RADIS - Número 153 - Junho
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20347 |
Resumo: | Há seis anos, Radis reportou em reserva indígena próxima às fronteiras do Brasil com a Colômbia e a Venezuela, o início de uma experiência singular. O projeto proposto pela Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro, apoiado por instituições diversas e coordenado pela Fiocruz, pretendia promover e elevar a escolaridade de agentes comunitários indígenas de saúde e qualificar a atenção básica, respeitando as especificidades culturais e territoriais. O que parecia improvável, diante da tradicional descontinuidade em iniciativas de longo prazo voltadas para esta população, deu muito certo. E nossa reportagem voltou para conferir o entusiasmo de 139 agentes ao concluir curso técnico, após longos afastamentos das famílias e deslocamentos até os polos de formação. Em aulas, treinamentos e discussões, as políticas e procedimentos do SUS e também a rica tradição de cuidados de cada etnia. As mudanças já começaram. Mais atenção a determinantes de saúde e doença, como água, esgoto e lixo nas comunidades, cuidado mais qualificado a mulheres e crianças, melhor acompanhamento dos que adoecem, facilitando o trabalho de equipes multiprofissionais. Os técnicos têm um olhar vigilante para lidar com o território e com o próprio SUS, já que sabem como ele tem que funcionar. São um elo que representa e serve, ao mesmo tempo, os “parentes” da comunidade e o sistema de saúde. Estão melhor preparados. E ligados em tudo. Nesta edição há muitos alertas. Da Abrasco contra agrotóxicos, de pesquisadores da USP contra transgênicos, de observatório em Pernambuco sobre a mídia, da Opas/OMS acerca do sarampo no Ceará, da Frente contra a Privatização sobre a mercantilização da Saúde, da Plenária dos Conselhos de Saúde e Entidades e Movimentos Sociais em relação às mudanças na legislação que ameaçam o SUS e os direitos sociais. Registramos a memória afetiva de discípulos do casal Leônidas e Maria Deane, mentores e orientadores de gerações de pesquisadores em instituições do Sudeste, Norte e Nordeste brasileiros e de outros países por onde passaram, afastados do Brasil em função da ditadura militar. Nascidos em Belém, dão nome ao instituto da Fiocruz no Amazonas. Sobre Leônidas dizem que tinha grande respeito às pessoas nos locais em que fazia pesquisa de campo. Os Deane ficariam orgulhosos de ver a delicadeza e competência com que Luiza Garnelo, Sully Sampaio, Ana Lúcia Pontes e tantos profissionais de saúde e logística se dedicaram à construção conjunta com os agentes de saúde de um modelo de formação intercultural que contribua para melhor promover a saúde dos povos indígenas. Ao longo desses anos, assim como o repórter da primeira e desta matéria, hoje editor, Adriano De Lavor, eles certamente foram transformados por esta experiência única. |
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2017-07-24T16:14:03Z2017-07-24T16:14:03Z2015RADIS: Comunicação e Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ENSP, n. 153, jun. 2015. 36 p. Mensal.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20347Há seis anos, Radis reportou em reserva indígena próxima às fronteiras do Brasil com a Colômbia e a Venezuela, o início de uma experiência singular. O projeto proposto pela Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro, apoiado por instituições diversas e coordenado pela Fiocruz, pretendia promover e elevar a escolaridade de agentes comunitários indígenas de saúde e qualificar a atenção básica, respeitando as especificidades culturais e territoriais. O que parecia improvável, diante da tradicional descontinuidade em iniciativas de longo prazo voltadas para esta população, deu muito certo. E nossa reportagem voltou para conferir o entusiasmo de 139 agentes ao concluir curso técnico, após longos afastamentos das famílias e deslocamentos até os polos de formação. Em aulas, treinamentos e discussões, as políticas e procedimentos do SUS e também a rica tradição de cuidados de cada etnia. As mudanças já começaram. Mais atenção a determinantes de saúde e doença, como água, esgoto e lixo nas comunidades, cuidado mais qualificado a mulheres e crianças, melhor acompanhamento dos que adoecem, facilitando o trabalho de equipes multiprofissionais. Os técnicos têm um olhar vigilante para lidar com o território e com o próprio SUS, já que sabem como ele tem que funcionar. São um elo que representa e serve, ao mesmo tempo, os “parentes” da comunidade e o sistema de saúde. Estão melhor preparados. E ligados em tudo. Nesta edição há muitos alertas. Da Abrasco contra agrotóxicos, de pesquisadores da USP contra transgênicos, de observatório em Pernambuco sobre a mídia, da Opas/OMS acerca do sarampo no Ceará, da Frente contra a Privatização sobre a mercantilização da Saúde, da Plenária dos Conselhos de Saúde e Entidades e Movimentos Sociais em relação às mudanças na legislação que ameaçam o SUS e os direitos sociais. Registramos a memória afetiva de discípulos do casal Leônidas e Maria Deane, mentores e orientadores de gerações de pesquisadores em instituições do Sudeste, Norte e Nordeste brasileiros e de outros países por onde passaram, afastados do Brasil em função da ditadura militar. Nascidos em Belém, dão nome ao instituto da Fiocruz no Amazonas. Sobre Leônidas dizem que tinha grande respeito às pessoas nos locais em que fazia pesquisa de campo. Os Deane ficariam orgulhosos de ver a delicadeza e competência com que Luiza Garnelo, Sully Sampaio, Ana Lúcia Pontes e tantos profissionais de saúde e logística se dedicaram à construção conjunta com os agentes de saúde de um modelo de formação intercultural que contribua para melhor promover a saúde dos povos indígenas. Ao longo desses anos, assim como o repórter da primeira e desta matéria, hoje editor, Adriano De Lavor, eles certamente foram transformados por esta experiência única.porFundação Oswaldo Cruz/ENSPRADIS - Número 153 - Junhoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleFundação Oswaldo Cruz. 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