Caracterização molecular de cepas optoquina resistente de Streptococcus pneumoniae: implicações no diagnóstico laboratorial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56262 |
Resumo: | Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo é uma bactéria coco Gram positiva, que pode ser encontrada na nasofaringe de seres humano, responsável por grande número de casos de pneumonia em todo o mundo, além de causar doenças como otite média e aguda, sinusite e até mesmo meningite e septicemia. Pode ser classificado em mais de 100 sorotipos, cuja distribuição varia de acordo com a região geográfica. O tratamento e profilaxia é realizada através de antibioticoterapia utilizando os antimicrobianos das classes: β-lactâmicos, quinolonas e macrolídeos. A optoquina é um antibiótico utilizado para a identificação do pneumococo em laboratório através da determinação da susceptibilidade, pois é esperado que cepas de pneumococo sejam sensíveis a esse antibiótico. A optoquina atua sobre a enzima ATPase, interferindo no metabolismo bacteriano. Estudos mostram que cepas resistentes à optoquina (OptR) ocorrem por efeito de mutações nas subunidades do gene atpC que codifica a enzima ATPase, alvo do antimicrobiano. O projeto teve como objetivo identificar cepas de pneumococo isoladas de material clínico, avaliar o uso do teste de optoquina para identificação, caracterizá-las quanto ao perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos, e sua possível associação a clones hipervirulentos pela análise de MLST. Foram avaliadas 211 cepas isoladas de diferentes estados durante o período pré e pós vacinal, 2006 a 2021. Os isolados previamente identificados como pneumococo foram submetidos ao teste de optoquina e PCR para confirmação da espécie. As cepas foram submetidas ao TSA por disco - difusão e CIM. Das 211 cepas testadas, 35 apresentaram resistência a pelo menos uma classe dos antibióticos testados, dessas 35 somente 1 apresentou resistência a três classes distintas, sendo classificada como MDR, no entanto essa cepa não foi resistente a optoquina. A resistência aos outros antibióticos foi confirmada através do CIM, sendo maior resistência a tetraciclina (8%) seguida por eritromicina (6,1%), penicilina (5,7%), levofloxacina (1,9%) e cloranfenicol (0,9%). Do total de amostras (211), 24 foram OptR. Essas cepas foram submetidas ao sequenciamento do gene da enzima ATPase, onde foram constatadas mutações no gene atpC que podem estar envolvidas no fenótipo OptR. A determinação da susceptibilidade à optoquina é um método de baixo custo, rápido e muito utilizado para a identificação do patógeno, por isso é utilizado amplamente em laboratórios de análises clínicas públicos e privados, entretanto, o aumento do número de cepas OptR demonstra a baixa confiabilidade no teste e a necessidade de uma investigação criteriosa. Além do aumento de cepas OptR, o aumento da resistência aos demais antimicrobianos demonstra a real necessidade do desenvolvimento de medidas de controle e identificação mais criteriosas, afim de prover ao paciente um tratamento eficaz e evitar o surgimento de novas cepas multirresistentes |
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Oliveira, Ana Carolina Carvalho deDe Filippis, Ivano2023-01-03T11:59:18Z2023-01-03T11:59:18Z2022OLIVEIRA, Ana Carolina Carvalho de. Caracterização molecular de cepas optoquina resistente de Streptococcus pneumoniae: implicações no diagnóstico laboratorial. 2022. 52f. Dissertação, (Mestrado)-Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56262Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo é uma bactéria coco Gram positiva, que pode ser encontrada na nasofaringe de seres humano, responsável por grande número de casos de pneumonia em todo o mundo, além de causar doenças como otite média e aguda, sinusite e até mesmo meningite e septicemia. Pode ser classificado em mais de 100 sorotipos, cuja distribuição varia de acordo com a região geográfica. O tratamento e profilaxia é realizada através de antibioticoterapia utilizando os antimicrobianos das classes: β-lactâmicos, quinolonas e macrolídeos. A optoquina é um antibiótico utilizado para a identificação do pneumococo em laboratório através da determinação da susceptibilidade, pois é esperado que cepas de pneumococo sejam sensíveis a esse antibiótico. A optoquina atua sobre a enzima ATPase, interferindo no metabolismo bacteriano. Estudos mostram que cepas resistentes à optoquina (OptR) ocorrem por efeito de mutações nas subunidades do gene atpC que codifica a enzima ATPase, alvo do antimicrobiano. O projeto teve como objetivo identificar cepas de pneumococo isoladas de material clínico, avaliar o uso do teste de optoquina para identificação, caracterizá-las quanto ao perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos, e sua possível associação a clones hipervirulentos pela análise de MLST. Foram avaliadas 211 cepas isoladas de diferentes estados durante o período pré e pós vacinal, 2006 a 2021. Os isolados previamente identificados como pneumococo foram submetidos ao teste de optoquina e PCR para confirmação da espécie. As cepas foram submetidas ao TSA por disco - difusão e CIM. Das 211 cepas testadas, 35 apresentaram resistência a pelo menos uma classe dos antibióticos testados, dessas 35 somente 1 apresentou resistência a três classes distintas, sendo classificada como MDR, no entanto essa cepa não foi resistente a optoquina. A resistência aos outros antibióticos foi confirmada através do CIM, sendo maior resistência a tetraciclina (8%) seguida por eritromicina (6,1%), penicilina (5,7%), levofloxacina (1,9%) e cloranfenicol (0,9%). Do total de amostras (211), 24 foram OptR. Essas cepas foram submetidas ao sequenciamento do gene da enzima ATPase, onde foram constatadas mutações no gene atpC que podem estar envolvidas no fenótipo OptR. 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