e 3,47 vezes a chance de terem prematuridade recorrente por intervenção obstétrica (ORaj: 3,47, IC95%: 2,59-4,66), em compararação às mulheres que tiveram recém-nascidos termo completo. O último estudo buscou investigar os efeitos do tipo de parto sobre os desfechos neonatais em 2.115 recém-nascidos prematuros com IG entre 27 e 366/7 semanas, considerando o risco obstétrico. Foi possível observar que 48,3% dos nascimentos prematuros ocorreram via cesariana, sendo 35,0% destes em mulheres de baixo risco obstétrico. Dentre os prematuros de 27-336/7 semanas, no geral, a cesariana mostrou associações significativamente maiores para oxigenoterapia durante a internação hospitalar (ORaj 1,79, IC95% 1,10-2,93) e admissão neonatal em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (ORaj 2,49, IC95% 1,48-4,20). Em prematuros de 34-36 semanas, a cesariana apresentou maiores chances para oxigenoterapia (ORaj 1,81, IC95% 1,28-2,56), antibioticoterapia durante a internação hospitalar (ORaj 1,58, IC95% 1,02-2,48) e óbito neonatal (ORaj 9,68, IC95% 2,79-33,61). Além disso, verificou-se que a prevalência do desfecho neonatal composto foi maior nos partos prematuros via cesariana, especialmente no subgrupo de mulheres de baixo risco obstétrico. Diante disso, essa tese reforça a persistência das altas taxas de cesarianas no Brasil, em especial no setor privado de saúde. Isso indica que muitas dessas cesarianas continuam sendo realizadas sem indicação clínica, acarretando em maiores prevalências de cesarianas por repetição, antecipação da IG e maiores riscos de desfechos neonatais adversos, principalmente em mulheres de baixo risco obstétrico. Fornece ainda subsídios para que as políticas de saúde voltadas para atenção ao parto e nascimento, sejam complementadas com iniciativas focadas em maior incentivo do parto vaginal, principalmente, o parto vaginal após cesárea em gestações subsequentes a fim de reduzir nascimentos prematuros e os riscos de desfechos neonatais adversos provenientes de cesarianas desnecessárias.The aim of this thesis was to analyze the behavior of C section rates and to analyze their effects on recurrent preterm and adverse neonatal outcomes in preterm births in Brazil. The thesis was structured in three scientific articles. The first article described the variations of cesarean and repeat cesarean rates in Brazil, according to geographical regions, gestational age (GA) and type of hospital, using data from the Information System on Live Births (SINASC) and Brazilian National Database of Healthcare Facilities (CNES) in the 2017. Thus, overall cesarean and repeat cesarean rates were calculated and then analyzed according to the GA, region of residence and type of hospital (public/mixed, private). Spearman\2019s correlations were performed between overall cesarean and recurrent cesarean rates by subgroups of GA birth (\226433, 34 36, 37 38, 39 40 and \226541 weeks) and analyzed according to the type of hospital. Overall cesarean and recurrent cesarean rates were 55.1% and 85.3% for all live births, respectively. In addition, almost 60.0% of the early terms occurred by cesarean section, followed by late preterm infants (54.0%). In all regions the private hospitals concentrated the highest rates of cesarean sections, especially those in the Midwest with more than 80.0% in almost all GA\2019s. Also It was observed that the overall cesarean section rate was highly correlated with almost all cesarean section rates of the GA subgroups (r> 0.8, p <0.05), except in \226433 weeks. In addition, high correlations were also observed between cesarean section rates in the 34 36 and 37 38 weeks subgroups, both in public / mixed hospitals and in private hospitals. The second and third articles used data from the national hospital based \2015Birth in Brazil\2016 study in 2011 2012, with a sample of 23,894 women. In the second article, 6,701 newborns were analyzed in order to estimate recurrent spontaneous preterm and recurrent provider initiated preterm in Brazil. For this, the weighting method by the propensity score was applied, followed by multiple logistic regressions. Among recurrent preterm birth, 62.2% were spontaneous and 37.8% occurred due to provider initiated. After weighting the propensity score, it was found that women with previous preterm had 3.89 times the odds of having recurrent spontaneous preterm (aOR 3.89, 95% CI 3.01 5.03) and 3.47 times the odds of having recurrent provider initiated preterm (aOR 3.47, 95% CI 2.59 4.66), compared to women who had full term newborns. The last article studied the effects of the type of delivery on adverse neonatal outcomes in 2,115 preterm births with GA between 27 and 366/7 weeks, considering the obstetric risk. It was observed that 48.3% of preterm births occurred by cesarean section, which 35.0% ocurred in women at low obstetric risk. Included in preterms with 27 336/7 weeks, in general, cesarean section showed significantly high associations for oxygen therapy during hospitalization (aOR 1.79, 95% CI 1.10 2.93) and neonatal admission to the Neonatal Intensive Care Unit (ajOR 2.49 95% CI 1.48 4.20). In preterms with 34 36 weeks, cesarean section showed more chances to have oxygen therapy (aOR 1.81, 95% CI 1.28 2.56), antibiotic therapy during hospitalization (aOR 1.58, 95% CI 1.02 2.48) and neonatal death (aOR 9.68, 95% CI 2.79 33.61). In addition, the prevalence of the composite neonatal outcome was higher in preterm by cesarean section, especially in the subgroup of women with low obstetric risk. Therefore, this thesis reinforces the persistence of high rates of cesarean sections in Brazil, especially in the private health sector. This indicates that many of these cesareans continue to be performed without clinical indication, leading to higher prevalence of recurrent cesarean sections, anticipation of GA and higher risks of adverse neonatal outcomes, especially in women at low obstetric risk. It also provides the basis that allowed childbirth and birth care health policies be merged with initiatives focused on vaginal delivery, especially vaginal delivery after cesarean section in subsequent pregnancies in order to reduce preterm births, and thus reducing the risks of adverse neonatal outcomes from unnecessary cesarean sections.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porSaúde Materno-InfantilCesáreaNascimento PrematuroDesfechos da GravidezMorbidadeBrasilMaternal and Child HealthCesarean SectionPremature BirthPregnancy OutcomeMorbidityBrazilSaúde Materno InfantilCesáreaNascimento PrematuroGravidezMorbidadeRecorrência da cesariana e da prematuridade na pesquisa Nascer no BrasilRecurrence of cesarean section and prematurity in the Birth in Brazil researchinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2021-05-21Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/49461/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALbarbara_almeida_soares_dias_ensp_dout_2021.pdfbarbara_almeida_soares_dias_ensp_dout_2021.pdfapplication/pdf2488633https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/49461/2/barbara_almeida_soares_dias_ensp_dout_2021.pdf36f5c580eb4fa157d35ac6084118900fMD52icict/494612021-10-18 21:04:40.078oai:www.arca.fiocruz.br:icict/49461Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-10-19T00:04:40Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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