Homicídio de jovens no Brasil: o desafio de compreender a consequência fatal da violência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Juliana Guimarães e
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36087
Resumo: Buscou-se nessa tese compreender o motivo pelos quais os espaços sociais, no caso os municípios brasileiros, apresentam comportamentos distintos em relação às taxas de homicídio de jovens. Realizou-se um estudo socioepidemiológico da mortalidade por homicídio de jovens em municípios brasileiros, no período de 1990 a 2010. Seu ponto de partida, apresentado no primeiro artigo, abordou os homicídios na população geral nos municípios de Paulista/PE e Jaraguá do Sul/SC. Ainda que não se configurem como objetos desta tese, a investigação acerca dos homicídios nesses municípios possibilitou a definição dos homicídios de jovens como objeto de pesquisa e viabilizou uma perspectiva comparativa entre os homicídios na população geral e entre os jovens. Permitiu também o aprimoramento da metodologia que foi utilizada nos dois artigos subsequentes. A combinação das abordagens quantitativa e qualitativa foi utilizada na perspectiva de triangulação de métodos. Iniciou-se por um estudo epidemiológico, que buscou identificar padrões de semelhanças e diferenças na distribuição dos homicídios de jovens em Lauro de Freitas/BA e Petrolina/PE, mapear o padrão de distribuição dessas mortes entre os grupos etários segundo o sexo e verificar os meios utilizados na perpetração da violência letal contra os jovens. Na abordagem qualitativa e compreensiva, buscou-se conhecer nesses municípios as percepções de gestores, profissionais e jovens acerca dos homicídios juvenis e a trajetória de vida de um jovem vítima de homicídio em cada um deles. Analisou-se as condições individuais, relações sociais e contextos locais relacionadas aos homicídios de jovens. A triangulação metodológica foi feita mediante a integração das informações geradas pelos métodos quantitativos e qualitativos na qual se efetuou uma análise dialogada dos indicadores socioeconômicos dos municípios verificando-se aproximações e distanciamentos encontrados nas realidades dessas cidades, buscando-se uma visão complexa da problemática abordada. Os resultados apontam que tanto para a população geral quanto para os jovens, as cidades com as mais elevadas taxas de homicídio pertencem às regiões metropolitanas de cidades do Nordeste do Brasil – Paulista/PE e Lauro de Freitas/BA. Nelas também são mais elevadas a proporção de jovens, as taxas de desemprego e predomina a inserção da população no mercado de trabalho informal. Lauro de Freitas/BA se destacou com as melhores condições sociais, econômicas, mais intensa urbanização e maior IDH. No entanto, com o Índice de Gini mais elevado revelando-a como a cidade em que são maiores as desigualdades sociais. Os meios mais utilizados para perpetração das mortes de jovens foram as armas de fogo. A análise qualitativa revelou como importantes determinantes nas distintas dimensões do modelo ecológico: (i) individual: uso de álcool e drogas ilícitas e cor da pele; (ii) relacional: família, violência intrafamiliar e entre parceiros íntimos e relações de poder estabelecidas entre os jovens; (iii) comunitárias: educação e profissionalização de jovens; disputa de território; violência armada; violência policial e (iv) sociais: tráfico de drogas; crescimento desordenado e desorganizado das cidades; políticas sociais; mídia e apelo ao consumo e desigualdades sociais. Tais categorias também se descortinaram nas trajetórias de vida dos jovens vítimas de homicídio. Conclui-se que, de forma geral, nos municípios nos quais há uma tendência de redução das taxas de homicídios, parece haver uma maior sinergia entre as políticas macrossociais e macroeconômicas e os contextos locais que envolvem a organização social do município e a participação comunitária. Já naqueles nos quais se observa a tendência de aumento nas taxas de homicídios, são vivenciadas situações de privação de oferta de serviços públicos e de proteção social e as políticas sociais de educação, geração de emprego e renda, saúde, segurança pública, habitação entre outras, são frágeis e ineficazes.
