Fatores de risco para as infecções por arbovírus em uma comunidade carente da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, 2015-2016

• Autor(a) principal: Rodrigues, Nádia Cristina Pinheiro
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Daumas, Regina Paiva, Almeida, Andrea Sobral de, Santos, Reinaldo Souza dos, Koster, Isabella, Rodrigues, Pedro Pinheiro, Gomes, Marcelly de Freitas, Macedo, Auriane de Fátima, Gerardi, Alyssa, Leite, Iúri da Costa
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38058
• topic: Epidemias; Dengue; Vírus Zika; Chikungunya; Condições socioeconômicas; Infecções por arbovírus

As epidemias de dengue ocorreram na cidade do Rio de Janeiro (Brasil) desde 1986. No ano de 2015, os vírus Zika e chikungunya foram introduzidos na cidade, causando epidemias sequenciais e simultâneas. Baixas condições socioeconômicas têm sido apontadas como fatores contribuintes da infecção por arbovírus. Descrever a distribuição espacial de casos humanos de infecção sintomática por arbovírus e identificar fatores de risco para esta infecção em uma comunidade carente do Rio de Janeiro (Manguinhos) nos anos 2015 e 2016. Construímos mapas temáticos de incidência de arboviroses usando micro-áreas como unidade de análise. Testes estatísticos e modelo de regressão multinível foram utilizados para avaliar a associação entre a incidência de arboviroses e os fatores sócio demográficos. De 2015 a 2016, 370 casos humanos de infecção por arbovírus foram relatados na comunidade de Manguinhos: 123 em 2015 e 247 em 2016. Houve uma diferença significativa no risco de arboviroses entre as diferentes micro-áreas. Esta diferença não foi explicada pela oferta de serviços básicos (por exemplo, sistema de água canalizada, sistema de esgoto, coleta de lixo). A taxa de incidência cumulativa foi de 855 / 100.000 em dois anos. A incidência foi maior nos indivíduos que apresentaram vulnerabilidade familiar (1.156 / 100.000 versus 794 / 100.000). O modelo ajustado multinível mostrou que a probabilidade de adquirir uma infecção por arbovírus é 55% maior naqueles com vulnerabilidade familiar. Mesmo dentro de um mesmo bairro, há uma grande variabilidade espacial no risco de adquirir uma infecção por arbovírus. As condições que favorecem a proliferação de vetores e a infecção por arbovírus são complexas e envolvem características individuais e ambientais que variam de um lugar para outro. Para reduzir o ônus das arboviroses, as políticas de saúde pública não podem ser descontínuas e serviços básicos precisam ser fornecidos às comunidades sob risco.