Os sentidos da integralidade nos anos 2000: a construção do padrão de integralidade da assistência à saúde
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24474 |
Resumo: | Nas últimas décadas, a integralidade tem se apresentado como tema recorrente nas discussões realizadas sobre o sistema de saúde brasileiro, com usos diversos do termo e múltiplos sentidos que lhe são atribuídos. Recentemente, surgiram questionamentos sobre uma indefinição da integralidade, que resultaram em iniciativas que envolvem a constituição de um padrão de integralidade da assistência, como na experiência do Sistema Único de Saúde (SUS) em Sergipe desde 2008, ou nas proposições da lei no 12.401/2011 e do decreto n o 7.508/2011 para o âmbito nacional. O objetivo deste trabalho consiste em analisar os sentidos da integralidade nos anos 2000, tomando como referência a construção da noção de padrão de integralidade da assistência à saúde. Realizou-se uma busca bibliográfica, aliada à análise de uma variedade de documentos (projetos de lei, normativas do SUS, transcrições de discursos e entrevistas, áudios de debate em eventos, relatórios institucionais, entre outros), para reconhecer o contexto, os sujeitos e os argumentos ligados à busca por essa definição. O estudo mostrou que as propostas de padronização da integralidade estão imersas num contexto atravessado pela judicialização da saúde, com iniciativas dos gestores para barrar o avanço das ações judiciais na área da saúde, o qual seria explicado por uma regulamentação insuficiente da integralidade nas leis que definem o SUS. Diversos grupos têm participado desse debate, com destaque para representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, analistas da saúde coletiva e do direito, além da sociedade civil por meio de ONGs e associações de portadores de doenças. Num cenário de recursos limitados e crescentes gastos com a saúde da população, o padrão de integralidade está ligado à regulação do acesso a ações, serviços e medicamentos no SUS, com o estabelecimento de protocolos regidos por critérios técnicos e científicos. Três dimensões destacam-se na análise: o vocabulário utilizado nas propostas, já conhecido no campo da saúde coletiva, mas agora com novos usos; o olhar da gestão com um caráter gerencialista e tecnocrata; e os usos do direito à saúde, sustentado de formas diversas pelos sujeitos envolvidos. A noção de padrão de integralidade da assistência à saúde traz pistas de que o debate sobre a integralidade esteja ganhando novos contornos nos anos 2000, com base em valores distintos daqueles defendidos na concepção do SUS. |
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Diversos grupos têm participado desse debate, com destaque para representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, analistas da saúde coletiva e do direito, além da sociedade civil por meio de ONGs e associações de portadores de doenças. Num cenário de recursos limitados e crescentes gastos com a saúde da população, o padrão de integralidade está ligado à regulação do acesso a ações, serviços e medicamentos no SUS, com o estabelecimento de protocolos regidos por critérios técnicos e científicos. Três dimensões destacam-se na análise: o vocabulário utilizado nas propostas, já conhecido no campo da saúde coletiva, mas agora com novos usos; o olhar da gestão com um caráter gerencialista e tecnocrata; e os usos do direito à saúde, sustentado de formas diversas pelos sujeitos envolvidos. A noção de padrão de integralidade da assistência à saúde traz pistas de que o debate sobre a integralidade esteja ganhando novos contornos nos anos 2000, com base em valores distintos daqueles defendidos na concepção do SUS.In recent decades, the comprehensiveness has emerged as a recurring theme in the discussions about the Brazilian health system, with various uses of the term and multiple meanings assigned to it. Recently, questions have arisen about the definition of comprehensiveness, which resulted in initiatives that involve the establishment of a pattern for comprehensive healthcare in the Unified Health System (SUS in portuguese) in Sergipe since 2008, or the nationwide propositions of the law 12.401/2011 and decree 7.508/2011. The objective of this work is to analyze the meaning of comprehensiveness in the 2000s, with reference to the construction of the pattern for comprehensive healthcare. We performed a literature search, combined with the analysis of a variety of documents (bills, SUS legislation, transcripts of speeches and interviews, audio of debates, institutional reports, among others), to recognize the context, the subject and arguments related to that definition. The study showed that the proposed standardization of comprehensiveness is immersed in an environment traversed by health litigation, with initiatives from managers to bar the progress of lawsuits in health care, which would be explained by an insufficient regulation of comprehensiveness in the laws that define SUS. Several groups have participated in this debate, especially representatives of the Executive, Legislative and Judicial, analysts of public health and law, and civil society through NGOs and associations for carriers of diseases. In a scenario of limited resources and increasing spending on population health, the pattern for comprehensive healthcare is linked to the regulation of access to actions, services and drugs in SUS, with the establishment of protocols governed by technical and scientific criteria. Three aspects stand out in the analysis: the vocabulary used in the proposals, already known in the field of public health, but now with new uses; the approach to managing with a managerialist and technocratic character; and the uses of the right to health, sustained on various forms by the subjects involved. The notion of pattern for comprehensive healthcare brings clues that the debate about the comprehensiveness is gaining new dimensions in the 2000s, based on different values from those advocated in the creation of the Unified Health System.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porAssistência Integral à SaúdePadrão de CuidadoPlanejamento em SaúdeDireito à SaúdeComprehensive Health CareStandard of CareHealth PlanningRight to HealthAssistência Integral à SaúdePlanejamento em SaúdeDireito à SaúdeSistema Único de SaúdePadrão de CuidadoOs sentidos da integralidade nos anos 2000: a construção do padrão de integralidade da assistência à saúdeThe sense of completeness in the 2000s: the construction of the standard completeness of healthcareinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALcamila_gerassi_ensp_mest_2013.pdfapplication/pdf791833https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24474/1/camila_gerassi_ensp_mest_2013.pdf82171607019fdfb99b861cdbd75fbda9MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24474/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT476.pdf.txt476.pdf.txtExtracted texttext/plain264279https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24474/3/476.pdf.txt8387d19a8d6d35a1f6aa0a3455ff54c7MD53camila_gerassi_ensp_mest_2013.pdf.txtcamila_gerassi_ensp_mest_2013.pdf.txtExtracted texttext/plain264279https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24474/4/camila_gerassi_ensp_mest_2013.pdf.txt8387d19a8d6d35a1f6aa0a3455ff54c7MD54icict/244742023-01-17 14:49:23.061oai:www.arca.fiocruz.br:icict/24474Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T17:49:23Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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