Desigualdades sócio-espaciais da saúde infantil no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade, Carla Lourenço Tavares de
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4486
Resumo: Desigualdades socioeconômicas na mortalidade infantil precoce têm sido evidenciadas no Brasil, indicando que o maior risco de morte se relaciona com o nível socioeconômico (NSE) das mães. São analisadas, neste trabalho, as desigualdades socioeconômicas em saúde infantil. A tese foi escrita sob a forma de três artigos. No primeiro, foram abordados aspectos metodológicos relacionados ao cálculo das medidas de desigualdades em saúde, evidenciando as desigualdades da mortalidade perinatal e do baixo peso ao nascer no Município do Rio de Janeiro. Entre os principais resultados, utilizando o risco atribuível populacional relativo e o coeficiente angular de desigualdade como medidas de desigualdade em saúde, se destaca que é grande o gradiente socioeconômico da proporção de baixo peso ao nascer e, especialmente, da taxa de mortalidade perinatal, tanto considerando o grau de instrução da mãe como a renda do chefe da família como indicadores do NSE. No segundo, foram analisadas as desigualdades sócio-espaciais da adequação das informações de nascimentos e óbitos do Ministério da Saúde para o cálculo da mortalidade infantil no Brasil. Mostrou-se que o percentual de adequação das estatísticas vitais é, invariavelmente, superior no CentroSul, e entre os municípios de maior porte populacional. Concluiu-se que é preciso priorizar a qualidade dos sistemas de informações, para que elas possam orientar adequadamente os programas de saúde voltados para a redução das iniqüidades da mortalidade infantil no Brasil. No terceiro, foram analisadas as desigualdades da proporção de baixo peso ao nascer (BPN) no Brasil, por Grande Região, tamanho de população do município e escolaridade da mãe. Analisou-se também a influência da atenção pré-natal. Foram encontrados resultados paradoxais, com a proporção de BPN maior nas áreas mais desenvolvidas do País, explicados, sobretudo, pela menor sobrevida e/ou notificação inadequada dos prematuros nos municípios mais pobres. Considerando apenas os nascidos vivos a termo, encontram-se desigualdades por grau de instrução da mãe, que são mediadas pela assistência pré-natal. Conclui-se que as ações de saúde devem ser dirigidas especificamente aos grupos populacionais desproporcionalmente afetados para enfrentar a imensa desigualdade das condições de saúde infantil, que ainda é grave e persistente.
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spelling Andrade, Carla Lourenço Tavares deSzwarcwald, Celia Landmann2012-09-05T18:24:02Z2012-09-05T18:24:02Z2006ANDRADE, Carla Lourenço Tavares de. Desigualdades sócio-espaciais da saúde infantil no Brasil. 2006. 90 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2006.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4486Desigualdades socioeconômicas na mortalidade infantil precoce têm sido evidenciadas no Brasil, indicando que o maior risco de morte se relaciona com o nível socioeconômico (NSE) das mães. São analisadas, neste trabalho, as desigualdades socioeconômicas em saúde infantil. A tese foi escrita sob a forma de três artigos. No primeiro, foram abordados aspectos metodológicos relacionados ao cálculo das medidas de desigualdades em saúde, evidenciando as desigualdades da mortalidade perinatal e do baixo peso ao nascer no Município do Rio de Janeiro. Entre os principais resultados, utilizando o risco atribuível populacional relativo e o coeficiente angular de desigualdade como medidas de desigualdade em saúde, se destaca que é grande o gradiente socioeconômico da proporção de baixo peso ao nascer e, especialmente, da taxa de mortalidade perinatal, tanto considerando o grau de instrução da mãe como a renda do chefe da família como indicadores do NSE. No segundo, foram analisadas as desigualdades sócio-espaciais da adequação das informações de nascimentos e óbitos do Ministério da Saúde para o cálculo da mortalidade infantil no Brasil. Mostrou-se que o percentual de adequação das estatísticas vitais é, invariavelmente, superior no CentroSul, e entre os municípios de maior porte populacional. Concluiu-se que é preciso priorizar a qualidade dos sistemas de informações, para que elas possam orientar adequadamente os programas de saúde voltados para a redução das iniqüidades da mortalidade infantil no Brasil. No terceiro, foram analisadas as desigualdades da proporção de baixo peso ao nascer (BPN) no Brasil, por Grande Região, tamanho de população do município e escolaridade da mãe. Analisou-se também