A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Viegas, Leandro Luiz
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37235
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a atual proposta de reforma da Organização Mundial da Saúde (OMS), buscando identificar, descrever e avaliar as mudanças e continuidades entre o processo em curso e outras mudanças organizacionais (chamadas “reformas”) implementadas no período 1998-2014. Fez-se um repasse sobre a constituição histórica da OMS e os desafios que enfrentou para sua legitimação na arena internacional, incluindo os embates internos e externos que conduziram à discussão contemporâneo sobre sua reforma. O foco do estudo é a proposta de reforma de 2010, elaborada pela Diretora-Geral (DG) Dra. Margaret Chan, que trata do futuro do financiamento da OMS e da “incapacidade” da organização de responder, de forma rápida e ágil, aos desafios atuais da saúde global, centrados, segundo a DG, na insustentabilidade do atual modelo de gestão, financiamento e programação institucional, frente às necessidades de saúde das populações no século XXI. O estudo analisou as reformas elaboradas pelas gestões desse período, com foco nas propostas orçamentárias e planos de trabalho institucionais. Utilizou-se para análise a articulação entre diferentes abordagens teóricas, relacionadas aos impactos da globalização sobre a saúde das populações; a maior interdependência entre os países e a consequente ampliação da disputa de poder no sistema mundial; a relação entre a conformação do termo saúde global e a dinâmica entre as instituições que atuam na arena internacional do setor, assim como a importância da saúde nas relações internacionais contemporâneas e a chamada governança global na área. A estratégia metodológica foi de estudo de caso, amparada em técnicas qualitativas para o levantamento de dados – revisão bibliográfica; amplo levantamento e análise documental; e observação social direta do autor. Partiu-se da premissa que a questão orçamentária é um ponto crucial nesse processo e centrou-se a análise na composição e evolução histórica do orçamento da OMS, para problematizar o potencial do processo atual de reforma de fortalecer a organização e possibilitar o seu reposicionamento como liderança na arena internacional na saúde. Tentou-se elucidar a origem da “crise de financiamento” da OMS, que tem estreita relação com a alta dependência de recursos extra-orçamentários, concentrando-se nas propostas orçamentárias e nos planos de trabalho implementados no período referido, que engloba gestões de diferentes diretores – desde Gro Brundtland, em 1998, até a gestão atual. Conclui-se que o atual processo de reforma administrativa da OMS introduz mudanças organizacionais e administrativas, mas, aparentemente, não são suficientes para reposicionar a organização na liderança da saúde global, entretanto, ainda é cedo para qualquer afirmação mais assertiva.
id CRUZ_c0c93cee7537ae310c8b925165732b9a
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/37235
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Viegas, Leandro LuizAlmeida, CeliaLima, Thaisa Santos2019-11-21T14:56:16Z2019-11-21T14:56:16Z2014VIEGAS, Leandro Luiz. A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014). 2014. 68 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2014.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37235Este trabalho tem como objetivo analisar a atual proposta de reforma da Organização Mundial da Saúde (OMS), buscando identificar, descrever e avaliar as mudanças e continuidades entre o processo em curso e outras mudanças organizacionais (chamadas “reformas”) implementadas no período 1998-2014. Fez-se um repasse sobre a constituição histórica da OMS e os desafios que enfrentou para sua legitimação na arena internacional, incluindo os embates internos e externos que conduziram à discussão contemporâneo sobre sua reforma. O foco do estudo é a proposta de reforma de 2010, elaborada pela Diretora-Geral (DG) Dra. Margaret Chan, que trata do futuro do financiamento da OMS e da “incapacidade” da organização de responder, de forma rápida e ágil, aos desafios atuais da saúde global, centrados, segundo a DG, na insustentabilidade do atual modelo de gestão, financiamento e programação institucional, frente às necessidades de saúde das populações no século XXI. O estudo analisou as reformas elaboradas pelas gestões desse período, com foco nas propostas orçamentárias e planos de trabalho institucionais. Utilizou-se para análise a articulação entre diferentes abordagens teóricas, relacionadas aos impactos da globalização sobre a saúde das populações; a maior interdependência entre os países e a consequente ampliação da disputa de poder no sistema mundial; a relação entre a conformação do termo saúde global e a dinâmica entre as instituições que atuam na arena internacional do setor, assim como a importância da saúde nas relações internacionais contemporâneas e a chamada governança global na área. A estratégia metodológica foi de estudo de caso, amparada em técnicas qualitativas para o levantamento de dados – revisão bibliográfica; amplo levantamento e análise documental; e observação social direta do autor. Partiu-se da premissa que a questão orçamentária é um ponto crucial nesse processo e centrou-se a análise na composição e evolução histórica do orçamento da OMS, para problematizar o potencial