Apoptose em eritrócitos: envolvimento na patogênese da anemia da malária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Totino, Paulo Renato Rivas
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6926
Resumo: A anemia grave é sem dúvida uma das complicações mais comuns durante a infecção malárica e é uma das principais responsáveis pela elevada taxa de mortalidade de crianças e mulheres grávidas em regiões hiperendêmicas africanas. Embora os mecanismos que desencadeiam a anemia grave da malária ainda não tenham sido completamente elucidados, sabe-se que o aumento da destruição dos eritrócitos não parasitados tem importante contribuição na gênese dessa manifestação clínica. Frente a esse fato e tendo em vista a já descrita susceptibilidade dos eritrócitos ao processo de apoptose, que inclusive parece estar relacionado com a anemia de diversas patologias e pode ser induzida por diferentes tipos de drogas, decidimos estudar a apoptose eritrocitária e sua participação na anemia no decurso da infecção malárica. Primeiramente, avaliamos in vitro a capacidade da cloroquina, mefloquina, artemisinina e quinina em induzir apoptose em eritrócitos humanos. Nesta primeira investigação, observamos que os antimaláricos não tiveram efeito proapoptótico nestas células e, portanto, parecem não participar da anemia da malária através da indução de apoptose eritrocitária. Em seguida, estudando a infecção experimental de camundongos Balb/c pelo Plasmodium yoelii 17XL, constatamos um aumento nos níveis basais de apoptose de eritrócitos não parasitadas e sugerimos que este aumento poderia estar contribuindo com a anemia neste modelo experimental de malária. Porém, quando posteriormente examinamos em paralelo os níveis de apoptose e o grau de anemia, não foi possível observar relação entre estes dois eventos, mas sim entre a carga parasitária e os níveis de apoptose detectados na fase tardia da infecção. A possível influência da parasitemia nos níveis de apoptose eritrocitária parece ter encontrado suporte quando estudamos pacientes infectados pelo P. vivax. De fato, nessa infecção, que cursa com baixa parasitemia, não detectamos alteração nos níveis de apoptose eritrocitária. Como a apoptose além de ter propriedades patogênicas, também está envolvida com a limitação da propagação de parasitas intracelulares, avaliamos então in vitro a capacidade do P. falciparum de infectar eritrócitos apoptóticos. Neste último estudo, verificamos que estas células apoptóticas são refratárias à infecção plasmodial e, portanto, poderiam participar no controle da parasitemia na malária.
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Frente a esse fato e tendo em vista a já descrita susceptibilidade dos eritrócitos ao processo de apoptose, que inclusive parece estar relacionado com a anemia de diversas patologias e pode ser induzida por diferentes tipos de drogas, decidimos estudar a apoptose eritrocitária e sua participação na anemia no decurso da infecção malárica. Primeiramente, avaliamos in vitro a capacidade da cloroquina, mefloquina, artemisinina e quinina em induzir apoptose em eritrócitos humanos. Nesta primeira investigação, observamos que os antimaláricos não tiveram efeito proapoptótico nestas células e, portanto, parecem não participar da anemia da malária através da indução de apoptose eritrocitária. Em seguida, estudando a infecção experimental de camundongos Balb/c pelo Plasmodium yoelii 17XL, constatamos um aumento nos níveis basais de apoptose de eritrócitos não parasitadas e sugerimos que este aumento poderia estar contribuindo com a anemia neste modelo experimental de malária. Porém, quando posteriormente examinamos em paralelo os níveis de apoptose e o grau de anemia, não foi possível observar relação entre estes dois eventos, mas sim entre a carga parasitária e os níveis de apoptose detectados na fase tardia da infecção. A possível influência da parasitemia nos níveis de apoptose eritrocitária parece ter encontrado suporte quando estudamos pacientes infectados pelo P. vivax. De fato, nessa infecção, que cursa com baixa parasitemia, não detectamos alteração nos níveis de apoptose eritrocitária. Como a apoptose além de ter propriedades patogênicas, também está envolvida com a limitação da propagação de parasitas intracelulares, avaliamos então in vitro a capacidade do P. falciparum de infectar eritrócitos apoptóticos. Neste último estudo, verificamos que estas células apoptóticas são refratárias à infecção plasmodial e, portanto, poderiam participar no controle da parasitemia na malária.Severe anaemia is a common complication associated to malaria and plays an important role on mortality, particularly in children and pregnant woman living in malaria hyperendemic African regions. It is well known that together to other mechanisms leading to severe malaria anaemia, premature elimination of non-parasitized red blood cells (nRBC) contributes to the genesis of this malarial complication. Thus, considering the susceptibility of RBC to apoptosis – process that has been related to the anaemia of several pathologies and that can be induced by different drugs – we decided to study erythrocytic apoptosis and its involvement in malaria-associated anaemia. Firstly, we evaluated the in vitro capacity of chloroquine, quinine, artemisinin and mefloquine to induce apoptosis in human