Toxoplasmose aguda adquirida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Elizabeth de Souza
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27918
Resumo: Uma das zoonoses de maior prevalência no mundo, a toxoplasmose apresenta espectro clínico variável, sendo suas formas mais graves associadas a casos de transmissão congênita e à infecção em indivíduos imunocomprometidos. Estima-se que a maioria dos casos de toxoplasmose adquirida pós-natal em indivíduos imunocompetentes seja sub-clínica, ou oligossintomática. Quadros apresentando o envolvimento de múltiplos órgãos são considerados manifestações pouco usuais da infecção. Retinocoroidite, classicamente associada à forma congênita da protozoonose, é hoje reconhecida como complicação da toxoplasmose aguda adquirida. Diversos aspectos das manifestações da toxoplasmose aguda adquirida são ainda pouco esclarecidos, como as suas manifestações mais freqüentes, a intensidade e duração dos sintomas assim como a sua associação com o surgimento de retinocoroidite. IFN-y proteção contra patógenos intracelulares, restringindo a multiplicação do parasito durante a fase aguda e acelerando a evolução para a fase crônica. Variações alélicas em regiões regulatórias dos genes que codificam esta citocina vêm sendo associadas à susceptibilidade ou resistência a diversas doenças infecciosas e podem ter influência na gravidade e no surgimento das complicações da toxoplasmose O presente trabalho teve como objetivo investigar o acometimento sistêmico na toxoplasmose aguda adquirida, o surgimento de lesões oculares e a ocorrência de polimorfismo no gene que codifica para IFN-y na posição +874 nesta população e assim, identificar potenciais marcadores prognósticos para o desenvolvimento de formas graves e das complicações oculares desta zoonose. Trinta e sete pacientes com toxoplasmose aguda adquirida foram acompanhados prospectivamente e submetidos ao mesmo protocolo de investigação clínico-laboratorial e oftalmológico por um mínimo de dois anos. Paralelamente, foi realizado o estudo de polimorfismo no gene que codifica para IFN-y na posição +874 em 30 indivíduos desta coorte, maiores de 18 anos e em 90 controles pareados por sexo e faixa etária. Os achados clínicos mais freqüentes foram linfonodomegalia, (94,6%), astenia (86,5%), cefaléia (70,3%), febre (67,6%) e perda de peso (62,2%). Hepatomegalia e/ou esplenomegalia ocorreu em 21,6% dos casos. Transaminases estavam aumentadas em 29,7% e desidrogenase láctica em 45,9% dos pacientes. Quatro pacientes (10,8%) apresentaram retinocoroidite. Uma escala de morbidade baseada na freqüência das alterações observadas no primeiro atendimento mostrou associação com evolução mais prolongada da doença, mas não com o surgimento de retinocoroidite Apesar de não ter sido estatisticamente significante, observamos maior freqüência do alelo A (associado a baixo produtores de IFN-y) entre os pacientes que desenvolveram lesão ocular e doença prolongada, e maior freqüência do alelo T (associado a alto produtores de IFN-y) entre os pacientes com formas mais graves da doença. Os resultados indicam que uma escala de morbidade construída a partir de dados obtidos na primeira avaliação pode tornar-se uma ferramenta útil quanto à tomada de decisão de indicação de tratamento e sugerem haver associação entre polimorfismo genético para IFN-y com as manifestações clínicas na toxoplasmose aguda adquirida
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Retinocoroidite, classicamente associada à forma congênita da protozoonose, é hoje reconhecida como complicação da toxoplasmose aguda adquirida. Diversos aspectos das manifestações da toxoplasmose aguda adquirida são ainda pouco esclarecidos, como as suas manifestações mais freqüentes, a intensidade e duração dos sintomas assim como a sua associação com o surgimento de retinocoroidite. IFN-y proteção contra patógenos intracelulares, restringindo a multiplicação do parasito durante a fase aguda e acelerando a evolução para a fase crônica. Variações alélicas em regiões regulatórias dos genes que codificam esta citocina vêm sendo associadas à susceptibilidade ou resistência a diversas doenças infecciosas e podem ter influência na gravidade e no surgimento das complicações da toxoplasmose O presente trabalho teve como objetivo investigar o acometimento sistêmico na toxoplasmose aguda adquirida, o surgimento de lesões oculares e a ocorrência de polimorfismo no gene que codifica para IFN-y na posição +874 nesta população e assim, identificar potenciais marcadores prognósticos para o desenvolvimento de formas graves e das complicações oculares desta zoonose. Trinta e sete pacientes com toxoplasmose aguda adquirida foram acompanhados prospectivamente e submetidos ao mesmo protocolo de investigação clínico-laboratorial e oftalmológico por um mínimo de dois anos. Paralelamente, foi realizado o estudo de polimorfismo no gene que codifica para IFN-y na posição +874 em 30 indivíduos desta coorte, maiores de 18 anos e em 90 controles pareados por sexo e faixa etária. Os achados clínicos mais freqüentes foram linfonodomegalia, (94,6%), astenia (86,5%), cefaléia (70,3%), febre (67,6%) e perda de peso (62,2%). Hepatomegalia e/ou esplenomegalia ocorreu