do processo atual de reforma de fortalecer a organização e possibilitar o seu reposicionamento como liderança na arena internacional na saúde. Tentou-se elucidar a origem da “crise de financiamento” da OMS, que tem estreita relação com a alta dependência de recursos extra-orçamentários, concentrando-se nas propostas orçamentárias e nos planos de trabalho implementados no período referido, que engloba gestões de diferentes diretores – desde Gro Brundtland, em 1998, até a gestão atual. Conclui-se que o atual processo de reforma administrativa da OMS introduz mudanças organizacionais e administrativas, mas, aparentemente, não são suficientes para reposicionar a organização na liderança da saúde global, entretanto, ainda é cedo para qualquer afirmação mais assertiva.This study examined the current World Health Organisation (WHO) reform proposal with a view to identifying, describing and evaluating changes and continuities between the present process and other organisational changes (termed ‘reforms’) implemented between 1998 and 2014. The formation of the WHO was reviewed historically, along with the challenges it faced in gaining international legitimacy, including the internal and external conflicts that led to the present discussion over reform. The focus of the study is the 2010 reform proposal prepared by WHO Director-General (DG) Dr Margaret Chan, which addresses the future of WHO funding and the organisation’s “inability” to respond, quickly and agilely, to today’s global health challenges, which she sees as centred in a lack of sustainability of the present model of organisational management, funding and planning in light of populations’ health needs in the 21st century. They study examined the reforms drawn up by the various administrations over the period, focussing on budget proposals and institutional work plans. The analysis deployed a combination of different theoretical approaches relating to the impacts of globalisation on population-wide health; the greater interdependence among countries and the consequent broadening of power disputes in the world system; the relation between the term ‘global health’ and the dynamics among institutions operating in the international health sector arena; and the importance of health in contemporary international relations and ‘global governance’ of the field. The methodological strategy was case study-based, resting on qualitative data collection techniques (literature review, wide-ranging document survey and analysis, and direct social observation by the author. The starting assumption was that the budget issue is crucial to this process, and the analyses centred on the composition and historical evolution of the WHO budget, in order to problematise the current reform process’s potential for strengthening the organisation and enabling it to reposition as the leading player in the health arena internationally. In the endeavour to elucidate the origin of the WHO “funding crisis”, which is closely connected with its high degree of dependence on extra-budget funds, the study concentrated on budget proposals and work plans implemented during the study period, which spans the administrations of several different directors – from Gro Brundtland, in 1998, through to the present administration. It was concluded that, although the present WHO administrative reform process does introduce organizational and administrative changes, these appear to be insufficient to reposition the organisation at the forefront of global health. However, it is still too early to assert this with any certainty.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porOrganização Mundial da SaúdeReforma da OMSSaúde GlobalGlobalizaçãoOrçamento da OMSWorld Health OrganisationWHO reformGlobal HealthGlobalisationWHO BudgetOrganização Mundial da SaúdeOrganização Mundial da SaúdeCooperação InternacionalOrçamentosReforma dos Serviços de SaúdeSaúde GlobalA reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)World Health Organization Reform: Process, Current Trends and Challenges (1998-2014)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2014Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo CruzFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaMestrado ProfissionalRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37235/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Leandro_Luiz_ENSP_2014application/pdf1066555https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37235/2/ve_Leandro_Luiz_ENSP_20143e498b3af4d747baf6c1ba163de7ac83MD52TEXTve_Leandro_Luiz_ENSP_2014.txtve_Leandro_Luiz_ENSP_2014.txtExtracted texttext/plain336503https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37235/3/ve_Leandro_Luiz_ENSP_2014.txtb02359be4b97c3b7c28e867e6853f8a2MD53icict/372352023-08-03 09:58:42.169oai:www.arca.fiocruz.br:icict/37235Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-08-03T12:58:42Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv World Health Organization Reform: Process, Current Trends and Challenges (1998-2014)
title A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)
spellingShingle A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)
Viegas, Leandro Luiz
Organização Mundial da Saúde
Reforma da OMS
Saúde Global
Globalização
Orçamento da OMS
World Health Organisation
WHO reform
Global Health
Globalisation
WHO Budget