RBC. In this first study, it was observed that antimalarial drugs were not able to induce apoptosis in RBC and, therefore, it seems that these drugs do not participate in malaria anameia through induction of erythrocytic apoptosis. Next, studying the experimental infection of P. yoelii 17XL in Balb/c mice, we noted increased levels of nRBC apoptosis that could be related to anaemia in this malaria model. However, when we analyzed, in parallel, apoptotic levels and anaemia degree, no relationship between these two parameters was observed, although an association between parasite load and apoptosis at the later stages of infection had been observed. The putative influence of parasitaemia on apoptotic levels seems to be supported by our studies with P. vivax malaria patients, since the low parasitaemia observed in this infection was not followed by an increase of erytrocytic apoptosis. Considering that besides to pathogenic proprieties, apoptosis also participates in the innate defense trough restriction of intracellular pathogens propagation, we also investigated if P. falciparum parasites were able to infect apoptotic RBC. In this last study, it was possible to observe that apoptotic RBC were refractory to in vitro plasmodial infection and, therefore, it could act protectively by controlling malaria parasite propagation.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porInstituto Oswaldo CruzApoptose em eritrócitos: envolvimento na patogênese da anemia da maláriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2012-03-01Pós-Graduação em Biologia ParasitáriaFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo CruzDoutoradoRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Biologia ParasitáriaEritrócitosApoptoseMortalidade da CriançaMorte MaternaMalária/mortalidadeAnemiainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALpaulo_totino_ioc_dout_2012.pdfpaulo_totino_ioc_dout_2012.pdfapplication/pdf4009343https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6926/1/paulo_totino_ioc_dout_2012.pdf0cf12e4e6c9631d541933a237d4cea87MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81914https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6926/2/license.txt7d48279ffeed55da8dfe2f8e81f3b81fMD52TEXTpaulo_totino_ioc_dout_2012.pdf.txtpaulo_totino_ioc_dout_2012.pdf.txtExtracted texttext/plain170382https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6926/5/paulo_totino_ioc_dout_2012.pdf.txt3c7ae0d8cbd24cdebf07655f3bc3d986MD55THUMBNAILpaulo_totino_ioc_dout_2012.pdf.jpgpaulo_totino_ioc_dout_2012.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1076https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6926/4/paulo_totino_ioc_dout_2012.pdf.jpg5aebeceb7e8b0993240389687b9707fbMD54icict/69262019-05-07 16:46:38.567oai:www.arca.fiocruz.br:icict/6926TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBlIGFjZWl0YXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSB2b2PDqiAoYXV0b3Igb3UgZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzKToKCmEpIERlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zDrXRpY2EgZGUgY29weXJpZ2h0IGRhIGVkaXRvcmEgZG8gc2V1IGRvY3VtZW50by4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgZSBhY2VpdGEgYXMgRGlyZXRyaXplcyBwYXJhIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgRnVuZGHDp8OjbyBPc3dhbGRvIENydXogKEZJT0NSVVopLgoKYykgQ29uY2VkZSDDoCBGSU9DUlVaIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSBhcnF1aXZhciwgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGEgc2VndWlyKSwgY29tdW5pY2FyCiAKZS9vdSBkaXN0cmlidWlyIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBkYSBGSU9DUlVaLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgCgpwb3IgcXVhbHF1ZXIgb3V0cm8gbWVpby4KCmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgRklPQ1JVWiBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgCgpwYXJhIHF1YWxxdWVyIGZvcm1hdG8gZGUgYXJxdWl2bywgbWVpbyBvdSBzdXBvcnRlLCBwYXJhIGVmZWl0b3MgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgcHJlc2VydmHDp8OjbyAoYmFja3VwKSBlIGFjZXNzby4KCmUpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIHN1Ym1ldGlkbyDDqSBvIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyAKCmNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBEZWNsYXJhIHRhbWLDqW0gcXVlIGEgZW50cmVnYSBkbyBkb2N1bWVudG8gbsOjbyBpbmZyaW5nZSBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIAoKaXJyZXN0cml0YSBkbyByZXNwZWN0aXZvIGRldGVudG9yIGRlc3NlcyBkaXJlaXRvcywgcGFyYSBjZWRlciBhIEZJT0NSVVogb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0YSBMaWNlbsOnYSBlIGF1dG9yaXphciBhIAoKdXRpbGl6w6EtbG9zIGxlZ2FsbWVudGUuIERlY2xhcmEgdGFtYsOpbSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBjdWpvcyBkaXJlaXRvcyBzw6NvIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIAoKbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZS4KCmcpIFNFIE8gRE9DVU1FTlRPIEVOVFJFR1VFIMOJIEJBU0VBRE8gRU0gVFJBQkFMSE8gRklOQU5DSUFETyBPVSBBUE9JQURPIFBPUiBPVVRSQSBJTlNUSVRVScOHw4NPIFFVRSBOw4NPIEEgRklPQ1JVWiwgREVDTEFSQSBRVUUgQ1VNUFJJVSAKClFVQUlTUVVFUiBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUEVMTyBSRVNQRUNUSVZPIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4gQSBGSU9DUlVaIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgYXV0b3IoZXMpIGRvcyAKCmRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-05-07T19:46:38Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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