Terceirização rima com trabalho coletivo?: reflexões a partir da luta dos petroleiros pela saúde em uma refinaria

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Hugo Pinto de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57493
Resumo: A presente pesquisa trata de uma construção compartilhada de conhecimento em saúde, com participação dos operários e sindicalistas petroleiros, e tem o objetivo de estudar as ações unificadas do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (SindiPetro-LP) para questionamento da influência da terceirização no trabalho coletivo e da sua relação com a saúde e a segurança dos petroleiros efetivos e terceirizados lotados na Refinaria Paulo Bernardes, em Cubatão, no período de 2014 a 2022. A metodologia está ancorada em princípios da pesquisa participante e na etnografia. A pesquisa de campo para coleta de dados incluiu realização de visitas às entidades sindicais, entrevistas, pesquisa documental e observação participante, no período de 2020-2022. Os resultados apontam a importância da dimensão coletiva para se garantir um melhor funcionamento e a segurança de um sistema complexo e perigoso como o de uma refinaria. Essa dimensão coletiva se consolida quando os trabalhadores se reconhecem num coletivo por possuírem experiência, confiança e destreza, adquiridas ao longo de suas próprias vivências e convívios, seja com as equipes, seja no manuseio dos equipamentos e aparelhos. Contudo, uma ofensiva patronal tem havido, visando quebrar essa dimensão coletiva através de mudanças nas formas de organização do trabalho disseminadas não só para os terceirizados, mas também para os operadores do quadro efetivo da empresa, e abrange práticas de intensificação do trabalho (aumento do ritmo, prolongamento de jornadas, concessão de incentivos financeiros condicionados a rendimento e avaliação contínua dos operários), redução do efetivo, aumento da exploração capitalista por meio do avanço da terceirização na manutenção, diminuição dos salários, maior concorrência e competitividade entre os trabalhadores quando da contratação e no próprio processo de trabalho. Como forma de minimizar essa estratégia de quebra da dimensão coletiva, o SindiPetro-LP tem atuado em resposta aos ataques da Petrobras e buscado uma articulação junto aos sindicatos dos terceirizados (dos setores de construção civil e metalurgia) e à Comissão de Desempregados, para tomada de ações conjuntas e constituição de uma tabela salarial unificada. Em contrapartida, a ofensiva patronal (de contratante e contratadas) e do Estado se fez presente, tentando desarticular o movimento. Esse processo também ocorre pelas próprias entidades dos trabalhadores, quando delimitam as lutas segundo as barreiras impostas pelo atrelamento sindical ao Estado. Partindo da experiência do SindiPetro-LP, ressaltamos a importância da luta de todos: trabalhadores do quadro efetivo e terceirizados, empregados e desempregados, para frear os efeitos das constantes flutuações e da administração de um verdadeiro exército de reserva no movimento dos trabalhadores e na luta pela saúde.
