"É racismo que está aqui, e é isso que vai pautar até o fim": o ativismo de mulheres negras sobre violência obstétrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Ariene Alexsandra
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49648
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo compreender a relação entre racismo e violência obstétrica a partir de ativistas negras. Partimos do cenário no qual a violência obstétrica se apresenta nos últimos dez anos. Pesquisas, documentários, matérias jornalísticas e leis passaram a dar destaque para o assunto, que, em 2018, esteve presente em uma série de documentos e posicionamentos de instituições na disputa pelo uso do termo, inclusive sugerindo sua eliminação, contrariamente à opinião de organizações, parlamentares e ativistas que passaram posicionar-se pelo seu reconhecimento. Mulheres negras e espaços de discussão que racializam a discussão, lembraram do papel do racismo ao encontrar a violência obstétrica, levando as negras a serem as principais vítimas deste tipo de violência. Diante desse panorama, o marco teórico incluiu a compreensão histórica sobre o corpo feminino, a influência do discurso biomédico nesta construção, com olhar especial para o corpo da mulher negra; o racismo e seus impactos nos direitos da população negra, bem como sob a saúde reprodutiva das mulheres. Abordamos a violência obstétrica a partir do entendimento desta como uma violência de gênero e trouxemos a interseccionalidade para pensar na problemática entre o racismo e a violência obstétrica. Resgatamos o histórico dos movimentos de mulheres negras, o entendimento sobre o ativismo dessas mulheres, bem como o impacto de suas ações na luta pela garantia de direitos. Inspirados em estudos etnográficos, realizamos uma observação participante e acompanhamos 14 ativistas que atuam e debatem \2013 em diferentes espaços \2013 o racismo e a violência obstétrica. Realizamos ainda entrevistas com esse grupo, compondo um acervo mais objetivo e qualificado sobre suas opiniões e perspectivas. Para a análise deste material, utilizamos a Interpretação dos Sentidos, ferramenta que nos permitiu encontrar pontos em comum nas falas dessas interlocutoras. Os resultados dessa análise trouxeram a compreensão que a luta pela garantia de direitos para essas mulheres perpassa o entendimento de que o racismo é o que leva as mulheres negras a sofrer diferentes violências; que a ideia de pertencimento ao mesmo grupo e a percepção de uma ancestralidade são itens de integração entre elas, bem como a assimilação de que o que acontece no corpo da outra pode ocorrer com as demais, também é um ponto de partida para o ativismo dessas mulheres. A partir da análise, recomendamos que o termo \201Cviolência obstétrica\201D seja substituído por \201Cracismo obstétrico\201D ao falar sobre mulheres negras, uma vez que as violências cometidas contra elas partem do racismo para ocorrerem, mesmo em situações tão específicas como o momento do parto.
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Pesquisas, documentários, matérias jornalísticas e leis passaram a dar destaque para o assunto, que, em 2018, esteve presente em uma série de documentos e posicionamentos de instituições na disputa pelo uso do termo, inclusive sugerindo sua eliminação, contrariamente à opinião de organizações, parlamentares e ativistas que passaram posicionar-se pelo seu reconhecimento. Mulheres negras e espaços de discussão que racializam a discussão, lembraram do papel do racismo ao encontrar a violência obstétrica, levando as negras a serem as principais vítimas deste tipo de violência. Diante desse panorama, o marco teórico incluiu a compreensão histórica sobre o corpo feminino, a influência do discurso biomédico nesta construção, com olhar especial para o corpo da mulher negra; o racismo e seus impactos nos direitos da população negra, bem como sob a saúde reprodutiva das mulheres. Abordamos a violência obstétrica a partir do entendimento desta como uma violência de gênero e trouxemos a interseccionalidade para pensar na problemática entre o racismo e a violência obstétrica. Resgatamos o histórico dos movimentos de mulheres negras, o entendimento sobre o ativismo dessas mulheres, bem como o impacto de suas ações na luta pela garantia de direitos. Inspirados em estudos etnográficos, realizamos uma observação participante e acompanhamos 14 ativistas que atuam e debatem \2013 em diferentes espaços \2013 o racismo e a violência obstétrica. Realizamos ainda entrevistas com esse grupo, compondo um acervo mais objetivo e qualificado sobre suas opiniões e perspectivas. Para a análise deste material, utilizamos a Interpretação dos Sentidos, ferramenta que nos permitiu encontrar pontos em comum nas falas dessas interlocutoras. Os resultados dessa análise trouxeram a compreensão que a luta pela garantia de direitos para essas mulheres perpassa o entendimento de que o racismo é o que leva as mulheres negras a sofrer diferentes violências; que a ideia de pertencimento ao mesmo grupo e a percepção de uma ancestralidade são itens de integração entre elas, bem como a assimilação de que o que acontece no corpo da outra pode ocorrer com as demais, também é um ponto de partida para o ativismo dessas mulheres. A partir da análise, recomendamos que o termo \201Cviolência obstétrica\201D seja substituído por \201Cracismo obstétrico\201D ao falar sobre mulheres negras, uma vez que as violências cometidas contra elas partem do racismo para ocorrerem, mesmo em situações tão específicas como o momento do parto.This study aims to understand the relations between racism and obstetric violence from black activists\2019 perspective. We start by highlighting the scenario in which obstetric violence has been present over the last ten years. Research, documentary films, journalistic articles and law projects depict the subject, which, in 2018, was in dispute: while social movements and activists stood by its recognition, parliamentarians suggested its elimination. Black women and organizations have "racialized" the debate positioning them as the main victims of obstetric violence. The theoretical framework of this research includes historical conceptions about the female body, the influence of biomedical discourse in this construction \2013 with a special regard to the body of black women \2013, racism and its impacts on the rights of the black population, as well as on women's reproductive health. We approach obstetric violence from the viewpoint of gender violence and bring up the concept of intersectionality to reflect upon the problem between racism and obstetric violence. We recover the history of black women's movements and attempt to understand these women's activism, as well as the impact of their actions in the fight for human rights. Inspired by ethnographic studies, we conducted a participatory observation and followed the stories of 14 activists who work and debate - in different spaces - racism and obstetric violence. We also conducted interviews with this group, creating a qualified collection of their opinions and perspectives. For the analysis of this material, we used the Interpretation of the Senses, a method that allowed us to find points in common in the speeches of the interviewees. The results of this analysis underlined that, for these women, the fight for fundamental rights goes through the understanding that racism is what leads black women to suffer different types of violence; that belonging to the same group and perceiving their ancestry is a point of integration, as well as the assimilation that what happens to another person's body can occur with others women is also a starting point for women's activism. From the analysis, we recommend that the term "obstetric violence" should be replaced by "obstetric racism" when talking about black women, since violations committed against black women are part of the racism, even in situations as specific as the moment of delivery.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porRacismo ObstétricoAtivismoMulheres NegrasViolência ObstétricaRacismoGrupo com Ancestrais do Continente AfricanoMulheresSaúde Sexual e ReprodutivaDireitos Sexuais e ReprodutivosViolência de Gênero"É racismo que está aqui, e é isso que vai pautar até o fim": o ativismo de mulheres negras sobre violência obstétricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2020Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes FigueiraFundação Oswaldo CruzMestrado ProfissionalRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulherinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/49648/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL000247656.pdfapplication/pdf3216916https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/49648/2/000247656.pdff6ed781ae53c13b5490cd97879c498b0MD52icict/496482021-11-03 20:02:39.902oai:www.arca.fiocruz.br:icict/49648Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-11-03T23:02:39Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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