Cuidado nutricional para redução da retenção de peso pós-parto, no âmbito da atenção básica

• Autor(a) principal: Santos, Karina dos
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Patrício, Paulla Tavares, Santana, Thaissa Vieira, Araújo, Roberta Gabriela Pimenta da Silva, Della Líbera, Beatriz, Fittipaldi, Ana Lúcia de Magalhães, Baião, Miriam Ribeiro, Saunders, Cláudia, Barros, Denise Cavalcante de
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38074
• topic: Prevalência; Obesidade; Problema de saúde pública; Retenção de peso pós-parto; Nutrição

A alta prevalência de obesidade na população brasileira constitui grave problema atual de Saúde Pública. Em mulheres, a retenção de peso pós-parto (RPPP) contribui expressivamente para o aumento do peso ao longo dos anos reprodutivos. Intervenções nutricionais são eficazes na redução da RPPP, porém, não há um protocolo que priorize o acompanhamento de saúde e nutrição das mulheres nesse período. Desenvolver, implementar e avaliar uma proposta de cuidado nutricional para redução da retenção de peso pós-parto, no âmbito da Atenção Básica. Estudo quasi-experimental, desenvolvido em duas Unidades de Atenção Básica de Manguinhos - Rio de Janeiro, envolvendo mulheres no período de 6 a 9 meses pós-parto, que apresentavam RPPP. A intervenção consistiu em 4 consultas individuais, com periodicidade mensal, conduzidas por nutricionistas, complementadas por orientações realizadas por meio de aplicativo e perfil em mídia social. O plano alimentar foi desenvolvido a partir dos preceitos da Dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension). A avaliação antropométrica abrangeu medidas de peso, altura, perímetro da cintura e percentual de gordura corporal. O consumo dietético foi avaliado por meio de questionário de frequência alimentar. As mulheres que concluíram o estudo (n=26) apresentaram redução significativa da RPPP (mediana -1,80 kg; p= 0,004), do índice de massa corporal (-0,57 kg/m²; p= 0,004) e do perímetro da cintura (-2,50 cm; p= 0,024). Houve boa adesão ao plano alimentar, com redução do consumo energético (-496,11 kcal/dia; p= 0,028) e da ingestão de gorduras saturadas (-4,10% do valor energético; p= 0,005) e aumento do consumo de cereais integrais (+1,00 porção/dia; p= 0,050). A inserção das tecnologias digitais como complementação do acompanhamento nutricional foi positiva, promovendo o engajamento das participantes, ao enviarem fotos de refeições, dúvidas e comentários sobre a alimentação. A proposta de cuidado nutricional apresentada contribuiu para redução da RPPP e beneficiou parâmetros dietéticos e antropométricos das participantes do estudo. Frente aos resultados, pretende-se elaborar um modelo de acompanhamento nutricional e de saúde para o período pós-parto, que possa, futuramente, fazer parte das estratégias nacionais da Atenção Básica e compor os protocolos da política de atenção integral à saúde da mulher.