A gente faz o que pode e um pouco mais: relato de uma equipe de atenção básica prisional sobre incidência e cura da tuberculose em um presídio do Nordeste

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Antonio Carlos de
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Silva, Ana Paula da, Ferreira, Luciana Brito
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38531
Resumo: A experiência relatada e os dados se referem ao período de janeiro a dezembro de 2016. Relatar o processo de trabalho de uma equipe de atenção básica prisional (EABp) e as ações para o cuidado em saúde de combate à Tuberculose. Analisar indicadores da tuberculose, como a taxa de incidência e o percentual de cura deste agravo, em um presídio do Nordeste a partir do trabalho de uma EABp. Busca-se mostrar que apesar de empecilhos (superlotação, insalubridade, violência, dentre outros) é possível mudar tais indicadores. Para tanto, foram analisados dados do ano de 2016 com base nos livros de controle de tratamento e prontuários, onde foi considerada base populacional de 1.000 habitantes. Outro aspecto metodológico foi a observação do cuidado ofertado às pessoas privadas de liberdade com a doença, inclusive as ações desenvolvidas para o cuidado dos familiares e de outros contatos. Além disso, foram verificados os últimos boletins do Ministério da Saúde referente ao agravo em questão. Constatou-se que a taxa de incidência da doença no presídio foi de 26,84/1.000 pessoas privadas de liberdade, contrastando, assim com a taxa geral estadual (0,45/1.000 habitantes). Assim, vimos que a probabilidade de uma pessoa privada de liberdade adquirir tuberculose seria 60 vezes maior que a população do estado. Entretanto, o percentual de alta por cura na Unidade Prisional foi de 98,11%, superior ao da referida unidade da federação, que em 2015 foi de 72,4%. A carência de estudos, inclusive locais por parte das secretarias de saúde - municipal e estadual - foi um entrave para o relato desta experiência com base na análise dos indicadores apresentados. A maior dificuldade ainda diz respeito à insalubridade e à superlotação do espaço prisional. Ademais, o contato com as famílias nem sempre era possível, mostrando a precariedade do processo de trabalho, independente da implicação dos profissionais no cuidado em saúde dos que apresentam a doença. A EABp conseguiu implantar um acolhimento que abarcava educação em saúde e a oferta de testes rápidos para triagem e/ou diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), bem como as baciloscopias. Assim, o tratamento diretamente observado (TDO) e a baciloscopia para os contatos – ações que impactaram os indicadores de saúde – possibilitaram o tratamento em tempo oportuno e, sobretudo, o cuidado integral, controlando inúmeros agravos.
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Busca-se mostrar que apesar de empecilhos (superlotação, insalubridade, violência, dentre outros) é possível mudar tais indicadores. Para tanto, foram analisados dados do ano de 2016 com base nos livros de controle de tratamento e prontuários, onde foi considerada base populacional de 1.000 habitantes. Outro aspecto metodológico foi a observação do cuidado ofertado às pessoas privadas de liberdade com a doença, inclusive as ações desenvolvidas para o cuidado dos familiares e de outros contatos. Além disso, foram verificados os últimos boletins do Ministério da Saúde referente ao agravo em questão. Constatou-se que a taxa de incidência da doença no presídio foi de 26,84/1.000 pessoas privadas de liberdade, contrastando, assim com a taxa geral estadual (0,45/1.000 habitantes). Assim, vimos que a probabilidade de uma pessoa privada de liberdade adquirir tuberculose seria 60 vezes maior que a população do estado. Entretanto, o percentual de alta por cura na Unidade Prisional foi de 98,11%, superior ao da referida unidade da federação, que em 2015 foi de 72,4%. A carência de estudos, inclusive locais por parte das secretarias de saúde - municipal e estadual - foi um entrave para o relato desta experiência com base na análise dos indicadores apresentados. A maior dificuldade ainda diz respeito à insalubridade e à superlotação do espaço prisional. Ademais, o contato com as famílias nem sempre era possível, mostrando a precariedade do processo de trabalho, independente da implicação dos profissionais no cuidado em saúde dos que apresentam a doença. A EABp conseguiu implantar um acolhimento que abarcava educação em saúde e a oferta de testes rápidos para triagem e/ou diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), bem como as baciloscopias. Assim, o tratamento diretamente observado (TDO) e a baciloscopia para os contatos – ações que impactaram os indicadores de saúde – possibilitaram o tratamento em tempo oportuno e, sobretudo, o cuidado integral, controlando inúmeros agravos.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco. Gestão Estadual de Atenção à Saúde no Sistema Prisional. Recife, PE, Brasil.Prefeitura do Recife. Secretaria de Saúde. Recife, PE, Brasil.porABRASCORelato de experiênciaProcesso de trabalhoEquipe de atenção básica prisionalEABPTuberculoseA gente faz o que pode e um pouco mais: relato de uma equipe de atenção básica prisional sobre incidência e cura da tuberculose em um presídio do Nordesteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObject2018Rio de Janeiro/RJ12° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva: fortalecer o SUS, os direitos e a democraciaCongressoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38531/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALAntonio_Carlos_de_Lima.pdfapplication/pdf1049609https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38531/2/Antonio_Carlos_de_Lima.pdff431cdea796269abc345e253d79a1f89MD52TEXTAntonio_Carlos_de_Lima.pdf.txtAntonio_Carlos_de_Lima.pdf.txtExtracted texttext/plain2https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38531/3/Antonio_Carlos_de_Lima.pdf.txte1c06d85ae7b8b032bef47e42e4c08f9MD53icict/385312020-08-11 13:51:33.049oai:www.arca.fiocruz.br:icict/38531Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352020-08-11T16:51:33Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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