a influência da atenção pré-natal. Foram encontrados resultados paradoxais, com a proporção de BPN maior nas áreas mais desenvolvidas do País, explicados, sobretudo, pela menor sobrevida e/ou notificação inadequada dos prematuros nos municípios mais pobres. Considerando apenas os nascidos vivos a termo, encontram-se desigualdades por grau de instrução da mãe, que são mediadas pela assistência pré-natal. Conclui-se que as ações de saúde devem ser dirigidas especificamente aos grupos populacionais desproporcionalmente afetados para enfrentar a imensa desigualdade das condições de saúde infantil, que ainda é grave e persistente.Socioeconomic inequalities in early infant mortality rate have been evidenced in Brazil, indicating that the highest risk of death is related with the mothers’ socioeconomic status (SES). In this work, the socioeconomic inequalities in infant health are analyzed. The thesis was presented in three papers. In the first one, methodological aspects related to the estimation of the measures of health inequalities were contemplated, to evidence the inequalities of perinatal mortality and proportion of low birth weight (LBW) in the Municipality of Rio de Janeiro. Among the main results, using the relative population attributable risk and the slope of inequality as measures of health inequalities, call attention the magnitude of the social gradient of the LBW proportion, and, especially, the perinatal mortality rate, considering either the mother’s educational level or income of the head of the family as indicators of SES. In the second paper, the socio-spatial inequalities of the quality of the Ministry of Health vital information systems for estimating the infant mortality rate in Brazil at the municipality level were analyzed. It was evidenced that coverage and information quality were invariably better in the Center-South, and among large population municipalities. It was concluded that there is a need of prioritizing the quality of information systems, so that they could adequately orient the health programs focused on reducing the infant mortality inequities in Brazil. In the third paper, the inequalities of the proportion of LBW in Brazil were analyzed by geographic region, municipality size and mother’s educational level. The influence of the prenatal care was analyzed as well. The LBW paradox was found with higher proportions in the most developed regions, mainly explained by the smallest survival and inadequate notification of premature live births in the poorest municipalities. Considering only singleton term live births, LBW inequalities were evidenced by mother’s educational level, which is significantly mediated by pre-natal care. Concluding, the health interventions should be directed specifically to the population disproportionately affected in order to face the extreme inequality of the health conditions of Brazilian children, which is still pronounced and persistent.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porMortalidade InfantilDesigualdades Socioeconômicas em SaúdeMedidas de Desigualdade em SaúdeSistemas de Informação de Óbitos e NascimentosBaixo Peso ao NascerInfant MortalitySocial InequityHealth Status DisparitiesSocioeconomic FactorsMortalidade InfantilIniquidade SocialDisparidades nos Níveis de SaúdeFatores SocioeconômicosSistemas de InformaçãoNascimento VivoRecém-Nascido de Baixo PesoDesigualdades sócio-espaciais da saúde infantil no BrasilSocioeconomic inequalities in infant health in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4486/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Carla_Andrade_ENSP_2006.pdfapplication/pdf472626https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4486/2/ve_Carla_Andrade_ENSP_2006.pdf82a520d0b42022924754532a91ec8520MD52TEXT268.pdf.txt268.pdf.txtExtracted texttext/plain169625https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4486/5/268.pdf.txt343b1044e53e12ed95923537c4d5845cMD55ve_Carla_Andrade_ENSP_2006.pdf.txtve_Carla_Andrade_ENSP_2006.pdf.txtExtracted texttext/plain169628https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4486/6/ve_Carla_Andrade_ENSP_2006.pdf.txtbef0c728abd073b37a1920bfa02b3c3fMD56THUMBNAIL268.pdf.jpg268.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1236https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4486/4/268.pdf.jpg0622859b7e459a3d393e9751f32cb398MD54icict/44862023-08-23 12:23:04.959oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4486Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-08-23T15:23:04Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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