Avaliação da resposta imune em pacientes com candidíase vaginal recorrente
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33957 |
Resumo: | A candidíase vaginal recorrente é uma doença de distribuição mundial causada pelo fungo do gênero Candida. Caracterizada pela ocorrência de pelo menos 4 episódios de candidíase no período de 1 ano, esta doença atinge cerca de 5 por cento das mulheres sadias no mundo. O mecanismo pelo qual ocorre a transformação da Candida da sua forma não patogênica para a forma patogênica não é esclarecido. Trabalhos contraditórios têm sido publicado a respeito da imunopatogênese da candidíase vaginal recorrente. Enquanto alguns estudos mostram diminuição da resposta linfoproliferativa e do teste intradérmico de hipersensibilidade tardia para o antígeno de Candida nestas pacientes, outros não encontram diferença entre os níveis de citocinas de pacientes com candidíase vaginal recorrente e mulheres sadias. Resposta alérgica (hipersensibilidade tipo I) com altos níveis de IgE e presença de eosinófilos também tem sido reportadas em pacientes com candidíase vaginal recorrente. O presente estudo teve como principal objetivo caracterizar a resposta imune em pacientes com candidíase vaginal recorrente e avaliar o papel de citocinas e antagonistas de citocinas na modulação da resposta imune nestas pacientes. Participaram deste estudo 20 pacientes com diagnóstico de candidíase vaginal recorrente e 7 mulheres com candidíase vaginal esporádica como controle. Para a análise da resposta linfoproliferativa e para a dosagem de citocinas, CMSP foram lavadas e incubadas em presença de antígeno de C. albicans, PPD, TT ou PHA por 72 horas para a dosagen de citocinas ou 5 dias para o ensaio de transformação blástica. Em algumas culturas foram adicionadas anticorpos monoclonais anti-IL4, anti-ILl0 ou IL-12 humana recombinante. A resposta linfoproliferativa foi realizada através da incorporação de 3H Timidina e a dosagem de IFN-y, IL-5 e IL-l0 foi realizada pela técnica de ELISA sanduiche. Todas as pacientes com candidíase vaginal recorrente tiveram teste de hipersensibilidade tardia para o antígeno de C. albicans negativo. A resposta linfoproliferativa para o antígno de C. albicans foi baixa nas 7 pacientes nas quais foi feita a avaliação (1239 ± 861 cpm). Índices de estimulação mais elevados (p<0,05) foram observados quando PPD (IE=4,5) ou TT (IE=32) foram utilizados como estímulo nas culturas destes, pacientes em comparação com culturas estimuladas com antígeno de C. albicans (IE=I,3). A produção de IFN-y em 19 pacientes variou de 0 a 1132 pg/ml com média e desvio padrão de 144 ± 329 pg/ml. Ausência de produção de IFN-y foi observada em 8 pacientes, baixa produção foi observada em 9 pacientes e apenas 2 pacientes produziram níveis elevados de IFN-y. Nos sobrenadantes de culturas de células mononucleares de mulheres com candidíase vaginal esporádica foram encontrados altos níveis de IFN-y quando estimuladas com antígeno de C. albicans (353 ± 248 pg/ml). Baixos níveis de IL-5 e IL-lO foram encontrados nos sobrenadantes de culturas de pacientes com candidíase vaginal recorrente estimuladas com antígeno de C. albicans (39 ± 60 pg/ml e 16 ± 32 pg/ml, respectivamente). A adição de anticorpos monoclonais anti - IL-l0 às culturas estimuladas com antígeno de C. albicans restaurou a resposta linfoproliferativa e a produção de IFN-y de SS9 ± 339 cpm, para 3421 ± 1908 cpm e de 64 ± 70 pg/ml, para 750 ± 753 pg/ml respectivamente. A adição de anticorpos monoclonais anti-IL-4 não restaurou a resposta linfoproliferativa ou a produção de 1FN -y. A adição de 1L-12 recombinante humana foi capaz de restaurar a produção de 1FN-y de todas as pacientes com candidíase vaginal recorrente (p = 0,0004). Pacientes com candidíase vaginal recorrente apresentaram altos níveis de 19E sérica específica para o antígeno de C. albicans, embora não tenha havido diferença entre os níveis de 19E sérica antígeno específica quando estes dados foram comparados com os níveis encontrados em controles. Estes resultados indicam que a maioria das pacientes com candidíase vaginal recorrente apresentam uma incapacidade de produzir 1FN -y quando células mono nucleares são estimuladas in vitro com antígeno de C. albicans e que a neutralização de 1L-l0 ou a adição de 1L-12 restaura esta produção. Estes dados contribuem para o entendimento da imunopatogênese desta importante enfermidade e abre perspectivas para a utilização da imunoterapia no tratamento da candidíase vaginal recorrente. |
