A “grande família” do Instituto Oswaldo Cruz: a contribuição dos trabalhadores auxiliares dos cientistas no início do século XX
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56302 |
Resumo: | No Brasil da Primeira República, o legado do longo período de escravidão, aliado aos interesses de manutenção da propriedade privada, dos privilégios das elites agrárias, e, por outro lado, as lutas e resistências das classes subalternas, resultaram na conformação de um processo social que combinou a construção de uma nova ideologia do trabalho, como sinônimo de progresso e dignidade, e a repressão à ociosidade das chamadas classes perigosas. Neste processo, a incorporação de outras formas ideológicas de manutenção e expropriação da força de trabalho envolveu relações sociais que se assemelhavam a vínculos paternais e envolviam a cordialidade e o favor como mediações principais. No Instituto Oswaldo Cruz, enquanto uma instituição situada neste tempo histórico, os afetos operaram como recursos que buscaram amenizar a exploração do trabalho e os possíveis conflitos emergentes da desigualdade, gerados principalmente, por mecanismos de poder, autoritarismo e distinção de classe que se manifestavam na totalidade da construção do trabalho livre e na particularidade do cotidiano do trabalho em Manguinhos. Ao observamos as trajetórias profissionais dos trabalhadores subalternos do Instituto Oswaldo Cruz, a primeira questão que se destaca é a presença de ligações de cunho pessoal que atravessaram as relações de trabalho na instituição. Estas podiam ser de parentesco, amizade ou algum outro tipo de vínculo, tanto com pesquisadores do Instituto como com outros funcionários. A pessoalidade esteve presente desde o recrutamento, passando pela formação profissional, ascensão funcional, incluindo aspectos como a residência e alimentação no próprio local de trabalho. Agindo como sujeitos de suas próprias histórias, os trabalhadores subalternos souberam transitar pelos meandros de uma hegemonia cultural da instituição, que tentava impor um modo de vida onde o cientista era incontestavelmente soberano, atuando de forma a reverter os mesmos mecanismos de manutenção da hegemonia dominante em favor de seus próprios interesses. A moradia no Instituto, ao mesmo tempo em que os submetia a um regime de trabalho quase que ininterrupto, favoreceu relações de solidariedade e ajuda mútua entre os companheiros de trabalho, como a organização de práticas associativas que pressupunham a institucionalização de sociabilidades de diferentes ordens, de esporte, lazer e religiosidade. |
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Neste processo, a incorporação de outras formas ideológicas de manutenção e expropriação da força de trabalho envolveu relações sociais que se assemelhavam a vínculos paternais e envolviam a cordialidade e o favor como mediações principais. No Instituto Oswaldo Cruz, enquanto uma instituição situada neste tempo histórico, os afetos operaram como recursos que buscaram amenizar a exploração do trabalho e os possíveis conflitos emergentes da desigualdade, gerados principalmente, por mecanismos de poder, autoritarismo e distinção de classe que se manifestavam na totalidade da construção do trabalho livre e na particularidade do cotidiano do trabalho em Manguinhos. Ao observamos as trajetórias profissionais dos trabalhadores subalternos do Instituto Oswaldo Cruz, a primeira questão que se destaca é a presença de ligações de cunho pessoal que atravessaram as relações de trabalho na instituição. Estas podiam ser de parentesco, amizade ou algum outro tipo de vínculo, tanto com pesquisadores do Instituto como com outros funcionários. A pessoalidade esteve presente desde o recrutamento, passando pela formação profissional, ascensão funcional, incluindo aspectos como a residência e alimentação no próprio local de trabalho. Agindo como sujeitos de suas próprias histórias, os trabalhadores subalternos souberam transitar pelos meandros de uma hegemonia cultural da instituição, que tentava impor um modo de vida onde o cientista era incontestavelmente soberano, atuando de forma a reverter os mesmos mecanismos de manutenção da hegemonia dominante em favor de seus próprios interesses. A moradia no Instituto, ao mesmo tempo em que os submetia a um regime de trabalho quase que ininterrupto, favoreceu relações de solidariedade e ajuda mútua entre os companheiros de trabalho, como a organização de práticas associativas que pressupunham a institucionalização de sociabilidades de diferentes ordens, de esporte, lazer e religiosidade.In Brazil of the First Republic, the legacy of the long period of slavery, together with the interests of the maintenance of private property, the privileges of the agrarian elites, and, on the other hand, the struggles and resistance of the subaltern classes, resulted in the formation of a social process which combined the construction of a new ideology of work, as synonymous with progress and dignity, and the repression of the idleness of the so-called dangerous classes. In this process, the incorporation of other ideological forms of maintenance and expropriation of the labor force involved social relations that resembled paternal bonds and involved cordiality and favor as main mediations. In the Oswaldo Cruz Institute, as an institution located in this historical time, the affections operated as resources that sought to soften the exploitation of labor and the possible emerging conflicts of inequality, generated mainly by mechanisms of power, authoritarianism and class distinction that manifested in the totality of the construction of free labor and the particularity of the daily work in Manguinhos. When we observe the professional trajectories of the subordinate workers of the Oswaldo Cruz Institute, the first question that stands out is the presence of personal connections that have crossed the work relations in the institution. These could be of kinship, friendship or some other kind of bond, both with researchers from the Institute and with other employees. Personality has been present since the recruitment, through professional training, functional ascension, including aspects such as residence and food in the workplace. Acting as subjects of their own histories, subordinate workers were able to navigate the meanderings of a cultural hegemony of the institution, which tried to impose a way of life where the scientist was undeniably sovereign, acting in a way to reverse the same mechanisms of maintenance of the dominant hegemony in for their own interests. Housing in the Institute, while at the same time subjecting them to an almost uninterrupted labor regime, favored relations of solidarity and mutual aid among the workmates, such as the organization of associative practices that presupposed the institutionalization of sociabilities of different orders, sports, leisure and religiosity.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porUFFTrabalho-EducaçãoTrabalhadores SubalternosInstituto Oswaldo CruzPrimeira RepúblicaTrabalhoEducaçãoA “grande família” do Instituto Oswaldo Cruz: a contribuição dos trabalhadores auxiliares dos cientistas no início do século XXinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2018-07-31Universidade Federal FluminenseNiteróiPrograma de Pós–Graduação em Educaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82991https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/56302/1/license.txt5a560609d32a3863062d77ff32785d58MD51ORIGINALva_Renata_Reis_EPSJV_2018.pdfva_Renata_Reis_EPSJV_2018.pdfapplication/pdf12544828https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/56302/3/va_Renata_Reis_EPSJV_2018.pdf113546a94ef68308caee78637bde81d2MD53icict/563022023-01-03 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