Caracterização da infestação domiciliar e dinâmica de populações de Triatoma vitticeps (Stal, 1859) e Trypanosoma cruzi em Itanhomi, Minas Gerais

• Autor(a) principal: Souza, Rita de Cássia Moreira de
• Data de Publicação: 2009
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20854
• topic: Doenças de Chagas; Triatoma; Trypanosoma cruzi; Reação em Cadeia da Polimerase/instrumentaç

Este es tudo visa determinar características biológ icas, eco-epidem iológicas e a dinâmica de populações de Triatoma vi ttic eps e Trypanosoma cr uzi no mu nicípio de It anhomi , Minas Gerais. As casas da região estudada eram de bom padrão de constr ução , com a presença de inúmeros animais peridomic iliares, com ausência de colonização do intradomicílio, e a presença de pequenas co lônias no peri domicí lio. Os estudos de biossistemática também corroboram este dado, uma vez q ue as metodologias empregadas não foram capazes de discriminar os insetos pelo ambiente de origem, evidenciando uma única população. Sobre o comportamento alimentar dessa espécie, vários parâ metros foram avaliad os. A anál ise do conteúdo esto macal rev elado pe la reação de precipit ina demonstra o ecletismo alimentar desse vetor, com a id entificação de oito fontes alimentares difer entes, mu itas delas encontradas s imultaneamente no mesmo inseto, o q ue poderia representar dificuldade para obtenção do repasto sanguíneo. Esta observação é reforçada pe los resultados obtidos com o monitoramento elétrico da bomba cibarial durante a alim entação em pombos ou camundongos. As análises d emonstraram que a a limentação em camundongo demanda mais esforço do que em pombos. Cons iderando os primeiros 10 minutos de observ ação pós-repasto, o número médio de deje ções e lim inadas pelo T. vitt iceps foi s ignificat ivamen te men or qu e o T. infesta ns , reforça ndo a menor importân cia ep idem iológ ica enquanto vetor . Apesar disso, verificou-se que a sali va do T. vit ticeps in ibe de forma gradu al e i rre versív el a geração do impulso ner voso, levando à dim inui ção da percepção do hospedeiro à picada e demon strando seu pot encial “ anestésico” . Para in ferir o pot encial v etorial da espécie n o est ado de Minas Gerai s, foi realiz ado u m le vantamento histórico sobre a presença do triatomíneo em ecótopos artificiais, a part ir de dados da FUNASA. O resultado obtido serviu como referência para as análises de distribuição espacial, onde as va riáveis d e precipitação e variação de temperatura fora m selec ionadas como fortes indicadores de distribuição da espécie. De fato, a eclosão dos ovos de T. vit ticeps foi in fluenciada negati vamente por um idade rel ativa bai xa e favorecida por umidad e alta. Ainda nest e contexto , a hi gropreferênci a das ni nfas também foi estudada. Quando recé m alimentadas, as ninfa s escolhem os setores mais secos da arena e quando em j ejum, os setores mais úmi dos, demonstran do uma rela ção entre a higropreferência e o estado nutricion al. At rav és da P CR mu ltiplex , foi possí vel diagn osticar e carac teriz ar amo stras de T. cruzi se m o isolam ento prévio. Apesar da alta prevalência do grupo TcI, a pr esença de TcII sugere a possibilid ade de ocor rência de u m cic lo de transmissão envolvendo homens e animais d omésticos. Mais ainda, a ocorrência do grupo TcII no am biente silvestre pode ter significado no processo de evolução e adaptação de cepas ao ciclo doméstico do parasita. Apesar de a precip itina mostrar uma part icipação efetiva do s roedores na dieta dos T. vit ticeps anal isados, estes não consti tuem fo nte de infecção importante para os insetos, uma vez q ue o DNA do parasita não foi encontrado em nenhuma das 266 amostras de sangue de roedores analisadas.