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Carvalho, Lucas Pedreira dePontes-de-Carvalho, Lain CarlosSantos, Ricardo Ribeiros dosJesus, Amélia Maria Ribeiro deJesus, Amélia Maria Ribeiro de2019-07-10T17:11:27Z2019-07-10T17:11:27Z2002CARVALHO, Lucas Pedreira de. Avaliação da resposta imune em pacientes com candidíase vaginal recorrente. 2002. 73 f. Dissertação(Mestrado em Patologial) - Universidade Federal da Bahia. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador, 2002.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33957A candidíase vaginal recorrente é uma doença de distribuição mundial causada pelo fungo do gênero Candida. Caracterizada pela ocorrência de pelo menos 4 episódios de candidíase no período de 1 ano, esta doença atinge cerca de 5 por cento das mulheres sadias no mundo. O mecanismo pelo qual ocorre a transformação da Candida da sua forma não patogênica para a forma patogênica não é esclarecido. Trabalhos contraditórios têm sido publicado a respeito da imunopatogênese da candidíase vaginal recorrente. Enquanto alguns estudos mostram diminuição da resposta linfoproliferativa e do teste intradérmico de hipersensibilidade tardia para o antígeno de Candida nestas pacientes, outros não encontram diferença entre os níveis de citocinas de pacientes com candidíase vaginal recorrente e mulheres sadias. Resposta alérgica (hipersensibilidade tipo I) com altos níveis de IgE e presença de eosinófilos também tem sido reportadas em pacientes com candidíase vaginal recorrente. O presente estudo teve como principal objetivo caracterizar a resposta imune em pacientes com candidíase vaginal recorrente e avaliar o papel de citocinas e antagonistas de citocinas na modulação da resposta imune nestas pacientes. Participaram deste estudo 20 pacientes com diagnóstico de candidíase vaginal recorrente e 7 mulheres com candidíase vaginal esporádica como controle. 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Índices de estimulação mais elevados (p<0,05) foram observados quando PPD (IE=4,5) ou TT (IE=32) foram utilizados como estímulo nas culturas destes, pacientes em comparação com culturas estimuladas com antígeno de C. albicans (IE=I,3). A produção de IFN-y em 19 pacientes variou de 0 a 1132 pg/ml com média e desvio padrão de 144 ± 329 pg/ml. Ausência de produção de IFN-y foi observada em 8 pacientes, baixa produção foi observada em 9 pacientes e apenas 2 pacientes produziram níveis elevados de IFN-y. Nos sobrenadantes de culturas de células mononucleares de mulheres com candidíase vaginal esporádica foram encontrados altos níveis de IFN-y quando estimuladas com antígeno de C. albicans (353 ± 248 pg/ml). Baixos níveis de IL-5 e IL-lO foram encontrados nos sobrenadantes de culturas de pacientes com candidíase vaginal recorrente estimuladas com antígeno de C. albicans (39 ± 60 pg/ml e 16 ± 32 pg/ml, respectivamente). 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Estes resultados indicam que a maioria das pacientes com candidíase vaginal recorrente apresentam uma incapacidade de produzir 1FN -y quando células mono nucleares são estimuladas in vitro com antígeno de C. albicans e que a neutralização de 1L-l0 ou a adição de 1L-12 restaura esta produção. Estes dados contribuem para o entendimento da imunopatogênese desta importante enfermidade e abre perspectivas para a utilização da imunoterapia no tratamento da candidíase vaginal recorrente.Recurrent vaginal candidiasis is defined by the occurrence of at least four episodes of vulvovaginal candidiasis in one year, affecting up to 5% of women in reproductivity age. Although several species of candida can cause disease in humans, recurrent vaginal candidiasis is predominantly associated with C albicans. Candida can be isolated from the vagina in 25% of healthy women without symptoms. The pathogenesis of recurrent vaginal candidiasis is not well