Estudo da transmissão vertical e transmissão venérea do vírus Zika em mosquitos Aedes aegypti

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Stéphanie Silva
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23802
Resumo: O vírus Zika (ZIKV) é um flavivírus cujo principal vetor é o mosquito Aedes aegypti. É transmitido principalmente pela picada de fêmeas do mosquito quando apresentam partículas virais infectantes na saliva, uma via conhecida como transmissão horizontal. No entanto, a transmissão vertical (progenitora infectada gera prole infectada) e a transmissão sexual ou venérea (o vírus é passado através da cópula) , também são possíveis entre mosquitos. Estas últimas são apontadas como um mecanismo de manutenção viral na natureza no período entre epidemias. A variação da frequência dessas rotas parece ser grande e estar ligada a inúmeros fatores, desde o vírus, espécie e população do vetor até condições ambientais. Analisando a importância do conhecimento dos diferentes aspectos da dinâmica da transmissão do ZIKV, e considerando a falta de estudos sobre as vias de transmissão vertical e venérea deste vírus, este trabalho tem como objetivo avaliar a ocorrência dessas vias em mosquitos Ae aegypti infectados com ZIKV. Para isso, inicialmente, fêmeas do mosquito Ae aegypti de diferentes localidades (Urca, Manguinhos e Goiânia) foram infectadas oralmente usando diferentes cepas de ZIKV Além da cepa viral e da população de mosquito, nos ensaios de transmissão vertical houve variação no tempo entre a alimentação sanguínea infectante e a alimentação sanguínea não infectante, destinada a estimular a desova (10 e 14 dias após infecção). Também variaram as condições em que as desovas foram recolhidas - individualmente ou em conjunto de ovos - e a forma como foi examinado o tempo de vida da prole (pool ou individual). Nos ensaios de transmissão venérea, as principais variações testadas foram as populações de mosquito, as cepas virais utilizadas para infecção das fêmeas, as condições de manutenção dos adultos - alimentação em conjunto em uma mesma solução açucarada ou não, e o tempo de cruzamento entre machos e fêmeas infectadas oralmente ou fêmeas não infectadas. A infecção não provocou diferenças significativas entre as taxas de postura de eclosão. Um pool de cinco machos filhos, dentre 574 fêmeas e 526 machos (organizados em pool de 2 ou 5 indivíduos) de fêmeas infectadas se mostrou positivo por análise de RT-qPCR. Alinhamento das sequências nucleotídicas da amostra viral usada para infecção das mães e da amostra recuperada da prole infectada revelou mutações nos genes que codificam as proteínas NS2B e NS2A, com substituição de aminoácido nesse último. Em relação à transmissão venérea, foram detectadas partículas virais em três machos de diferentes experimentos de acasalamento com fêmeas infectadas. Através do alinhamento das sequências genômicas do ZIKV obtido de um desses machos, juntamente com amostra original usada para infecção das fêmeas e RNA viral isolado de fêmeas infectadas, apontou alterações no gene que codifica a proteína E apenas no macho. Concluímos que, experimentalmente, as transmissões vertical e venérea ocorrem no par Ae aegypti \2013 vírus ZIKA, ainda que com frequência relativamente baixa
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A variação da frequência dessas rotas parece ser grande e estar ligada a inúmeros fatores, desde o vírus, espécie e população do vetor até condições ambientais. Analisando a importância do conhecimento dos diferentes aspectos da dinâmica da transmissão do ZIKV, e considerando a falta de estudos sobre as vias de transmissão vertical e venérea deste vírus, este trabalho tem como objetivo avaliar a ocorrência dessas vias em mosquitos Ae aegypti infectados com ZIKV. Para isso, inicialmente, fêmeas do mosquito Ae aegypti de diferentes localidades (Urca, Manguinhos e Goiânia) foram infectadas oralmente usando diferentes cepas de ZIKV Além da cepa viral e da população de mosquito, nos ensaios de transmissão vertical houve variação no tempo entre a alimentação sanguínea infectante e a alimentação sanguínea não infectante, destinada a estimular a desova (10 e 14 dias após infecção). Também variaram as condições em que as desovas foram recolhidas - individualmente ou em conjunto de ovos - e a forma como foi examinado o tempo de vida da prole (pool ou individual). Nos ensaios de transmissão venérea, as principais variações testadas foram as populações de mosquito, as cepas virais utilizadas para infecção das fêmeas, as condições de manutenção dos adultos - alimentação em conjunto em uma mesma solução açucarada ou não, e o tempo de cruzamento entre machos e fêmeas infectadas oralmente ou fêmeas não infectadas. A infecção não provocou diferenças significativas entre as taxas de postura de eclosão. Um pool de cinco machos filhos, dentre 574 fêmeas e 526 machos (organizados em pool de 2 ou 5 indivíduos) de fêmeas infectadas se mostrou positivo por análise de RT-qPCR. Alinhamento