Partos após cesariana no Brasil: características sociodemogáficas e obstétricas e desfechos maternos e neonatais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alvarenga, Marina Barreto
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52652
Resumo: A cesariana é um procedimento cirúrgico, que quando bem indicado tem benefícios indiscutíveis. Porém, quando realizada por conveniência acarreta riscos à saúde da mulher e do bebê, inclusive em gestações futuras. Por isso, sua indicação deve sobrepor esses riscos. Se para as mulheres que estão grávidas pela primeira vez as chances de um parto vaginal no Brasil são baixas, sobretudo no sistema privado, para as mulheres com cesarianas anteriores elas são ainda menores. O objetivo deste estudo foi avaliar os partos de mulheres com cesárea anterior no Brasil. Para isso, analisou-se a prevalência, as características e os desfechos maternos e neonatais dos partos de mulheres com cesarianas prévias no estudo Nascer no Brasil, que foi um inquérito nacional de base hospitalar composto por entrevistas e dados de prontuários de mulheres no pós-parto e seus recém-nascidos, realizada no período de fevereiro de 2011 a outubro de 2012. Foram avaliados os dados de 4.987 partos e os achados divididos em dois artigos. O primeiro, intitulado “Características sociodemográficas e obstétricas de mulheres com uma ou mais cesáreas anteriores no Inquérito Nascer no Brasil”, apresenta uma análise descritiva das mulheres com uma, duas ou três e mais cesáreas anteriores de acordo com os aspectos sociodemográficos e obstétricos. A maior parte delas tinham uma cesárea e 85,1% delas foram submetidas a outra cirurgia, sendo 75,5% antes do trabalho de parto. Mulheres com três cesáreas ou mais apresentaram maior paridade total e aspectos sociodemográficos associados a maior vulnerabilidade social. A porcentagem de VBAC foi de 14,9% e dentre as mulheres que entraram em trabalho de parto 60,8% conseguiram um parto vaginal. O segundo artigo: “Desfechos maternos, fetais e neonatais em partos de mulheres de risco habitual com uma cesárea anterior no Inquérito Nascer no Brasil.” comparou os desfechos materno e neonatais de 2.894 partos de acordo com o tipo de parto após uma cesariana prévia em mulheres consideradas de risco habitual, controlando os efeitos exercidos pelo nível socioeconômico, qualidade do pré-natal, tipo e localização do hospital e financiamento do parto. O VBAC apresentou proteção de 86% com relação ao near miss materno (OR 0,14; IC 0,02 – 0,81), sem diferença estatisticamente significativa em relação ao near miss fetal/neonatal (OR 2,41; IC 0,81-7,18) ou óbito fetal (OR 1,46 IC 0,24-8,88). Não houve óbito materno na amostra. Conclui-se que é elevada a taxa de cesarianas de repetição, o excesso no número de procedimentos está relacionado à vulnerabilidade social e o VBAC é a escolha mais segura para as mulheres sem o prejuízo à saúde fetal e neonatal.
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spelling Alvarenga, Marina BarretoPereira, Marcos NakamuraGama, Silvana Granado Nogueira da2022-05-12T22:24:55Z2022-05-12T22:24:55Z2022ALVARENGA, Marina Barreto. Partos após cesariana no Brasil: características sociodemogáficas e obstétricas e desfechos maternos e neonatais. 2022. 114 f. Tese (Doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52652A cesariana é um procedimento cirúrgico, que quando bem indicado tem benefícios indiscutíveis. Porém, quando realizada por conveniência acarreta riscos à saúde da mulher e do bebê, inclusive em gestações futuras. Por isso, sua indicação deve sobrepor esses riscos. Se para as mulheres que estão grávidas pela primeira vez as chances de um parto vaginal no Brasil são baixas, sobretudo no sistema privado, para as mulheres com cesarianas anteriores elas são ainda menores. O objetivo deste estudo foi avaliar os partos de mulheres com cesárea anterior no Brasil. Para isso, analisou-se a prevalência, as características e os desfechos maternos e neonatais dos partos de mulheres com cesarianas prévias no estudo Nascer no Brasil, que foi um inquérito nacional de base hospitalar composto por entrevistas e dados de prontuários de mulheres no pós-parto e seus recém-nascidos, realizada no período de fevereiro de 2011 a outubro de 2012. Foram avaliados os dados de 4.987 partos e os achados divididos em dois artigos. O primeiro, intitulado “Características sociodemográficas e obstétricas de mulheres com uma ou mais cesáreas anteriores no Inquérito Nascer no Brasil”, apresenta uma análise descritiva das mulheres com uma, duas ou três e mais cesáreas anteriores de acordo com os aspectos sociodemográficos e obstétricos. A maior parte delas tinham uma cesárea e 85,1% delas foram submetidas a outra cirurgia, sendo 75,5% antes do trabalho de parto. Mulheres com três cesáreas ou mais apresentaram maior paridade total e aspectos sociodemográficos associados a maior vulnerabilidade social. A porcentagem de VBAC foi de 14,9% e dentre