Criocirurgia no tratamento da esporotricose: experiência de uma década

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Vivian Fichman Monteiro de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48652
Resumo: Introdução: A esporotricose é uma micose subcutânea em que a maioria dos pacientes apresenta uma boa resposta aos esquemas antifúngicos padrões, com cura após uma média de 12 semanas. Entretanto, alguns pacientes apresentam dificuldade no seu manejo terapêutico devido a resposta insatisfatória ou contraindicações ao tratamento padrão. Objetivo: Descrever a resposta terapêutica dos pacientes com esporotricose cutânea, tratados com criocirurgia adjuvante aos antifúngicos orais, além de gestantes com esporotricose cutânea, tratadas unicamente com criocirurgia. Métodos: Estudo de coorte conduzido entre janeiro de 2006 e dezembro de 2016. Foram incluídos pacientes com diagnóstico confirmado por isolamento de Sporothrix spp. em cultura para os quais criocirurgia foi indicada por: a) estarem evoluindo com resposta clínica parcial aos antifúngicos durante o acompanhamento, b) terem interrompido o antifúngico oral por reações adversas, c) apresentarem lesões verrucosas ou úlcero-vegetantes extensas no início do tratamento ou d) serem gestantes que não desejavam realizar termoterapia. As sessões de criocirurgia foram realizadas mensalmente com aplicação de nitrogênio líquido, técnica de spray aberto, até a cura clínica da esporotricose. Resultados: Foram incluídos 203 pacientes, sendo 199, tratados com criocirurgia adjuvante e 4 gestantes. Em relação aos 199 pacientes, a média de idade foi de 55,7 anos com predomínio de mulheres (67,3%). A forma clínica mais comum foi a linfocutânea (58,6%), seguida da forma fixa (26,2%) e da cutânea disseminada (15,2%). A criocirurgia foi indicada em casos de resposta insatisfatória ao tratamento padrão (91,0%); para lesões extensas (6,0%) ou interrupção do antifúngico por efeito adverso (3,0%). O número de sessões de criocirurgia variou de 1 a 20, com mediana de 3. Cura clínica foi o desfecho em 91,0% dos pacientes, 1,0%, evoluiu com óbito não relacionado à esporotricose e em 8,0%, houve perda de seguimento. Pacientes que necessitaram de mais sessões de criocirurgia (mais de 4) para a obtenção da cura, foram os de mais idade (p = 0,034), e com uma maior proporção de comorbidades (p = 0,047). Na análise de sobrevida, o início tardio da criocirurgia e presença de doença cardiovascular foram associados a um tempo de tratamento mais prolongado. As gestantes foram submetidas a uma média de 2 sessões, variando de 1 a 3, com 100% de cura. Conclusão: Sugere-se que criocirurgia seja incorporada na abordagem terapêutica da esporotricose, tão logo seja caracterizada uma resposta insatisfatória ao tratamento; de forma precoce, em lesões que sabidamente tendem a evoluir cronicamente, principalmente as formas fixas e verrucosas, e como método isolado na impossibilidade de uso de antifúngicos orais, como nas gestantes ou nos pacientes que tenham apresentado reações adversas.