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A pesquisa de campo para coleta de dados incluiu realização de visitas às entidades sindicais, entrevistas, pesquisa documental e observação participante, no período de 2020-2022. Os resultados apontam a importância da dimensão coletiva para se garantir um melhor funcionamento e a segurança de um sistema complexo e perigoso como o de uma refinaria. Essa dimensão coletiva se consolida quando os trabalhadores se reconhecem num coletivo por possuírem experiência, confiança e destreza, adquiridas ao longo de suas próprias vivências e convívios, seja com as equipes, seja no manuseio dos equipamentos e aparelhos. Contudo, uma ofensiva patronal tem havido, visando quebrar essa dimensão coletiva através de mudanças nas formas de organização do trabalho disseminadas não só para os terceirizados, mas também para os operadores do quadro efetivo da empresa, e abrange práticas de intensificação do trabalho (aumento do ritmo, prolongamento de jornadas, concessão de incentivos financeiros condicionados a rendimento e avaliação contínua dos operários), redução do efetivo, aumento da exploração capitalista por meio do avanço da terceirização na manutenção, diminuição dos salários, maior concorrência e competitividade entre os trabalhadores quando da contratação e no próprio processo de trabalho. Como forma de minimizar essa estratégia de quebra da dimensão coletiva, o SindiPetro-LP tem atuado em resposta aos ataques da Petrobras e buscado uma articulação junto aos sindicatos dos terceirizados (dos setores de construção civil e metalurgia) e à Comissão de Desempregados, para tomada de ações conjuntas e constituição de uma tabela salarial unificada. Em contrapartida, a ofensiva patronal (de contratante e contratadas) e do Estado se fez presente, tentando desarticular o movimento. Esse processo também ocorre pelas próprias entidades dos trabalhadores, quando delimitam as lutas segundo as barreiras impostas pelo atrelamento sindical ao Estado. Partindo da experiência do SindiPetro-LP, ressaltamos a importância da luta de todos: trabalhadores do quadro efetivo e terceirizados, empregados e desempregados, para frear os efeitos das constantes flutuações e da administração de um verdadeiro exército de reserva no movimento dos trabalhadores e na luta pela saúde.The present research is a shared construction of knowledge in health, with the participation of oil workers and union members, and has the objective of studying the unified actions of the Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (SindiPetro-LP) to question the influence of outsourcing on collective work and its relation to the health and safety of effective and outsourced oil workers working at the Paulo Bernardes Refinery in Cubatão in the period from 2014 to 2022. The methodology is anchored in principles of participant research and ethnography. The field research for data collection included visits to union entities, interviews, desk research, and participant observation, in the period 2020-2022. The results point to the importance of the collective dimension to ensure the better functioning and safety of a complex and dangerous system such as a refinery. This collective dimension is consolidated when the workers recognize themselves as a collective by having experience, confidence, and skill, acquired throughout their own experiences and coexistence, either with the teams or in the handling of equipment and devices. However, there has been an employers' offensive, aiming to break this collective dimension through changes in the ways of organizing work, disseminated not only to the outsourced workers, but also to the operators of the company's permanent staff, and includes practices of work intensification (increase in pace, extension of working hours, concession of financial incentives conditioned to performance and continuous evaluation of the workers), reduction of the workforce, increase of capitalist exploitation through the advance of outsourcing in maintenance, reduction of salaries, greater competition and competitiveness among workers when hiring and in the work process itself. As a way to minimize this strategy of breaking the collective dimension, SindiPetro-LP has been acting in response to Petrobras' attacks and has sought an articulation with the unions of outsourced workers (from the civil construction and metallurgy sectors) and with the Commission of Unemployed Workers, to take joint actions and create a unified salary table. On the other hand, the offensive of the employers (contractors and hired companies) and of the State was present, trying to disarticulate the movement. This process also occurs in the workers' own entities, when they delimit the struggles according to the barriers imposed by the union linkage to the State. Based on the experience of SindiPetro-LP, we emphasize the importance of everyone's fight: permanent and outsourced workers, employees and unemployed, to stop the effects of the constant fluctuations and the administration of a true reserve army in the workers' movement and in the fight for health.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porPesquisa ParticipanteIndústria de Petróleo e GásServiços TerceirizadosSindicatosSaúde do TrabalhadorOil and Gas IndustryOutsourced ServicesLabor UnionsWorker’s HealthParticipative ResearchIndústria de Petróleo e GásServiços TerceirizadosSindicatosSaúde do TrabalhadorJornada de TrabalhoSalários e BenefíciosEntrevistas como AssuntoTerceirização rima com trabalho coletivo?: reflexões a partir da luta dos petroleiros pela saúde em uma refinariaDoes outsourcing rhyme with collective work?: reflections from the oil workers struggle for health in a refineryinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2023-02-06Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/57493/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALhugo_pinto_almeida_ensp_dout_2023.pdfapplication/pdf4606337https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/57493/2/hugo_pinto_almeida_ensp_dout_2023.pdf53f0432ed763816c61fa55428feb043cMD52icict/574932023-03-21 15:33:16.237oai:www.arca.fiocruz.br:icict/57493Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-03-21T18:33:16Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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