as mulheres que entraram em trabalho de parto 60,8% conseguiram um parto vaginal. O segundo artigo: “Desfechos maternos, fetais e neonatais em partos de mulheres de risco habitual com uma cesárea anterior no Inquérito Nascer no Brasil.” comparou os desfechos materno e neonatais de 2.894 partos de acordo com o tipo de parto após uma cesariana prévia em mulheres consideradas de risco habitual, controlando os efeitos exercidos pelo nível socioeconômico, qualidade do pré-natal, tipo e localização do hospital e financiamento do parto. O VBAC apresentou proteção de 86% com relação ao near miss materno (OR 0,14; IC 0,02 – 0,81), sem diferença estatisticamente significativa em relação ao near miss fetal/neonatal (OR 2,41; IC 0,81-7,18) ou óbito fetal (OR 1,46 IC 0,24-8,88). Não houve óbito materno na amostra. Conclui-se que é elevada a taxa de cesarianas de repetição, o excesso no número de procedimentos está relacionado à vulnerabilidade social e o VBAC é a escolha mais segura para as mulheres sem o prejuízo à saúde fetal e neonatal.Cesarean section is a surgical procedure that poses risks to the health of the woman and the baby, including in future pregnancies. Therefore, your indication must overlap these risks. If for women who are pregnant for the first time the chances of a vaginal birth in Brazil are low, especially in the private system, for women with previous cesarean sections they are even lower. The aim of this study was to evaluate the deliveries of women with a previous cesarean section in Brazil. For this, the prevalence, characteristics, and maternal and neonatal outcomes of births of women with previous cesarean sections in the country were analyzed based on the findings of the survey Nascer no Brasil, which was a national hospital-based study consisting of interviews and data from medical records of postpartum women and their newborns, carried out from February 2011 to October 2012. Data from 4,987 births were evaluated and the findings divided into two papers. The first, entitled “Sociodemographic and obstetric characteristics of women with one or more previous cesarean sections in the Nascer no Brasil Survey”, presents a descriptive analysis of women with one, two or three and more previous cesarean sections according to sociodemographic and obstetric aspects. Most of them had one cesarean and 85.1% of them underwent another surgery, 75.5% of them before labor. Women with three cesarean sections or more had greater total parity and sociodemographic aspects associated with greater social vulnerability. The percentage of VBAC was 14.9% and among women who went into labor 60.8% achieved a vaginal delivery. The second article: "Maternal, fetal and neonatal outcomes in births of women at habitual risk with a previous cesarean in the Nascer no Brasil survey." compared maternal and neonatal outcomes according to the type of delivery after a previous cesarean in women considered to be at low risk, controlling for the effects of socioeconomic level, quality of prenatal care, type and location of the hospital and financing of delivery. Data from 2.894 births were analyzed. VBAC showed 86% protection in severe complications, or maternal near miss (OR 0.14; CI 0.02 - 0.81), with no statistically significant difference in relation to fetal/neonatal near miss (OR 2.41; CI 0, 81-7.18) or fetal death (OR 1.46 CI 0.24-8.88). There were no maternal deaths in the sample. It is concluded that the rate of repeat cesarean sections is high, the excess in the number of procedures is related to social vulnerability and the VBAC is the safest choice for women without harming fetal and neonatal health.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porParto ObstétricoNascimento Vaginal Após CesáreaParto NormalCesáreaSaúde MaternaSaúde NeonatalMorte PerinatalDeliveryObstetricVaginal Birth after CesareanNatural ChildbirthCesarean SectionMaternal HealthNeonatal HealthPerinatal DeathParto Obstétrico / 2011 - 2012Nascimento Vaginal Após CesáreaParto NormalCesáreahistóriaSaúde MaternaServiços de Saúde da CriançaMorte PerinatalEntrevistas como AssuntoPartos após cesariana no Brasil: características sociodemogáficas e obstétricas e desfechos maternos e neonataisBirths after cesarean in Brazil: sociodemographic and obstetric characteristics and maternal and neonatal outcomesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2022-02-16Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/52652/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALmarina_barreto_alvarenga_ensp_mest_dout_2022.pdfapplication/pdf1144034https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/52652/2/marina_barreto_alvarenga_ensp_mest_dout_2022.pdfb37e61af5f12179eac1714c7a056ecf7MD52icict/526522022-05-12 19:26:32.098oai:www.arca.fiocruz.br:icict/52652Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-05-12T22:26:32Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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