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Ainda que não se configurem como objetos desta tese, a investigação acerca dos homicídios nesses municípios possibilitou a definição dos homicídios de jovens como objeto de pesquisa e viabilizou uma perspectiva comparativa entre os homicídios na população geral e entre os jovens. Permitiu também o aprimoramento da metodologia que foi utilizada nos dois artigos subsequentes. A combinação das abordagens quantitativa e qualitativa foi utilizada na perspectiva de triangulação de métodos. Iniciou-se por um estudo epidemiológico, que buscou identificar padrões de semelhanças e diferenças na distribuição dos homicídios de jovens em Lauro de Freitas/BA e Petrolina/PE, mapear o padrão de distribuição dessas mortes entre os grupos etários segundo o sexo e verificar os meios utilizados na perpetração da violência letal contra os jovens. 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Nelas também são mais elevadas a proporção de jovens, as taxas de desemprego e predomina a inserção da população no mercado de trabalho informal. Lauro de Freitas/BA se destacou com as melhores condições sociais, econômicas, mais intensa urbanização e maior IDH. No entanto, com o Índice de Gini mais elevado revelando-a como a cidade em que são maiores as desigualdades sociais. Os meios mais utilizados para perpetração das mortes de jovens foram as armas de fogo. A análise qualitativa revelou como importantes determinantes nas distintas dimensões do modelo ecológico: (i) individual: uso de álcool e drogas ilícitas e cor da pele; (ii) relacional: família, violência intrafamiliar e entre parceiros íntimos e relações de poder estabelecidas entre os jovens; (iii) comunitárias: educação e profissionalização de jovens; disputa de território; violência armada; violência policial e (iv) sociais: tráfico de drogas; crescimento desordenado e desorganizado das cidades; políticas sociais; mídia e apelo ao consumo e desigualdades sociais. Tais categorias também se descortinaram nas trajetórias de vida dos jovens vítimas de homicídio. Conclui-se que, de forma geral, nos municípios nos quais há uma tendência de redução das taxas de homicídios, parece haver uma maior sinergia entre as políticas macrossociais e macroeconômicas e os contextos locais que envolvem a organização social do município e a participação comunitária. Já naqueles nos quais se observa a tendência de aumento nas taxas de homicídios, são vivenciadas situações de privação de oferta de serviços públicos e de proteção social e as políticas sociais de educação, geração de emprego e renda, saúde, segurança pública, habitação entre outras, são frágeis e ineficazes.We sought to understand why this thesis in which social spaces, where the municipalities, have different behaviors in relation to youth homicide rates. We conducted a study of socioepidemiological youth homicide mortality in Brazilian municipalities over the period 1990-2010. His starting point, presented in the first article, addressed the homicides in the general population in the cities of Paulista/PE and Jaraguá do Sul/SC. Although not configure how objects of this thesis, the investigation of the homicides in these cities led to the definition of youth homicides as a research object and enabled a comparative perspective of homicides in the general population and among young people. Also allowed the improvement of the methodology that was used in the following two articles. The combination of quantitative and qualitative approaches was used in perspective triangulation methods. It started by an epidemiological study that sought to identify patterns of similarities and differences in the distribution of youth homicides in Lauro de Freitas/BA and Petrolina/PE, map the distribution pattern of these deaths across age groups according to sex and verify means used in the perpetration of lethal violence against young people. The qualitative and comprehensive approach, aimed to investigate these municipalities perceptions of managers, professionals and young people about youth homicides and life trajectory of a young murder victim in each of them. We analyzed the individual conditions, social relationships and local contexts related to youth homicides. The methodological triangulation was made by integrating the information generated by quantitative and qualitative methods in which it made a dialogic analysis of socioeconomic indicators of the municipalities checking for similarities and differences found in the realities of these cities, seeking a complex overview of the problem addressed. The results show that both the general population and for young people, the cities with the highest homicide rates belong to the metropolitan areas of cities of Northeast Brazil - Paulista/PE and Lauro de Freitas/BA. Them are also the highest proportion of young people, unemployment rates and predominates the inclusion of the population in the informal labor market. Lauro de Freitas/BA stood for the best social, economic, intense urbanization and higher HDI conditions. However, with the highest Gini index revealing it as the city that are larger social inequalities. The most frequently used for perpetration of youth deaths were firearms. Qualitative analysis revealed as important determinants in the different dimensions of the ecological model: ( i ) individual: use of alcohol and illicit drugs, and skin color; ( ii ) relational: family, family violence and intimate partner and power relations established among the young; ( iii ) Community: education and professionalization of youth; turf war; armed violence; police violence and ( iv ) social: drug trafficking; cluttered and disorganized growth of cities; social policies; media and appeal to the consumer and social inequalities. These categories also revealed in the life course of young murder victims. We conclude that, in general, in municipalities where there is a downward trend in homicide rates, there appears to be greater synergy between macrosocial and macroeconomic policies and local contexts that involve the social organization of the municipality and community participation. Have those in which we observe the increasing trend in homicide rates, are experienced situations of deprivation of public services and social protection and social policies in education, employment and income generation, health, public safety, housing and other are weak and ineffective.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHomicídioAdultos JovensMortalidadeViolênciaVulnerabilidade SocialEstudos de CasoHomicideYoung AdultsMortalityViolenceSocial VulnerabilityCase StudiesHomicídioAdulto JovemMortalidadeViolênciaVulnerabilidade SocialEstudos de CasosHomicídio de jovens no Brasil: o desafio de compreender a consequência fatal da violênciaMurder of young people in Brazil: the challenge of understanding the fatal result of violenceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2014Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo CruzFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde PúblicaRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/36087/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Juliana_Guimaraes_ENSP_2014application/pdf1112545https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/36087/2/ve_Juliana_Guimaraes_ENSP_201457915eca817218b1af4c9aa18f50a2e2MD52TEXTve_Juliana_Guimaraes_ENSP_2014.txtve_Juliana_Guimaraes_ENSP_2014.txtExtracted texttext/plain323297https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/36087/3/ve_Juliana_Guimaraes_ENSP_2014.txt3440635ade6b13ff39874365ac0b6d06MD53icict/360872021-02-01 14:43:55.596oai:www.arca.fiocruz.br:icict/36087Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-02-01T17:43:55Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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