em 21,6% dos casos. Transaminases estavam aumentadas em 29,7% e desidrogenase láctica em 45,9% dos pacientes. Quatro pacientes (10,8%) apresentaram retinocoroidite. Uma escala de morbidade baseada na freqüência das alterações observadas no primeiro atendimento mostrou associação com evolução mais prolongada da doença, mas não com o surgimento de retinocoroidite Apesar de não ter sido estatisticamente significante, observamos maior freqüência do alelo A (associado a baixo produtores de IFN-y) entre os pacientes que desenvolveram lesão ocular e doença prolongada, e maior freqüência do alelo T (associado a alto produtores de IFN-y) entre os pacientes com formas mais graves da doença. Os resultados indicam que uma escala de morbidade construída a partir de dados obtidos na primeira avaliação pode tornar-se uma ferramenta útil quanto à tomada de decisão de indicação de tratamento e sugerem haver associação entre polimorfismo genético para IFN-y com as manifestações clínicas na toxoplasmose aguda adquiridaOne of the most prevalent zoonosis in the world, toxoplasmosis presents variable clinical spectrum, and its most severe clinical forms are associated with cases of congenital transmission and infection in immunocompromised individuals. It is estimated that most cases of postnatal acquired toxoplasmosis in immunocompetent persons is subclinical or oligosymptomatic. Conditions showing the involvement of multiple organs are considered unusual manifestations of this infection. Retinochoroiditis, classically associated with the congenital form of the zoonosis, is now recognized as a complication of acute acquired toxoplasmosis. Several aspects of the manifestations of acute acquired toxoplasmosis are poorly understood, as their most frequent manifestations, severity and duration of symptoms, as well as its association with the appearance of retinochoroiditis. IFN-\03B3 is a key cytokine in protection against intracellular pathogens, restricting the multiplication of the parasite during the acute phase and accelerating the evolution to the chronic stage. Allelic variants in regulatory regions of genes coding for this cytokine have been associated with susceptibility or resistance to various infectious diseases and may affect the severity and the development of complications of toxoplasmosis. This study aimed to investigate the systemic involvement in acute acquired toxoplasmosis, the onset of ocular lesions, and the occurrence of polymorphism in the gene encoding IFN-\F067 in position +874 in this population, and thus identify potential prognostic markers for the development of serious ocular complications of this zoonosis Thirty-seven patients with acute acquired toxoplasmosis were followed prospectively and underwent the same protocol of clinical, ophthalmological, and laboratory investigation for at least two years. In parallel, we performed a study of polymorphism in the gene coding for IFN-\F067 at the position +874 in 30 individuals in this cohort, with 18 years or more and in 90 controls matched by sex and age. The most frequent clinical findings were lymphadenopathy (94.6%), asthenia (86.5%), headache (70.3%), fever (67.6%), and weight loss (62.2%). Hepatomegaly and/or splenomegaly occurred in 21.6% of the cases. Aminotransferases were increased in 29.7% and LDH in 45.9% of the patients. Four patients (10.8%) had retinochoroiditis. A scale of morbidity based on the frequency of abnormalities observed in the first visit was associated with more prolonged evolution of the disease, but not with the emergence of retinochoroiditis. Although not statistically significant, we found a higher frequency of A-allele (associated with low INF-\F067 producers) among patients who developed ocular injury and prolonged illness, and higher frequency of Tallele among patients with more severe disease forms. The results indicate that a scale of morbidity constructed from data obtained in the first assessment may become a useful tool for decision making regarding the indications for treatment and suggests an association between genetic polymorphisms for IFN-\F067 with clinical manifestations in acute acquired toxoplasmosisFundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porToxoplasmaToxoplasmoseInterferon GamaPolimorfismo GenéticoToxoplasmose aguda adquiridainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2010Instituto Nacional de Infectologia Evandro ChagasFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27918/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALelizabeth_neves_ipec_dout_2010.pdfapplication/pdf1212995https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27918/2/elizabeth_neves_ipec_dout_2010.pdff176805d7fc582b3a6dd2f35fd40f537MD52TEXTelizabeth_neves_ipec_dout_2010.pdf.txtelizabeth_neves_ipec_dout_2010.pdf.txtExtracted texttext/plain135921https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27918/3/elizabeth_neves_ipec_dout_2010.pdf.txt9567cbbc61c114b9ba60054f207f7531MD53icict/279182018-08-15 03:52:21.364oai:www.arca.fiocruz.br:icict/27918Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352018-08-15T06:52:21Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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