Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Macêdo, Maria Rita de Cássia
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51969
Resumo: Esta Tese objetiva produzir uma reflexão sobre o ativismo juvenil nas respostas à Aids em anos recentes. Trata-se de um estudo de cunho socioantropológico que analisa a trajetória de 14 jovens de todas as regiões do país, que concluíram a formação de lideranças juvenis em HIV/Aids, entre 2015 e 2016, que foi promovida nesse período pelo extinto Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST/HIV/Aids e Hepatites Virais (DIAHV) em parceria com Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS). O estudo contextualiza o ambiente de eclosão da epidemia nos anos 1980 e o surgimento do movimento de luta contra a Aids, realçando os ciclos de mobilização e uma segunda onda de movimento social, geracional e identitário através da mobilização de jovens que vivem com HIV/Aids. Demonstra que o uso de repertórios híbridos, mesclando o legado da luta com meios e linguagens de ações coletivas em ambiente digital na Internet resulta em novas estruturas de mobilização na contemporaneidade. Na perspectiva dos jovens entrevistados, a formação de lideranças juvenis em HIV/Aids, caracterizada pelo multipertencimento identitário, ampliou o campo de possibilidades em suas trajetórias profissionais, escolares e ativistas. A falta de continuidade de investimentos nessa direção, capazes de dar sustentabilidade e ampliar o diálogo entre jovens de populações vulneráveis, limita suas ações e o alcance às tecnologias de prevenção históricas e novas, como as profilaxias pré e pós exposição ao HIV e o tratamento como prevenção. Segundo os jovens essas estratégias contribuem para o autocuidado, desde que articuladas aos debates interseccionais e ao enfrentamento do estigma contra as PVHA e as populações LGBTI+. Os achados do estudo sugerem que a iniciativa da formação de lideranças em HIV/Aids, de âmbito nacional, envolvendo jovens militantes vivendo com HIV e de outras pautas interseccionais à epidemia, inspira uma inflexão importante ao fomentar o ativismo juvenil a partir das conexões entre direitos humanos e saúde. A análise do conteúdo, da abordagem metodológica e de seus efeitos no ativismo juvenil ganha um relevante significado frente à atual hegemonia das respostas biomédicas à epidemia, às ameaças aos direitos humanos e à precarização do Sistema Único de Saúde. Tais fatores têm impactado na re-emergência da epidemia em segmentos mais jovens e vulneráveis da população.
id CRUZ_83dd9b86c7cc5728ba1cbf5b5297424b
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/51969
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Macêdo, Maria Rita de CássiaCecchetto, Fátima.Monteiro, Simone2022-03-31T18:05:29Z2022-03-31T18:05:29Z2021MACÊDO, Maria Rita de Cássia. Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização. 2021. 212 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2021.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51969Esta Tese objetiva produzir uma reflexão sobre o ativismo juvenil nas respostas à Aids em anos recentes. Trata-se de um estudo de cunho socioantropológico que analisa a trajetória de 14 jovens de todas as regiões do país, que concluíram a formação de lideranças juvenis em HIV/Aids, entre 2015 e 2016, que foi promovida nesse período pelo extinto Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST/HIV/Aids e Hepatites Virais (DIAHV) em parceria com Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS). O estudo contextualiza o ambiente de eclosão da epidemia nos anos 1980 e o surgimento do movimento de luta contra a Aids, realçando os ciclos de mobilização e uma segunda onda de movimento social, geracional e identitário através da mobilização de jovens que vivem com HIV/Aids. Demonstra que o uso de repertórios híbridos, mesclando o legado da luta com meios e linguagens de ações coletivas em ambiente digital na Internet resulta em novas estruturas de mobilização na contemporaneidade. Na perspectiva dos jovens entrevistados, a formação de lideranças juvenis em HIV/Aids, caracterizada pelo multipertencimento identitário, ampliou o campo de possibilidades em suas trajetórias profissionais, escolares e ativistas. A falta de continuidade de investimentos nessa direção, capazes de dar sustentabilidade e ampliar o diálogo entre jovens de populações vulneráveis, limita suas ações e o alcance às tecnologias de prevenção históricas e novas, como as profilaxias pré e pós exposição ao HIV e o tratamento como prevenção. Segundo os jovens essas estratégias contribuem para o autocuidado, desde que articuladas aos debates interseccionais e ao enfrentamento do estigma contra as PVHA e as populações LGBTI+. Os achados do estudo sugerem que a iniciativa da formação de lideranças em HIV/Aids, de âmbito nacional, envolvendo jovens militantes vivendo com HIV e de outras pautas interseccionais à