established. While absent or low lymphoproliferative responses to C. albicans antigen have been noted in a previous reports, similar levels of IL-2 and IFN-y have been detected in women with recurrent vaginal candidiasis when compared with controls with isolated candidiasis. Additionally, expression of Thl cytokines have been documented in cells recovered from vaginal fluid in recurrent vaginal candidiasis patients. In this study, the cell-mediated immune response of twenty women with recurrent vaginal candidiasis and seven women with sporadic candidiasis were evaluated. All patients had a negative delayed type hipersensivity to C. albicans antigen. Different of cultures stimulated with PPD or TT (IE=4,5; IE=32, respectively), low lymphoproliferative response was found in cultures of recurrent vaginal candidiasis patients stimulated with C. albicans antigen (IE=1,3) The levels of IFN-y in supematants of peripheral blood mononuclear cells stimulated with Candida albicans antigen, PPD and tetanus toxoid were 198 ± 389pg/ml; 739 ± 774 pg/ml and 1085 ± 546 pg/ml, respectively. High levels of IFN-y were detected on cells supematants of women with sporadic candidiasis (353 ± 248 pg/ml). Lx)w levels of both IL-5 and IL-10 were detected in cells supematants from patients (39 ± 60 pg/ml e 16 ± 32 pg/ml, respectively). To evaluate the possible role of IL-4 and IL-10 modulating the limphoproliferative response and IFN-y production, monoclonal antibodies against these cytokines were added to C. albicans-súmulaieá cultures . While neutralization of IL-4 did not restore lymphocyte proliferation or IFN-y production, neutralization of IL-10 enhanced lymphoproliferative response by 3,8 fold and IFN-y production from 64 ± 70 pg/ml to 750 ± 753 pg/ml. The addition of recombinant IL-12 restored IFN-y production (p = 0,0004). Although high levels of Candida-spccific IgE were detected on serum of patients with recurrent vaginal sera, there was no difference between the two groups studied with regards to IgE levels. This study shows that patients with recurrent vaginal candidiasis have an impairment of cell mediated immune response specific to C. albicans antigen, and that IL- 10 and 11-12 are the main regulatory cytokines of this disease. This data not only contribute to the understanding of pathogenesis of this disease but also open opportunity to the use of immunotherapy in the treatment of patients with recurrent vaginal candidiasis.Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina. Salvador, BA, Brasil / Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.porCentro de Pesquisas Gonçalo MonizCandidíaseCandidíase VulvovaginalCandida albicansImunidadeCandidiasisVulvovaginal CandidiasisCandida albicansImmunityAvaliação da resposta imune em pacientes com candidíase vaginal recorrenteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2002Coordenação de EnsinoUniversidade Federal da Bahia. Centro de Pesquisas Gonçalo MonizMestrado AcadêmicoSalvador/BaPós-Graduação em Patologiainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/33957/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALLucas Pedreira de Carvalho Avaliação... 2002.pdfLucas Pedreira de Carvalho Avaliação... 2002.pdfapplication/pdf44113957https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/33957/2/Lucas%20Pedreira%20de%20Carvalho%20Avalia%c3%a7%c3%a3o...%202002.pdfb72e7fe1e80683cc91a640ddee8638d6MD52TEXTLucas Pedreira de Carvalho Avaliação... 2002.pdf.txtLucas Pedreira de Carvalho Avaliação... 2002.pdf.txtExtracted texttext/plain140884https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/33957/3/Lucas%20Pedreira%20de%20Carvalho%20Avalia%c3%a7%c3%a3o...