Análise das implicações da pandemia covid-19 na mortalidade materna no Brasil em 2020-2021
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/61163 |
Resumo: | Esta dissertação teve como objetivo analisar o comportamento da mortalidade materna durante a pandemia de covid-19 no Brasil em 2020 e 2021. Usou-se como fonte um estudo descritivo e Ecológico que utilizou como base dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) no DataSUS e da vacinação contra a covid-19 em gestantes, puérperas e Mulheres em Idade Fértil (MIF) do Portal da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Uma revisão bibliográfica sobre mortalidade materna e vacinação contra a covid-19 foi construída a fim de subsidiar as análises. A partir das séries históricas das Razões de Mortalidade Materna (RMM) de 1996 a 2021, identificou-se uma mediana de 56,79 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos, com grandes variações durante a pandemia que elevaram essas RMM para 110,25/100 mil nascidos vivos, concentradas prioritariamente nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Ao analisar esse aumento em 2020 e 2021, constatou-se que 4.911 mulheres gestantes ou puérperas morreram nesse período e que 40,5% relacionaram-se com a infecção por covid-19, afetando prioritariamente mulheres solteiras, pardas e com ensino médio, e mais de 70% desses óbitos ocorreram no período puerperal. Evidenciou-se que as Regiões Sul e Centro-Oeste e o Distrito Federal apresentaram as maiores elevações das RMM entre 2020 e 2021, chegando a representar um aumento de mais de 400% nos óbitos maternos relacionados com a infecção por coronavírus. Ao avaliar a cobertura vacinal no País, identificou-se uma baixa adesão à vacinação contra a covid-19 nas Regiões Norte (31,72%), Nordeste (55,25%) e Centro-Oeste (49,58%), e grandes disparidades entre as UF, como observado no estado de São Paulo com 268,14% de cobertura vacinal de gestantes e puérperas, e em Roraima com apenas 4,57%. Diferentes fatores referiram-se à vacinação contra a covid-19 em gestantes e puérperas, em que se destaca a demora da inclusão delas como grupo priorizados na campanha de vacinação, suspensão, idas e vindas nas orientações do Ministério da Saúde, atribuindo a essas mulheres a responsabilização de imunizar-se. Concluiu-se que a pandemia gerou efeitos trágicos na saúde materna, regredindo cerca de 20 anos as RMM no Brasil, e que a demora na priorização e na liberação da vacinação nesse grupo, bem como os aspectos políticos perante as decisões governamentais, resultaram em baixas coberturas vacinais, o que impõe desafios ainda maiores ao cumprimento da Meta ODS 3.1 para redução da mortalidade materna no País. |
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Souza, Viviane Torqueti FelisbertoRibeiro, José Mendes2023-11-09T16:03:47Z2023-11-09T16:03:47Z2023SOUZA, Viviane Torqueti Felisberto. Análise das implicações da pandemia covid-19 na mortalidade materna no Brasil em 2020-2021. 2023. 123 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2023.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/61163Esta dissertação teve como objetivo analisar o comportamento da mortalidade materna durante a pandemia de covid-19 no Brasil em 2020 e 2021. Usou-se como fonte um estudo descritivo e Ecológico que utilizou como base dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) no DataSUS e da vacinação contra a covid-19 em gestantes, puérperas e Mulheres em Idade Fértil (MIF) do Portal da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Uma revisão bibliográfica sobre mortalidade materna e vacinação contra a covid-19 foi construída a fim de subsidiar as análises. A partir das séries históricas das Razões de Mortalidade Materna (RMM) de 1996 a 2021, identificou-se uma mediana de 56,79 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos, com grandes variações durante a pandemia que elevaram essas RMM para 110,25/100 mil nascidos vivos, concentradas prioritariamente nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Ao analisar esse aumento em 2020 e 2021, constatou-se que 4.911 mulheres gestantes ou puérperas morreram nesse período e que 40,5% relacionaram-se com a infecção por covid-19, afetando prioritariamente mulheres solteiras, pardas e com ensino médio, e mais de 70% desses óbitos ocorreram no período puerperal. Evidenciou-se que as Regiões Sul e Centro-Oeste e o Distrito Federal apresentaram as maiores elevações das RMM entre 2020 e 2021, chegando a representar um aumento de mais de 400% nos óbitos maternos relacionados com a infecção por coronavírus. Ao avaliar a cobertura vacinal no País, identificou-se uma baixa adesão à vacinação contra a covid-19 nas Regiões Norte (31,72%), Nordeste (55,25%) e