Estratégias para bloquear a transmissão da hanseníase em município hiperendêmico \2013 Mossoró/RN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nobre, Mauricio Lisboa
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18794
Resumo: A hanseníase é um importante problema de saúde pública no mundo com 213.899 casos novos notificados em 2014. No Brasil foram diagnosticados 31.064 casos, com diferentes níveis de endemicidade entre os estados. O Rio Grande do Norte apresenta um dos menores coeficientes de detecção de casos novos (CDCN) da doença no país, com 7,98 casos por 100.000 habitantes em 2014. Apesar disso, em alguns municípios do Estado esse coeficiente é hiperendêmico, como em Mossoró/RN onde este estudo foi realizado. Com o objetivo de executar estratégias para interromper a transmissão do Mycobacterium leprae, realizou-se o mapeamento dos coeficientes de detecção da doença por bairros do município, observando que a endemia é mais frequente em áreas de rápida urbanização e precárias condições de moradia. Duas dessas áreas foram selecionadas para atividades de controle. Em uma delas realizou-se exame de escolares para detectar casos novos da doença e para identificar suas possíveis fontes de infecção. Na outra, realizou-se sorologia para hanseníase em idosos com o objetivo de detectar casos multibacilares (MB) da doença. Em oito escolas 1.385 crianças foram examinadas e 18 novos casos de hanseníase paucibacilar (PB) foram detectados (1,3%). Foram realizadas visitas domiciliares e 160 comunicantes desses casos foram examinados, resultando no diagnóstico de outros seis casos da doença (3,75%). Entre 145 professores e funcionários das escolas nenhum caso foi diagnosticado, mostrando que os contatos sociais não desempenharam papel importante como fonte de infecção para esses escolares. Nove dos comunicantes com hanseníase MB atual ou pregressa foram considerados possíveis fontes de infecção pelo M. leprae; em três desses casos a família das crianças não tinha conhecimento do diagnóstico do contato Na segunda estratégia realizou-se pesquisa de anticorpos contra o bacilo de Hansen em 504 idosos e dois novos casos de hanseníase MB foram detectados, um deles sem qualquer sinal clínico evidente. Essa estratégia mostrou-se importante pela elevada taxa de detecção de casos MB entre homens idosos (1%). Adicionalmente, os dados de 541.090 casos de hanseníase notificados no Brasil entre 2001-2013 foram analisados, mostrando que o CDCN por faixa etária é influenciado pelos casos MB no sexo masculino. Observou-se que o CDCN da hanseníase MB em homens eleva-se rapidamente após 19 anos de idade atingindo um pico de 44,8/100.000 habitantes entre 65-69 anos. A razão de chances para hanseníase MB foi duas vezes maior para homens em comparação às mulheres, observando-se o mesmo para doentes com 60 ou mais anos de idade comparados aos mais jovens. O estudo demonstrou ainda que a carga bacilar em 2.253 casos diagnosticados na Fiocruz (Rio de Janeiro/RJ) foi significativamente maior em homens do que em mulheres. Esses achados são relevantes e sugerem que estratégias específicas devam ser adotadas para detectar e tratar casos de hanseníase MB nesses grupos populacionais, reduzindo a transmissão da doença. Conclui-se que a busca de casos MB é essencial para interromper a infecção pelo M. leprae na comunidade, mas que esse objetivo não será atingido sem a adoção de políticas públicas que promovam educação em saúde e melhores condições de habitação
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Apesar disso, em alguns municípios do Estado esse coeficiente é hiperendêmico, como em Mossoró/RN onde este estudo foi realizado. Com o objetivo de executar estratégias para interromper a transmissão do Mycobacterium leprae, realizou-se o mapeamento dos coeficientes de detecção da doença por bairros do município, observando que a endemia é mais frequente em áreas de rápida urbanização e precárias condições de moradia. Duas dessas áreas foram selecionadas para atividades de controle. Em uma delas realizou-se exame de escolares para detectar casos novos da doença e para identificar suas possíveis fontes de infecção. Na outra, realizou-se sorologia para hanseníase em idosos com o objetivo de detectar casos multibacilares (MB) da doença. Em oito escolas 1.385 crianças foram examinadas e 18 novos casos de hanseníase paucibacilar (PB) foram detectados (1,3%). Foram realizadas visitas domiciliares e 160 comunicantes desses casos foram examinados, resultando no diagnóstico de outros seis casos da doença (3,75%). Entre 145 professores e funcionários das escolas nenhum caso foi diagnosticado, mostrando que os contatos sociais não desempenharam papel importante como fonte de infecção para esses escolares. Nove dos comunicantes com hanseníase MB atual ou pregressa foram considerados possíveis fontes de infecção pelo M. leprae; em três desses casos a família das crianças não tinha conhecimento do diagnóstico do contato Na segunda estratégia realizou-se pesquisa de anticorpos contra o bacilo de Hansen em 504 idosos e dois novos casos de hanseníase MB foram detectados, um deles sem qualquer sinal clínico evidente. Essa estratégia mostrou-se importante pela elevada taxa de detecção de casos MB entre homens idosos (1%). Adicionalmente, os dados de 541.090 casos de hanseníase notificados no Brasil entre 2001-2013 foram