das sequências nucleotídicas da amostra viral usada para infecção das mães e da amostra recuperada da prole infectada revelou mutações nos genes que codificam as proteínas NS2B e NS2A, com substituição de aminoácido nesse último. Em relação à transmissão venérea, foram detectadas partículas virais em três machos de diferentes experimentos de acasalamento com fêmeas infectadas. Através do alinhamento das sequências genômicas do ZIKV obtido de um desses machos, juntamente com amostra original usada para infecção das fêmeas e RNA viral isolado de fêmeas infectadas, apontou alterações no gene que codifica a proteína E apenas no macho. Concluímos que, experimentalmente, as transmissões vertical e venérea ocorrem no par Ae aegypti \2013 vírus ZIKA, ainda que com frequência relativamente baixaThe Zika virus (ZIKV) is a flavivirus whose main vector is the mosquito Aedes aegypti. It is mainly transmitted by the bite of mosquito females presenting infectious viral particles in the saliva, a route known as horizontal transmission. However, vertical transmission (infected parent generates infected offspring) and sexual or venereal transmission (the virus is passed through copulation) are also possible among mosquitoes. The latter are noted as a viral maintenance mechanism in nature in the period between epidemics. The frequency variation of these routes seems to be high and to be linked to numerous factors ranging from virus, species and vector\2019s population to environmental conditions. Analyzing the importance of the knowledge about different aspects of ZIKV transmission dynamics, and the lack of studies regarding vertical and venereal transmission of this virus, this study aims to evaluate the occurrence of these pathways in Ae aegypti mosquitoes infected with ZIKV. To achieve this goal, initially Ae aegypti mosquito females from diverse locations (Urca, Manguinhos and Goiânia) were orally infected using different strains of ZIKV. In addition to the viral strain and mosquitoes population, in the vertical transmission assays variations were also included regarding the time lag between the infectious and the subsequent noninfectious blood meals, the last aiming to stimulate oviposition (10 and 14 days per infection). Variations were also included in the collection conditions of the oviposited eggs - individually or in pools, and in the way the offspring lifetime was examined (in pool or individual eggs) Regarding venereal transmission assays, the main tested variations were the mosquitoes population, the viral strains used for females\2019 infection, the rearing adult conditions - sugar feeding solution offered to a pool of mosquitoes or not, the time of crossing between males and orally infected and / or uninfected females. There were no significant differences in oviposition and hatching rates of infected and uninfected groups. A pool of five males in 574 females and 526 males (organized in pools of 2 or 5 individuals), offspring of infected females, was positive by RT-qPCR analysis. Alignment of the nucleotide sequences of the virus used for mothers' infection and the recovered infected offspring revealed mutations in the NS2B and NS2A coding genes, leading to amino acid substitution in the latter. In relation to the venereal transmission, Zika virus particles were detected in three males arising from different experiments of mating with infected females. Through the genomic sequences alignment of the virus obtained from one of these males with the original samples, employed to infect the females used in the insemination assays and genomic virus from females infected was identified changes in proteins E. We conclude that, experimentally, both vertical and venereal transmissions occur in the Ae aegypti - ZIKA virus, albeit with relatively low frequencyFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porZika virusAedesTransmissão de doença infecciosaTransmissão vertical de doença infecciosaVirologiaEstudo da transmissão vertical e transmissão venérea do vírus Zika em mosquitos Aedes aegyptiinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2017Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Biologia Parasitáriainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23802/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALstephanie_campos_ioc_mest_2017.pdfapplication/pdf1860095https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23802/2/stephanie_campos_ioc_mest_2017.pdf84102ce03406d4915aa2dbe1882fbb72MD52TEXTstephanie_campos_ioc_mest_2017.pdf.txtstephanie_campos_ioc_mest_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain144065https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23802/3/stephanie_campos_ioc_mest_2017.pdf.txt1bd62410e155fb447d296a9e3fb44e66MD53icict/238022022-06-24 12:17:43.286oai:www.arca.fiocruz.br:icict/23802Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-06-24T15:17:43Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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