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Objetivo: Descrever a resposta terapêutica dos pacientes com esporotricose cutânea, tratados com criocirurgia adjuvante aos antifúngicos orais, além de gestantes com esporotricose cutânea, tratadas unicamente com criocirurgia. Métodos: Estudo de coorte conduzido entre janeiro de 2006 e dezembro de 2016. Foram incluídos pacientes com diagnóstico confirmado por isolamento de Sporothrix spp. em cultura para os quais criocirurgia foi indicada por: a) estarem evoluindo com resposta clínica parcial aos antifúngicos durante o acompanhamento, b) terem interrompido o antifúngico oral por reações adversas, c) apresentarem lesões verrucosas ou úlcero-vegetantes extensas no início do tratamento ou d) serem gestantes que não desejavam realizar termoterapia. As sessões de criocirurgia foram realizadas mensalmente com aplicação de nitrogênio líquido, técnica de spray aberto, até a cura clínica da esporotricose. Resultados: Foram incluídos 203 pacientes, sendo 199, tratados com criocirurgia adjuvante e 4 gestantes. Em relação aos 199 pacientes, a média de idade foi de 55,7 anos com predomínio de mulheres (67,3%). A forma clínica mais comum foi a linfocutânea (58,6%), seguida da forma fixa (26,2%) e da cutânea disseminada (15,2%). A criocirurgia foi indicada em casos de resposta insatisfatória ao tratamento padrão (91,0%); para lesões extensas (6,0%) ou interrupção do antifúngico por efeito adverso (3,0%). O número de sessões de criocirurgia variou de 1 a 20, com mediana de 3. Cura clínica foi o desfecho em 91,0% dos pacientes, 1,0%, evoluiu com óbito não relacionado à esporotricose e em 8,0%, houve perda de seguimento. Pacientes que necessitaram de mais sessões de criocirurgia (mais de 4) para a obtenção da cura, foram os de mais idade (p = 0,034), e com uma maior proporção de comorbidades (p = 0,047). Na análise de sobrevida, o início tardio da criocirurgia e presença de doença cardiovascular foram associados a um tempo de tratamento mais prolongado. As gestantes foram submetidas a uma média de 2 sessões, variando de 1 a 3, com 100% de cura. Conclusão: Sugere-se que criocirurgia seja incorporada na abordagem terapêutica da esporotricose, tão logo seja caracterizada uma resposta insatisfatória ao tratamento; de forma precoce, em lesões que sabidamente tendem a evoluir cronicamente, principalmente as formas fixas e verrucosas, e como método isolado na impossibilidade de uso de antifúngicos orais, como nas gestantes ou nos pacientes que tenham apresentado reações adversas.Introduction: Sporotrichosis is a subcutaneous mycosis that usually resolves within 12 weeks of treatment. However, some patients present difficulties in their therapeutic management due to contraindications or to unsatisfactory response to oral antifungals. Objective: To describe the clinical response of patients who were treated with cryosurgery as an adjuvant therapy along with oral antifungals, and pregnant patients with cutaneous sporotrichosis treated solely with cryosurgery. Methods: A cohort study was conducted between January 2006 and December 2016, in Rio de Janeiro, Brazil. Patients diagnosed with sporotrichosis by fungal isolation in culture and that underwent cryosurgery for one of the following situations, were included: a) incomplete response to oral antifungals; b) adverse effects that lead to interruption of the antifungals; c) wide verrucous or ulcerative and vegetative lesions or d) pregnant women who did not desire treatment with local heat. Cryosurgery sessions were performed monthly up to clinical cure with liquid nitrogen, open spray technique. Results: The study included 203 patients, 199 that underwent cryosurgery as an adjuvant method and 4 pregnant women treated exclusively with cryosurgery. Concerning the 199 patients, the mean age was 55.7 years, with predominance of women (67.3%). Lymphocutaneous form comprised 58.6%, fixed form, 26.2%, and disseminated cutaneous form, 15.2%. Cryosurgery was indicated due to incomplete response to oral antifungals (91.0%); in verrucous or extensive lesions (6.0%), or in case of discontinuation of oral antifungals because of adverse effects (3.0%). The number of cryosurgery sessions varied from 1 to 20 sessions (median=3). The outcome was clinical cure in 91.0% of patients; 1.0% died during the study due to causes unrelated to sporotrichosis, and 8.0% were lost to follow-up. Patients that needed more sessions of cryosurgery (> 4) were older (p = 0.034) and with a greater proportion of comorbidities (p = 0.047). The survival analyses posed that the late onset of cryosurgery sessions and presence of cardiovascular disease were associated with a longer treatment course. The pregnant patients with sporotrichosis treated with cryosurgery were all cured after 1 to 3 sessions (mean = 2). Conclusion: Cryosurgery should be introduced to the therapeutic approach of sporotrichosis as soon as characterized an unsatisfactory response to drugs; early in the treatment of lesions in which chronicity is predictable, mainly fixed and verrucous forms, and even as an isolated method in cases of contraindications to oral antifungals, such as pregnancy or due to adverse effects.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porEsporotricoseterapiaCriocirurgiaEsporotricoseterapiaCriocirurgiaCriocirurgia no tratamento da esporotricose: experiência de uma décadainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2018Instituto Nacional de Infectologia Evandro ChagasFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48652/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL000247359.pdfapplication/pdf2651728https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48652/2/000247359.pdf439551e63f94f317cf9dd87fde0074ebMD52TEXT000247359.pdf.txt000247359.pdf.txtExtracted texttext/plain151174https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48652/3/000247359.pdf.txt3f933a89de95a7c0242af594579c5840MD53icict/486522021-08-19 12:03:47.026oai:www.arca.fiocruz.br:icict/48652Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-08-19T15:03:47Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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