epidemia, inspira uma inflexão importante ao fomentar o ativismo juvenil a partir das conexões entre direitos humanos e saúde. A análise do conteúdo, da abordagem metodológica e de seus efeitos no ativismo juvenil ganha um relevante significado frente à atual hegemonia das respostas biomédicas à epidemia, às ameaças aos direitos humanos e à precarização do Sistema Único de Saúde. Tais fatores têm impactado na re-emergência da epidemia em segmentos mais jovens e vulneráveis da população.This thesis aims to produce a reflection on Youth activism in the reponse to AIDS in recent years. This is a socioantropological study that analyzes the trajectory of 14 young people, from all regions of the country, who completed the training of young leaders in HIV/AIDS, between 2015 and 2016, then promoted by the Department of Prevention and Control of STI/HIV/AIDS and Viral Hepatitis (DIAHV) in paternship with the United Nations Program on HIVAIDS (UNAIDS). The study contextualizes the outbreak of the epidemic in the 1980’s and the emergence of the movement to fight AIDS, highlighting the cycles of mobilization and a second wave of social, generattional and identity movements through the mobilization of young people living with HIV/AIDS. It’s demonstrates that the use of hybrid repertories, mixing the legacy with means and languages of collective actions in a digital environment of Internet, creates new structures for mobilization in contemporary times. From the perspective of the young people interwied, the formation of the Youth leaders in HIV/AIDS, characterized by multi-belonging identity, expanded the field of possibilities in their professional, school and activist trajectories.The lack of continuity of investments in this direction, capable of providing sustainability and expanding the dialogue between young people from vulnerable populations, limits their actions for access to historic and new prevention technologies, such as pre and post HIV exposure prophylaxis and treatment as prevention (TasP). According to young people, these strategies contribute to sef-care, as long as, they are articulated with intersectional debates and the confrontation of stigma against PLWHA and LGBTI+ populations. The study’s findings suggest that the initiative to train leaders in HIV/AIDS nationwide, involving young activists living with HIV and other intersectional agendas to the epidemic, inspires an important inflection in fostering youth activism based on the connections between human rights and health.The analysis of the content, the methodological approach and its effects on youth activism gains a relevant meaning given the current hegemony of biomedical responses to the epidemic, the threats to human rights and the precariousness of the Unified Health System. Such factors have impacted on the re- emergence of the epidemic in younger and more vulnerable segments of the population.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHIV/AIDSJuventudeMovimento SocialAtivismoBrasilHIV/AIDSYouthSocial MovementBrazilActivismSíndrome de Imunodeficiência AdquiridaHIVJovemParticipação da ComunidadePesquisa QualitativaEntrevistas como AssuntoAids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalizaçãoAids on the move: Young activists in the fight against Aids in Brazil in times of biomedicalizationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2021-06-29Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/51969/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALmaria_rita_cássia_macêdo_ensp_dout_2021.pdfapplication/pdf2491101https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/51969/2/maria_rita_c%c3%a1ssia_mac%c3%aado_ensp_dout_2021.pdf0c98f144dc8baf6e4df5359ffc7fa39bMD52icict/519692022-03-31 15:06:55.449oai:www.arca.fiocruz.br:icict/51969Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-03-31T18:06:55Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Aids on the move: Young activists in the fight against Aids in Brazil in times of biomedicalization
title Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização
spellingShingle Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização
Macêdo, Maria Rita de Cássia
HIV/AIDS
Juventude
Movimento Social
Ativismo
Brasil
HIV/AIDS
Youth
Social Movement
Brazil
Activism
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
HIV
Jovem
Participação da Comunidade
Pesquisa Qualitativa
Entrevistas como Assunto
title_short Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização
title_full Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização
title_fullStr Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização
title_full_unstemmed Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização
title_sort Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização
author Macêdo, Maria Rita de Cássia
author_facet Macêdo, Maria Rita de Cássia
author_role author
dc.contributor.advisorco.none.fl_str_mv Cecchetto, Fátima.