Organização Mundial da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Cooperação Internacional
Orçamentos
Reforma dos Serviços de Saúde
Saúde Global
title_short A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)
title_full A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)
title_fullStr A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)
title_full_unstemmed A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)
title_sort A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014)
author Viegas, Leandro Luiz
author_facet Viegas, Leandro Luiz
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Viegas, Leandro Luiz
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Almeida, Celia
Lima, Thaisa Santos
contributor_str_mv Almeida, Celia
Lima, Thaisa Santos
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Organização Mundial da Saúde
Reforma da OMS
Saúde Global
Globalização
Orçamento da OMS
topic Organização Mundial da Saúde
Reforma da OMS
Saúde Global
Globalização
Orçamento da OMS
World Health Organisation
WHO reform
Global Health
Globalisation
WHO Budget
Organização Mundial da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Cooperação Internacional
Orçamentos
Reforma dos Serviços de Saúde
Saúde Global
dc.subject.en.pt_BR.fl_str_mv World Health Organisation
WHO reform
Global Health
Globalisation
WHO Budget
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv Organização Mundial da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Cooperação Internacional
Orçamentos
Reforma dos Serviços de Saúde
Saúde Global
description Este trabalho tem como objetivo analisar a atual proposta de reforma da Organização Mundial da Saúde (OMS), buscando identificar, descrever e avaliar as mudanças e continuidades entre o processo em curso e outras mudanças organizacionais (chamadas “reformas”) implementadas no período 1998-2014. Fez-se um repasse sobre a constituição histórica da OMS e os desafios que enfrentou para sua legitimação na arena internacional, incluindo os embates internos e externos que conduziram à discussão contemporâneo sobre sua reforma. O foco do estudo é a proposta de reforma de 2010, elaborada pela Diretora-Geral (DG) Dra. Margaret Chan, que trata do futuro do financiamento da OMS e da “incapacidade” da organização de responder, de forma rápida e ágil, aos desafios atuais da saúde global, centrados, segundo a DG, na insustentabilidade do atual modelo de gestão, financiamento e programação institucional, frente às necessidades de saúde das populações no século XXI. O estudo analisou as reformas elaboradas pelas gestões desse período, com foco nas propostas orçamentárias e planos de trabalho institucionais. Utilizou-se para análise a articulação entre diferentes abordagens teóricas, relacionadas aos impactos da globalização sobre a saúde das populações; a maior interdependência entre os países e a consequente ampliação da disputa de poder no sistema mundial; a relação entre a conformação do termo saúde global e a dinâmica entre as instituições que atuam na arena internacional do setor, assim como a importância da saúde nas relações internacionais contemporâneas e a chamada governança global na área. A estratégia metodológica foi de estudo de caso, amparada em técnicas qualitativas para o levantamento de dados – revisão bibliográfica; amplo levantamento e análise documental; e observação social direta do autor. Partiu-se da premissa que a questão orçamentária é um ponto crucial nesse processo e centrou-se a análise na composição e evolução histórica do orçamento da OMS, para problematizar o potencial do processo atual de reforma de fortalecer a organização e possibilitar o seu reposicionamento como liderança na arena internacional na saúde. Tentou-se elucidar a origem da “crise de financiamento” da OMS, que tem estreita relação com a alta dependência de recursos extra-orçamentários, concentrando-se nas propostas orçamentárias e nos planos de trabalho implementados no período referido, que engloba gestões de diferentes diretores – desde Gro Brundtland, em 1998, até a gestão atual. Conclui-se que o atual processo de reforma administrativa da OMS introduz mudanças organizacionais e administrativas, mas, aparentemente, não são suficientes para reposicionar a organização na liderança da saúde global, entretanto, ainda é cedo para qualquer afirmação mais assertiva.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-11-21T14:56:16Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-11-21T14:56:16Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv VIEGAS, Leandro Luiz. A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014). 2014. 68 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2014.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37235
identifier_str_mv VIEGAS, Leandro Luiz. A reforma da Organização Mundial da Saúde: processo, tendências atuais e desafios (1998-2014). 2014. 68 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2014.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37235
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37235/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37235/2/ve_Leandro_Luiz_ENSP_2014
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37235/3/ve_Leandro_Luiz_ENSP_2014.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
3e498b3af4d747baf6c1ba163de7ac83
b02359be4b97c3b7c28e867e6853f8a2
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1794075725876166656