%202002.pdf.txt591edd13efd95bcd31fea8ed4724ad39MD53icict/339572019-07-11 02:17:02.457oai:www.arca.fiocruz.br:icict/33957Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-07-11T05:17:02Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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A candidíase vaginal recorrente é uma doença de distribuição mundial causada pelo fungo do gênero Candida. Caracterizada pela ocorrência de pelo menos 4 episódios de candidíase no período de 1 ano, esta doença atinge cerca de 5 por cento das mulheres sadias no mundo. O mecanismo pelo qual ocorre a transformação da Candida da sua forma não patogênica para a forma patogênica não é esclarecido. Trabalhos contraditórios têm sido publicado a respeito da imunopatogênese da candidíase vaginal recorrente. Enquanto alguns estudos mostram diminuição da resposta linfoproliferativa e do teste intradérmico de hipersensibilidade tardia para o antígeno de Candida nestas pacientes, outros não encontram diferença entre os níveis de citocinas de pacientes com candidíase vaginal recorrente e mulheres sadias. Resposta alérgica (hipersensibilidade tipo I) com altos níveis de IgE e presença de eosinófilos também tem sido reportadas em pacientes com candidíase vaginal recorrente. O presente estudo teve como principal objetivo caracterizar a resposta imune em pacientes com candidíase vaginal recorrente e avaliar o papel de citocinas e antagonistas de citocinas na modulação da resposta imune nestas pacientes. Participaram deste estudo 20 pacientes com diagnóstico de candidíase vaginal recorrente e 7 mulheres com candidíase vaginal esporádica como controle. Para a análise da resposta linfoproliferativa e para a dosagem de citocinas, CMSP foram lavadas e incubadas em presença de antígeno de C. albicans, PPD, TT ou PHA por 72 horas para a dosagen de citocinas ou 5 dias para o ensaio de transformação blástica. Em algumas culturas foram adicionadas anticorpos monoclonais anti-IL4, anti-ILl0 ou IL-12 humana recombinante. A resposta linfoproliferativa foi realizada através da incorporação de 3H Timidina e a dosagem de IFN-y, IL-5 e IL-l0 foi realizada pela técnica de ELISA sanduiche. Todas as pacientes com candidíase vaginal recorrente tiveram teste de hipersensibilidade tardia para o antígeno de C. albicans negativo. A resposta linfoproliferativa para o antígno de C. albicans foi baixa nas 7 pacientes nas quais foi feita a avaliação (1239 ± 861 cpm). Índices de estimulação mais elevados (p<0,05) foram observados quando PPD (IE=4,5) ou TT (IE=32) foram utilizados como estímulo nas culturas destes, pacientes em comparação com culturas estimuladas com antígeno de C. albicans (IE=I,3). A produção de IFN-y em 19 pacientes variou de 0 a 1132 pg/ml com média e desvio padrão de 144 ± 329 pg/ml. Ausência de produção de IFN-y foi observada em 8 pacientes, baixa produção foi observada em 9 pacientes e apenas 2 pacientes produziram níveis elevados de IFN-y. Nos sobrenadantes de culturas de células mononucleares de mulheres com candidíase vaginal esporádica foram encontrados altos níveis de IFN-y quando estimuladas com antígeno de C. albicans (353 ± 248 pg/ml). Baixos níveis de IL-5 e IL-lO foram encontrados nos sobrenadantes de culturas de pacientes com candidíase vaginal recorrente estimuladas com antígeno de C. albicans (39 ± 60 pg/ml e 16 ± 32 pg/ml, respectivamente). A adição de anticorpos monoclonais anti - IL-l0 às culturas estimuladas com antígeno de C. albicans restaurou a resposta linfoproliferativa e a produção de IFN-y de SS9 ± 339 cpm, para 3421 ± 1908 cpm e de 64 ± 70 pg/ml, para 750 ± 753 pg/ml respectivamente. A adição de anticorpos monoclonais anti-IL-4 não restaurou a resposta linfoproliferativa ou a produção de 1FN -y. A adição de 1L-12 recombinante humana foi capaz de restaurar a produção de 1FN-y de todas as pacientes com candidíase vaginal recorrente (p = 0,0004). Pacientes com candidíase vaginal recorrente apresentaram altos níveis de 19E sérica específica para o antígeno de C. albicans, embora não tenha havido diferença entre os níveis de 19E sérica antígeno específica quando estes dados foram comparados com os níveis encontrados em controles. Estes resultados indicam que a maioria das pacientes com candidíase vaginal recorrente apresentam uma incapacidade de produzir 1FN -y quando células mono nucleares são estimuladas in vitro com antígeno de C. albicans e que a neutralização de 1L-l0 ou a adição de 1L-12 restaura esta produção. Estes dados contribuem para o entendimento da imunopatogênese desta importante enfermidade e abre perspectivas para a utilização da imunoterapia no tratamento da candidíase vaginal recorrente. |
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