dc.contributor.author.fl_str_mv Macêdo, Maria Rita de Cássia
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Monteiro, Simone
contributor_str_mv Monteiro, Simone
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv HIV/AIDS
Juventude
Movimento Social
Ativismo
Brasil
topic HIV/AIDS
Juventude
Movimento Social
Ativismo
Brasil
HIV/AIDS
Youth
Social Movement
Brazil
Activism
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
HIV
Jovem
Participação da Comunidade
Pesquisa Qualitativa
Entrevistas como Assunto
dc.subject.en.pt_BR.fl_str_mv HIV/AIDS
Youth
Social Movement
Brazil
Activism
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
HIV
Jovem
Participação da Comunidade
Pesquisa Qualitativa
Entrevistas como Assunto
description Esta Tese objetiva produzir uma reflexão sobre o ativismo juvenil nas respostas à Aids em anos recentes. Trata-se de um estudo de cunho socioantropológico que analisa a trajetória de 14 jovens de todas as regiões do país, que concluíram a formação de lideranças juvenis em HIV/Aids, entre 2015 e 2016, que foi promovida nesse período pelo extinto Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST/HIV/Aids e Hepatites Virais (DIAHV) em parceria com Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS). O estudo contextualiza o ambiente de eclosão da epidemia nos anos 1980 e o surgimento do movimento de luta contra a Aids, realçando os ciclos de mobilização e uma segunda onda de movimento social, geracional e identitário através da mobilização de jovens que vivem com HIV/Aids. Demonstra que o uso de repertórios híbridos, mesclando o legado da luta com meios e linguagens de ações coletivas em ambiente digital na Internet resulta em novas estruturas de mobilização na contemporaneidade. Na perspectiva dos jovens entrevistados, a formação de lideranças juvenis em HIV/Aids, caracterizada pelo multipertencimento identitário, ampliou o campo de possibilidades em suas trajetórias profissionais, escolares e ativistas. A falta de continuidade de investimentos nessa direção, capazes de dar sustentabilidade e ampliar o diálogo entre jovens de populações vulneráveis, limita suas ações e o alcance às tecnologias de prevenção históricas e novas, como as profilaxias pré e pós exposição ao HIV e o tratamento como prevenção. Segundo os jovens essas estratégias contribuem para o autocuidado, desde que articuladas aos debates interseccionais e ao enfrentamento do estigma contra as PVHA e as populações LGBTI+. Os achados do estudo sugerem que a iniciativa da formação de lideranças em HIV/Aids, de âmbito nacional, envolvendo jovens militantes vivendo com HIV e de outras pautas interseccionais à epidemia, inspira uma inflexão importante ao fomentar o ativismo juvenil a partir das conexões entre direitos humanos e saúde. A análise do conteúdo, da abordagem metodológica e de seus efeitos no ativismo juvenil ganha um relevante significado frente à atual hegemonia das respostas biomédicas à epidemia, às ameaças aos direitos humanos e à precarização do Sistema Único de Saúde. Tais fatores têm impactado na re-emergência da epidemia em segmentos mais jovens e vulneráveis da população.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-03-31T18:05:29Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-03-31T18:05:29Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv MACÊDO, Maria Rita de Cássia. Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização. 2021. 212 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2021.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51969
identifier_str_mv MACÊDO, Maria Rita de Cássia. Aids em movimento: jovens ativistas na luta contra a Aids no Brasil em tempos de biomedicalização. 2021. 212 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2021.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51969
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/51969/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/51969/2/maria_rita_c%c3%a1ssia_mac%c3%aado_ensp_dout_2021.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
0c98f144dc8baf6e4df5359ffc7fa39b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1798324877113950208