Centro-Oeste (49,58%), e grandes disparidades entre as UF, como observado no estado de São Paulo com 268,14% de cobertura vacinal de gestantes e puérperas, e em Roraima com apenas 4,57%. Diferentes fatores referiram-se à vacinação contra a covid-19 em gestantes e puérperas, em que se destaca a demora da inclusão delas como grupo priorizados na campanha de vacinação, suspensão, idas e vindas nas orientações do Ministério da Saúde, atribuindo a essas mulheres a responsabilização de imunizar-se. Concluiu-se que a pandemia gerou efeitos trágicos na saúde materna, regredindo cerca de 20 anos as RMM no Brasil, e que a demora na priorização e na liberação da vacinação nesse grupo, bem como os aspectos políticos perante as decisões governamentais, resultaram em baixas coberturas vacinais, o que impõe desafios ainda maiores ao cumprimento da Meta ODS 3.1 para redução da mortalidade materna no País.This dissertation aimed to analyze the behavior of maternal mortality during the COVID-19 pandemic in Brazil in 2020 and 2021. A descriptive and ecological study was the source that combined data from both the Mortality Information System (SIM) in DataSUS and the vaccination against COVID-19 in pregnant and puerperal women, and Women of Childbearing Age (MIF) from the portal of the National Health Data Network (RNDS). A literature review on maternal mortality and vaccination against COVID-19 was built in order to support the analyses. From the historical series of Maternal Mortality Ratios (MMR) from 1996 to 2021, it was identified an average of 56.79 maternal deaths per 100,000 live births, with large variations during the pandemic: an increase of MMR to 110.25/100,000 live births, concentrated primarily in the North, Northeast, and Midwest regions. When analyzing this intensification in 2020 and 2021, it was noted that 4,911 pregnant and puerperal women died in the period, of which 40.5% were related to the COVID-19 infection, primarily affecting single, brown, and high-school level of education women; and more than 70% occurred in the puerperal period. The latter evidence demonstrated that the South and Midwest Regions and the Federal District accumulated the greatest increases in MMR between 2020 and 2021, representing a rise of more than 400% in maternal deaths related to coronavirus infection. When evaluating vaccination coverage in the country, a low adherence to vaccination against COVID19 was observed in the North (31.72%), Northeast (55.25%) and Midwest (49.58%) regions. Also, noteworthy disparities occurred between the Federative Units: in the State of São Paulo, there was a 268.14% vaccination coverage of immunized pregnant and puerperal women, while in the State of Roraima there was only a 4.57%. Different factors were related to vaccination against COVID-19 in pregnant and postpartum women, to which it can be highlighted: the delay in inclusion as a priority group in the vaccination campaign, suspension, and oscillations in the guidelines of the Ministry of Health, attributing to these women the responsibility of immunizing themselves. As a conclusion, the pandemic had tragic effects on maternal health, setting back the MMR in Brazil by about 20 years, and the delay in prioritizing and releasing vaccination in this group, as well as the political aspects of government decisions, resulted in low vaccination coverage, which poses even greater challenges to achieving SDG Target 3.1 for reducing maternal mortality in the country.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porMortalidade MaternaCOVID-19Cobertura VacinalODSBrasilMaternal MortalityCOVID-19Vaccination CoverageSDGBrazilMortalidade MaternaCobertura VacinalhistóriaEstratégias de Saúde GlobaisEstratégias de Saúde RegionaisSistemas de InformaçãoEstudos EcológicosCOVID-19 / 2020-2021Análise das implicações da pandemia covid-19 na mortalidade materna no Brasil em 2020-2021Analysis of the implications of the COVID-19 pandemic on maternal mortality in Brazil in 2020-2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2023-05-05Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaFundação Oswaldo CruzMestrado AcadêmicoRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/61163/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALviviane_torqueti_felisberto_souza_ensp_mest_2023.pdfapplication/pdf2898262https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/61163/2/viviane_torqueti_felisberto_souza_ensp_mest_2023.pdfd2a0788fcf082d52ffdbeddcff79c545MD52icict/611632023-11-09 13:03:48.426oai:www.arca.fiocruz.br:icict/61163Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-11-09T16:03:48Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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