Alguns contextos para o aumento da disseminação da febre amarela no Brasil
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38250 |
Resumo: | A febre amarela é uma doença infecciosa, que causava epidemias nas regiões tropicais na América do Sul e na África em áreas urbanas desde o século XVII. Com o desenvolvimento de vacinas e campanhas de controle de vetores, houve uma diminuição da ocorrência de surtos. Contudo, a febre amarela silvestre mostrou-se de difícil controle, mantendo-se durante anos endêmica em áreas no Brasil. O objetivo deste trabalho é apresentar a distribuição da febre amarela no Brasil em período anterior e posterior ao rompimento da barragem, que alterou a ecologia ao redor do Rio Doce em Mariana até o encontro com o oceano Atlântico. Para demonstrar diversas negligências políticas: na habitação, código florestal e vigilância da barragem de mineração juntamente com um evento pontual em uma área pode afetar o setor de saúde pública em uma área bem mais ampla. Inicialmente foram levantados os casos de febre amarela de 2007 a 2016, foram estruturados mapas com a distribuição de ocorrência deste agravo e avaliamos se houve alteração da distribuição de febre amarela e nos locais com as maiores mudanças de padrão de ocorrência analisamos com mais detalhes. Utilizou-se também imagens de satélite no dia anterior e posterior ao rompimento da barragem para ilustrar as alterações abruptas da ecologia no entorno do Rio Doce. Observando os mapas estruturados a partir dos dados coletados no DATASUS e pelas Secretaria de Saúde, tanto de Estado quanto de Município, podemos perceber que desde o ano de 2007 até o ano de 2015 a ocorrência de casos humanos de febre amarela havia diminuído a sua área de abrangência no Brasil a cada ano. A partir do ano de 2016 pode-se perceber um aumento da abrangência da ocorrência da Febre Amarela em direção a uma área, que não possuía uma ocorrência tão elevada em períodos recentes como o Vale do Canaã-ES. As imagens de satélite apontam mudanças da resposta espectral em outubro para novembro de 2015 apontando uma alteração da ecologia no Rio Doce, que chega até sua foz. Na observação da área de ocorrência elevada na escala detalhada identifica-se os municípios afetados pela febre amarela próximos ao Rio Doce. É possível que os surtos recentes não relacionem-se apenas ao rompimento da barragem, que transformou o Rio Doce em um rio sem predadores de vetores, mas também a migração de pessoas de áreas urbanas para as silvestres, por sobrevivência e a mudança no código florestal com diminuição da cobertura florestal. |
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O objetivo deste trabalho é apresentar a distribuição da febre amarela no Brasil em período anterior e posterior ao rompimento da barragem, que alterou a ecologia ao redor do Rio Doce em Mariana até o encontro com o oceano Atlântico. Para demonstrar diversas negligências políticas: na habitação, código florestal e vigilância da barragem de mineração juntamente com um evento pontual em uma área pode afetar o setor de saúde pública em uma área bem mais ampla. Inicialmente foram levantados os casos de febre amarela de 2007 a 2016, foram estruturados mapas com a distribuição de ocorrência deste agravo e avaliamos se houve alteração da distribuição de febre amarela e nos locais com as maiores mudanças de padrão de ocorrência analisamos com mais detalhes. Utilizou-se também imagens de satélite no dia anterior e posterior ao rompimento da barragem para ilustrar as alterações abruptas da ecologia no entorno do Rio Doce. Observando os mapas estruturados a partir dos dados coletados no DATASUS e pelas Secretaria de Saúde, tanto de Estado quanto de Município, podemos perceber que desde o ano de 2007 até o ano de 2015 a ocorrência de casos humanos de febre amarela havia diminuído a sua área de abrangência no Brasil a cada ano. A partir do ano de 2016 pode-se perceber um aumento da abrangência da ocorrência da Febre Amarela em direção a uma área, que não possuía uma ocorrência tão elevada em períodos recentes como o Vale do Canaã-ES. As imagens de satélite apontam mudanças da resposta espectral em outubro para novembro de 2015 apontando uma alteração da ecologia no Rio Doce, que chega até sua foz. Na observação da área de ocorrência elevada na escala detalhada identifica-se os municípios afetados pela febre amarela próximos ao Rio Doce. É possível que os surtos recentes não relacionem-se apenas ao rompimento da barragem, que transformou o Rio Doce em um rio sem predadores de vetores, mas também a migração de pessoas de áreas urbanas para as silvestres, por sobrevivência e a mudança no código florestal com diminuição da cobertura florestal.