analisados, mostrando que o CDCN por faixa etária é influenciado pelos casos MB no sexo masculino. Observou-se que o CDCN da hanseníase MB em homens eleva-se rapidamente após 19 anos de idade atingindo um pico de 44,8/100.000 habitantes entre 65-69 anos. A razão de chances para hanseníase MB foi duas vezes maior para homens em comparação às mulheres, observando-se o mesmo para doentes com 60 ou mais anos de idade comparados aos mais jovens. O estudo demonstrou ainda que a carga bacilar em 2.253 casos diagnosticados na Fiocruz (Rio de Janeiro/RJ) foi significativamente maior em homens do que em mulheres. Esses achados são relevantes e sugerem que estratégias específicas devam ser adotadas para detectar e tratar casos de hanseníase MB nesses grupos populacionais, reduzindo a transmissão da doença. Conclui-se que a busca de casos MB é essencial para interromper a infecção pelo M. leprae na comunidade, mas que esse objetivo não será atingido sem a adoção de políticas públicas que promovam educação em saúde e melhores condições de habitaçãoHansen\2018s disease (HD) is an important public health problem in the world with 213,899 new cases detected in 2014. In Brazil 31,064 new cases were diagnosed with considerable differences in the endemicity level among states. Rio Grande do Norte presents one of the lowest new cases detection rates (NCDR) of the disease in the country, with 7.98 new cases per 100,000 in 2014. Despite this, in some municipalities within the state the NCDR is hyper-endemic, as in Mossoró/RN where this study was conducted. With the objective of developing strategies to halt Mycobacterium leprae transmission, NCDR by municipality neighborhoods were mapped showing that disease occurs more frequently in areas of rapid urbanization and bad housing conditions. Two of these areas were chosen for development of control activities. In one of them school children were surveyed in order to detect new cases of the disease and to identify their possible infection sources. In the other area, serology for HD was carried out in elderly population to detect multibacillary (MB) cases. In eight schools 1,385 children were checked for skin lesions and 18 new cases of paucibacillary (PB) HD were detected (1.3%). Home visits were performed and 160 contacts of these cases were examined, resulting in six additional HD new cases diagnosed (3.75%). Among 145 school teachers and employees no new case was diagnosed, showing that social contacts did not play an important role as source of infection for these school children. Nine of their close contacts with present or past MB disease were considered as a possible source of M. leprae; in three cases the children\2018s family did not know about the contact\2018s diagnosis The second strategy tested 504 elderly people for specific antibodies against Hansen\2018s bacillus and two new HD MB cases were detected, one of them without any clinical signs of HD disease. This strategy was important because of its high detection rate of MB cases among elderly men (1%). Additionally, data of 541,090 HD cases notified in Brazil from 2001-2013 were analyzed showing that NCDR by age group are mainly influenced by MB cases in male sex. NCDR of males with MB disease increased steeply above 19 years of age and peaked at 44.8/100,000 population in 65-69 years age group. The odds ratio for MB leprosy was twice higher for men compared to women and the same was observed for patients aged 60 or more years old compared to younger cases. Moreover, this study showed that bacillary load from 2,253 HD cases diagnosed at Fiocruz (Rio de Janeiro/RJ) was significantly higher in male than in female patients. These findings are relevant and suggest that specific strategies should be adopted to diagnose and treat MB cases in these population groups, reducing disease transmission. We conclude that active search for MB cases is essential to halt M. leprae transmission, but this objective will not be attained without adoption of public policies that promote health education and improvements in habitation conditionsFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, BrasilporEstratégias para bloquear a transmissão da hanseníase em município hiperendêmico \2013 Mossoró/RNinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2016-10-27Pós-Graduação em Medicina TropicalFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo CruzRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Medicina TropicalGrupos EtáriosHanseníase/epidemiologiaEpidemiologiaDoenças EndêmicasSexoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/18794/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALmauricio_nobre_ioc_dout_2016.pdfmauricio_nobre_ioc_dout_2016.pdfapplication/pdf11440817https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/18794/2/mauricio_nobre_ioc_dout_2016.pdf2eb2e40e8608d11d797cadbcb0753fc6MD52TEXTmauricio_nobre_ioc_dout_2016.pdf.txtmauricio_nobre_ioc_dout_2016.pdf.txtExtracted texttext/plain455820https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/18794/3/mauricio_nobre_ioc_dout_2016.pdf.txt91d6bd38e8c33c83b6aa3fb0413613b4MD53icict/187942023-09-04 11:49:23.313oai:www.arca.fiocruz.br:icict/18794Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-09-04T14:49:23Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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