Trabalhador bancário no século XXI: sofrimento como potência de vida e resistência ao adoecimento
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19670 |
Resumo: | Considerando a inserção dos bancos no setor de serviços, sua história e principais mudanças sofridas na organização do trabalho a partir da primeira grande reforma bancária no ano de 1964 e, posteriormente, da reestruturação produtiva da década de 1990, a presente pesquisa teve como objetivo geral investigar as manifestações de sofrimento como potência de vida em trabalhadores de um banco estatal brasileiro. Utilizou-se o conceito de sofrimento como um bem do sujeito, por meio de uma abordagem positiva. Caracteriza-se o sofrimento como manifestação de incômodo e mal-estar diante da percepção de perigos e ameaças, e pela insistência do sujeito em permanecer em condições que não lhe são ao todo favoráveis, impulsionando-o à ação transformadora. Como objetivos específicos, buscou-se compreender o processo de trabalho bancário na atualidade, evidenciar as manifestações de sofrimento como potência de vida e de resistência ao adoecimento para esta categoria e discutir o perfil do bancário contemporâneo. Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório, onde foram entrevistados 10 trabalhadores de um banco estatal, com até 15 anos de serviço, lotados em agências do município do Rio de Janeiro. Também foram entrevistados três dirigentes sindicais atuantes na secretaria dos bancos públicos do Sindicato dos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro (SEEB-RJ). Utilizou-se roteiro com dados sociodemográficos e ocupacionais e questões orientadoras que foram analisados a partir do referencial da hermenêutica-dialética. Os resultados apontam que o processo de trabalho nas agências do banco pesquisado é dividido em dois eixos: negócios e serviços. O eixo negócios envolve basicamente as atividades de atendimento ao cliente e vendas, e o eixo serviços envolve as rotinas de pagamento e recebimento, além das atividades de suporte, manutenção predial e contabilidade ainda não assumidas pelo processo de automatização. A análise dos depoimentos evidenciou que o sofrimento se manifesta principalmente pela ansiedade diante das controvérsias do discurso organizacional, do esvaziamento das atividades, das várias metas de vendas a serem alcançadas e cobranças excessivas. O movimento de resistência ao adoecimento configurou-se como predominantemente reativo e individual. Em relação ao perfil da categoria, discutiu-se o papel dos concursos públicos na escolha da profissão, a exacerbação do individualismo e os conflitos na relação com o sindicato. Ao final, sugerem-se possíveis ações que possam converter-se em acolhimento e elaboração do sofrimento, além da contribuição para pautas específicas da categoria que levem em consideração o contexto de trabalho e a experiência dos trabalhadores na formulação de estratégias de resistência e de transformação da realidade. Foram contempladas também atividades de educação sindical para retomada da noção de coletivo e compreensão do papel da entidade na luta por condições dignas de trabalho. |
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Cordeiro, Ana Paula da SilveiraHennington, Élida Azevedo2017-06-29T14:20:40Z2017-06-29T14:20:40Z2016CORDEIRO, Ana Paula da Silveira. Trabalhador bancário no século XXI: sofrimento como potência de vida e resistência ao adoecimento. 2016. 125 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2016.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19670Considerando a inserção dos bancos no setor de serviços, sua história e principais mudanças sofridas na organização do trabalho a partir da primeira grande reforma bancária no ano de 1964 e, posteriormente, da reestruturação produtiva da década de 1990, a presente pesquisa teve como objetivo geral investigar as manifestações de sofrimento como potência de vida em trabalhadores de um banco estatal brasileiro. Utilizou-se o conceito de sofrimento como um bem do sujeito, por meio de uma abordagem positiva. Caracteriza-se o sofrimento como manifestação de incômodo e mal-estar diante da percepção de perigos e ameaças, e pela insistência do sujeito em permanecer em condições que não lhe são ao todo favoráveis, impulsionando-o à ação transformadora. Como objetivos específicos, buscou-se compreender o processo de trabalho bancário na atualidade, evidenciar as manifestações de sofrimento como potência de vida e de resistência ao adoecimento para esta categoria e discutir o perfil do bancário contemporâneo. Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório, onde foram entrevistados 10 trabalhadores de um banco estatal, com até 15 anos de serviço, lotados em agências do município do Rio de Janeiro. Também foram entrevistados três dirigentes sindicais atuantes na secretaria dos bancos públicos do Sindicato dos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro (SEEB-RJ). Utilizou-se roteiro com dados sociodemográficos e ocupacionais e questões orientadoras que foram analisados a partir do referencial da hermenêutica-dialética. Os resultados apontam que o processo de trabalho nas agências do banco pesquisado é dividido em dois eixos: negócios e serviços. O eixo negócios envolve basicamente as atividades de atendimento ao cliente e vendas, e o eixo serviços envolve as rotinas de pagamento e recebimento, além das atividades de suporte, manutenção predial e contabilidade ainda não assumidas pelo processo de automatização. A análise dos depoimentos evidenciou que o sofrimento se manifesta principalmente pela ansiedade diante das controvérsias do discurso organizacional, do esvaziamento das atividades, das várias metas de vendas a serem alcançadas e cobranças excessivas. O movimento de resistência ao adoecimento configurou-se como predominantemente reativo e individual. Em relação ao perfil da categoria, discutiu-se o papel dos concursos públicos na escolha da profissão, a exacerbação do individualismo e os conflitos na relação com o sindicato. Ao final, sugerem-se possíveis ações que possam converter-se em acolhimento e elaboração do sofrimento, além da contribuição para pautas específicas da categoria que levem em consideração o contexto de trabalho e a experiência dos trabalhadores na formulação de estratégias de resistência e de transformação da realidade. Foram contempladas também atividades de educação sindical para retomada da noção de coletivo e compreensão do papel da entidade na luta por condições dignas de trabalho.Considering the insertion of banks in the service sector, their history and major changes experienced in work organization from the first major banking reform in 1964, and then, the productive restructuring in the 1990s, the present study aimed to investigate the suffering manifestations as living potential by workers in a Brazilian state-owned bank. The concept of suffering was used as subject's belonging. The specific objectives are: seeking to understand the banking work process nowadays, evidencing the suffering manifestations as living potential and movement towards resistance to sickness in the workers’ category and suggesting a profile for the contemporary bank worker. This is a qualitative study, with exploratory character, in which the interviewed subjects were 10 workers at branches of a state-owned bank in Rio de Janeiro, who have been up to 15 years on duty. Also, 03 leaders from the Union of Banking and Financial Workers in Rio de Janeiro (SEEB-RJ) were interviewed. A semi-structured questionnaire was used and the data were analyzed by means of dialectical hermeneutics. The results show that the work process in the researched bank branches is divided into two axes: business and services. The business axis primarily involves the customer service and sales activities, and the service axis involves paying and receiving routines, in addition to support, building maintenance and accounting activities that have not been included by the automation process. The analysis of the subjects’ statements showed that suffering is manifested mainly for anxiety over the controversies of the organizational discourse, the emptiness of activities, sales goals and over demanding. The movement towards resistance to sickness was configured as predominantly reactive and individual. On the considerations to suggest a category profile, it was discussed the role of the public office admission tests in the choice of the profession, the presence of individualism and the conflicts in the relationship between workers and the workers’ union. Finally, it was suggested possible actions that can be converted into means for suffering reception and elaboration, taking into account the work environment and the workers’ experience in the formulation of resistance strategies and transformation of reality, also considering union education activities to revive the collective notion and the understanding of the union’s role in the struggle for decent working conditions.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porServiçosBancáriosSofrimentoResistênciaPesquisa QualitativaSaúde do TrabalhadorServicesBank WorkersOccupational HealthSufferingResistanceQualitative researchSaúde do TrabalhadorDoenças ProfissionaisEstresse PsicológicoResistência à DoençaPesquisa QualitativaBancáriosTrabalhador bancário no século XXI: sofrimento como potência de vida e resistência ao adoecimentoBank worker in the XXI century: suffering as a power of life and resistance to illnessinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19670/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALana_paula_cordeiro_ensp_mest_2016.pdfapplication/pdf644248https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19670/2/ana_paula_cordeiro_ensp_mest_2016.pdf83b0de53fdbda5edd08c147c557bdc38MD52TEXT109.pdf.txt109.pdf.txtExtracted texttext/plain331292https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19670/3/109.pdf.txt388a906cf9e47daabfab23b7688073abMD53ana_paula_cordeiro_ensp_mest_2016.pdf.txtana_paula_cordeiro_ensp_mest_2016.pdf.txtExtracted texttext/plain331292https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19670/4/ana_paula_cordeiro_ensp_mest_2016.pdf.txt388a906cf9e47daabfab23b7688073abMD54icict/196702023-01-17 13:59:49.614oai:www.arca.fiocruz.br:icict/19670Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T16:59:49Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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