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Laboratório de Informação em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porABRASCOFebre amarelaFebre amarela silvestreDoença infecciosaEpidemiasRegiões tropicaisAmérica do SulÁfricaCampanhasVacinaçãoControle de vetoresAlguns contextos para o aumento da disseminação da febre amarela no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObject2018Rio de Janeiro/RJ12° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva: fortalecer o SUS, os direitos e a democraciaCongressoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38250/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALRenata_Gracie.pdfapplication/pdf1045061https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38250/2/Renata_Gracie.pdf9519de80d5b3b83a25e91bd2d1d4530bMD52TEXTRenata_Gracie.pdf.txtRenata_Gracie.pdf.txtExtracted texttext/plain2https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38250/3/Renata_Gracie.pdf.txte1c06d85ae7b8b032bef47e42e4c08f9MD53icict/382502022-05-13 12:57:02.694oai:www.arca.fiocruz.br:icict/38250Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-05-13T15:57:02Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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A febre amarela é uma doença infecciosa, que causava epidemias nas regiões tropicais na América do Sul e na África em áreas urbanas desde o século XVII. Com o desenvolvimento de vacinas e campanhas de controle de vetores, houve uma diminuição da ocorrência de surtos. Contudo, a febre amarela silvestre mostrou-se de difícil controle, mantendo-se durante anos endêmica em áreas no Brasil. O objetivo deste trabalho é apresentar a distribuição da febre amarela no Brasil em período anterior e posterior ao rompimento da barragem, que alterou a ecologia ao redor do Rio Doce em Mariana até o encontro com o oceano Atlântico. Para demonstrar diversas negligências políticas: na habitação, código florestal e vigilância da barragem de mineração juntamente com um evento pontual em uma área pode afetar o setor de saúde pública em uma área bem mais ampla. Inicialmente foram levantados os casos de febre amarela de 2007 a 2016, foram estruturados mapas com a distribuição de ocorrência deste agravo e avaliamos se houve alteração da distribuição de febre amarela e nos locais com as maiores mudanças de padrão de ocorrência analisamos com mais detalhes. Utilizou-se também imagens de satélite no dia anterior e posterior ao rompimento da barragem para ilustrar as alterações abruptas da ecologia no entorno do Rio Doce. Observando os mapas estruturados a partir dos dados coletados no DATASUS e pelas Secretaria de Saúde, tanto de Estado quanto de Município, podemos perceber que desde o ano de 2007 até o ano de 2015 a ocorrência de casos humanos de febre amarela havia diminuído a sua área de abrangência no Brasil a cada ano. A partir do ano de 2016 pode-se perceber um aumento da abrangência da ocorrência da Febre Amarela em direção a uma área, que não possuía uma ocorrência tão elevada em períodos recentes como o Vale do Canaã-ES. As imagens de satélite apontam mudanças da resposta espectral em outubro para novembro de 2015 apontando uma alteração da ecologia no Rio Doce, que chega até sua foz. Na observação da área de ocorrência elevada na escala detalhada identifica-se os municípios afetados pela febre amarela próximos ao Rio Doce. É possível que os surtos recentes não relacionem-se apenas ao rompimento da barragem, que transformou o Rio Doce em um rio sem predadores de vetores, mas também a migração de pessoas de áreas urbanas para as silvestres, por sobrevivência e a mudança no código florestal com diminuição da cobertura florestal. |
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