Os desafios do cuidado à saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Sistema Único de Saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Breno de Oliveira
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Jannotti, Cláudia Bonan
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38167
Resumo: A orientação sexual e a identidade de gênero são reconhecidas pelo Ministério da Saúde como condicionantes no processo de determinação em saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), já que esses se tornam vulneráveis aos agravos decorrentes do estigma e da exclusão social. Com isso, o estudo buscou compreender as dimensões da qualidade da atenção à saúde LGBT no Sistema Único de Saúde (SUS), na perspectiva dos usuários. Trata-se de uma pesquisa exploratória, a partir da abordagem qualitativa realizada em Teresina, Piauí, com 19 participantes, sendo quatro lésbicas, quatro gays, seis travestis e cinco mulheres transexuais, que residiam na localidade e há pelo menos um ano tinham acessado o SUS. Os dados foram coletados através de grupos focais e sua análise se deu por meio do Método de Interpretação dos Sentidos. O trabalho obteve aprovação do Comitê de Ética da Universidade de Brasília (UnB), com Parecer nº 652.643. As lésbicas trouxeram as dificuldades vivenciadas durante o exame ginecológico, já que muitas vezes, segue um roteiro heterossexual que não as permitem expor sua orientação, suas práticas sexuais e hábitos de vida. Para os gays, identificou-se que àqueles que apresentam em si marcadores do feminino, foram a eles observados um caráter de inferioridade e homofobia generalizada nos serviços. As narrativas das mulheres transexuais trouxeram as fragilidades do processo transexualizador, e por sua vez, o acesso à rede clandestina dos serviços de modificação corporal. Já as travestis relataram os desafios quanto à utilização do nome social nos serviços por parte de toda a equipe de saúde. A intolerância alicerçada por padrões culturais pode afastar a população LGBT dos serviços de saúde, e portanto, interfere na construção de sujeitos enquanto ser de saúde, isto é, de vida. A desconstrução dos modelos heteronormativos pode ocorrer desde a formação em saúde na academia até as ações de educação permanente para os profissionais. Assim, é fundamental que se possa fortalecer a rede de cuidados integrais e humanizados para os LGBTs.
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Trata-se de uma pesquisa exploratória, a partir da abordagem qualitativa realizada em Teresina, Piauí, com 19 participantes, sendo quatro lésbicas, quatro gays, seis travestis e cinco mulheres transexuais, que residiam na localidade e há pelo menos um ano tinham acessado o SUS. Os dados foram coletados através de grupos focais e sua análise se deu por meio do Método de Interpretação dos Sentidos. O trabalho obteve aprovação do Comitê de Ética da Universidade de Brasília (UnB), com Parecer nº 652.643. As lésbicas trouxeram as dificuldades vivenciadas durante o exame ginecológico, já que muitas vezes, segue um roteiro heterossexual que não as permitem expor sua orientação, suas práticas sexuais e hábitos de vida. Para os gays, identificou-se que àqueles que apresentam em si marcadores do feminino, foram a eles observados um caráter de inferioridade e homofobia generalizada nos serviços. As narrativas das mulheres transexuais trouxeram as fragilidades do processo transexualizador, e por sua vez, o acesso à rede clandestina dos serviços de modificação corporal. Já as travestis relataram os desafios quanto à utilização do nome social nos serviços por parte de toda a equipe de saúde. A intolerância alicerçada por padrões culturais pode afastar a população LGBT dos serviços de saúde, e portanto, interfere na construção de sujeitos enquanto ser de saúde, isto é, de vida. A desconstrução dos modelos heteronormativos pode ocorrer desde a formação em saúde na academia até as ações de educação permanente para os profissionais. Assim, é fundamental que se possa fortalecer a rede de cuidados integrais e humanizados para os LGBTs.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porABRASCOOrientação sexualIdentidade de gêneroProcesso de determinação em saúdeVulneráveis aos agravosEstigma e exclusão socialOs desafios do cuidado à saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Sistema Único de Saúdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObject2018Rio de Janeiro/RJ12° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva: fortalecer o SUS, os direitos e a democraciaCongressoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38167/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALBreno_de_Oliveira_Ferreira.pdfapplication/pdf941146https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38167/2/Breno_de_Oliveira_Ferreira.pdfdb9f6388133962e13daf34c9bbf2d5b0MD52TEXTBreno_de_Oliveira_Ferreira.pdf.txtBreno_de_Oliveira_Ferreira.pdf.txtExtracted texttext/plain2https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38167/3/Breno_de_Oliveira_Ferreira.pdf.txte1c06d85ae7b8b032bef47e42e4c08f9MD53icict/381672020-08-25 16:13:29.56oai:www.arca.fiocruz.br:icict/38167Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352020-08-25T19:13:29Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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