Excesso de mortes durante a pandemia de COVID-19: subnotificação e desigualdades regionais no Brasil
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Data de Publicação: | 2021 |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46704 |
Resumo: | O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia de COVID-19 e o real número de mortes pela doença torna o cenário ainda mais desafiador. O objetivo deste estudo foi estimar o excesso de mortes e suas diferenças em adultos com 20 anos e mais em Manaus (Amazonas), Fortaleza (Ceará), Rio de Janeiro e São Paulo, de acordo com o local de ocorrência do óbito, características demográficas e trajetória ao longo do tempo. Os dados foram obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade e na Central de Informações do Registro Civil Nacional. As estimativas de óbitos esperados foram obtidas por meio de modelos aditivos generalizados quasi-Poisson com ajuste de sobredispersão. Entre 23 de fevereiro e 13 de junho de 2020, foram registradas 74.410 mortes naturais nas quatro cidades, com excesso de mortes de 46% (IC95%: 44-47). O maior excesso de mortes ocorreu em Manaus, 112% (IC95%: 103-121), seguido por Fortaleza, 72% (IC95%: 67-78), Rio de Janeiro, 42% (IC95%: 40-45) e São Paulo, 34% (IC95%: 32-36). O excesso de mortes foi maior nos homens e não significativo nas Semanas Epidemiológicas (SE) 9-12, exceto em São Paulo, 10% (IC95%: 6-14). Em geral, o pico de mortes excedentes ocorreu nas SE 17-20. O excesso de mortes não explicado diretamente pela COVID-19 e de mortes em domicílios/via pública foi alto, especialmente em Manaus. A elevada porcentagem de mortes excedentes, de mortes não explicadas diretamente pela COVID-19 e de mortes fora do hospital sugerem alta subnotificação de mortes por COVID-19 e reforça a extensa dispersão do SARS-CoV-2, como também a necessidade da revisão de todas as causas de mortes associadas a sintomas respiratórios pelos serviços de vigilância epidemiológica. |
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Orellana, Jesem Douglas YamallCunha, Geraldo Marcelo daMarrero, LihsiehMoreira, Ronaldo IsmerioLeite, Iuri da CostaHorta, Bernardo Lessa2021-04-14T19:51:18Z2021-04-14T19:51:18Z2021ORELLANA, Jesem Douglas Yamall et al . Excesso de mortes durante a pandemia de COVID-19: subnotificação e desigualdades regionais no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 37, n. 1, p. 1-16, 2021.0102-311Xhttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4670410.1590/0102-311x002591201678-4464O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia de COVID-19 e o real número de mortes pela doença torna o cenário ainda mais desafiador. O objetivo deste estudo foi estimar o excesso de mortes e suas diferenças em adultos com 20 anos e mais em Manaus (Amazonas), Fortaleza (Ceará), Rio de Janeiro e São Paulo, de acordo com o local de ocorrência do óbito, características demográficas e trajetória ao longo do tempo. Os dados foram obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade e na Central de Informações do Registro Civil Nacional. As estimativas de óbitos esperados foram obtidas por meio de modelos aditivos generalizados quasi-Poisson com ajuste de sobredispersão. Entre 23 de fevereiro e 13 de junho de 2020, foram registradas 74.410 mortes naturais nas quatro cidades, com excesso de mortes de 46% (IC95%: 44-47). O maior excesso de mortes ocorreu em Manaus, 112% (IC95%: 103-121), seguido por Fortaleza, 72% (IC95%: 67-78), Rio de Janeiro, 42% (IC95%: 40-45) e São Paulo, 34% (IC95%: 32-36). O excesso de mortes foi maior nos homens e não significativo nas Semanas Epidemiológicas (SE) 9-12, exceto em São Paulo, 10% (IC95%: 6-14). Em geral, o pico de mortes excedentes ocorreu nas SE 17-20. O excesso de mortes não explicado diretamente pela COVID-19 e de mortes em domicílios/via pública foi alto, especialmente em Manaus. 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The estimates of expected deaths were obtained from quasi-Poisson generalized additive models, adjusting for overdispersion. From February 23 to June 13, 2020, 74,410 natural deaths were recorded in the four cities, with 46% excess deaths (95%CI: 44-47). The largest amount of excess deaths was in Manaus, with 112% (95%CI: 103-121), followed by Fortaleza with 72% (95%CI: 67-78), Rio de Janeiro with 42% (95%CI: 40-45), and São Paulo with 34% (95%CI: 32-36). Excess deaths were greater in males and non-significant in Epidemiologic Weeks (EW) 9-12, except in São Paulo, 10% (95%CI: 6-14). The peak in excess deaths generally occurred in EW 17-20. The number of excess deaths not explained directly by COVID-19 and deaths at home or on public byways is high, especially in Manaus. The high percentages of excess deaths, deaths not explained directly by COVID-19, and deaths outside the hospital suggest high underreporting of deaths from COVID-19 and reinforce the extensive spread of SARS-CoV-2, as well as the need for epidemiological surveillance services to review all causes of deaths associated with respiratory symptoms.Brasil es uno de los países más afectados por la pandemia de COVID-19 y el número real de muertes por la enfermedad lo convierte en un escenario todavía más desafiante. El objetivo de este estudio fue estimar el exceso de muertes y sus diferencias en adultos con 20 años y más en Manaus (Amazonas), Fortaleza (Ceará), Rio de Janeiro y São Paulo, de acuerdo con el lugar de ocurrencia del fallecimiento, características demográficas y trayectoria a lo largo del tiempo. Los datos se obtuvieron del Sistema de Información sobre Mortalidad y de la Central de Información del Registro Civil Nacional. Las estimaciones de óbitos esperados se obtuvieron mediante modelos aditivos generalizados quasi-Poisson con ajuste de sobredispersión. Entre el 23 de febrero y 13 de junio de 2020, se registraron 74.410 muertes naturales en las cuatro ciudades, con un exceso de muertes de un 46% (IC95%: 44-47). El mayor exceso de muertes se produjo en Manaus, 112% (IC95%: 103-121), seguido por Fortaleza, 72% (IC95%: 67-78), Río de Janeiro, 42% (IC95%: 40-45) y São Paulo, 34% (IC95%: 32-36). El exceso de muertes fue mayor en hombres y no significativo en las Semanas Epidemiológicas (SE) 9-12, excepto en São Paulo, 10% (IC95%: 6-14). En general, el pico de muertes excedentarias se produjo en las SE 17-20. El exceso de muertes no explicado directamente por la COVID-19 y de las muertes en domicilios/vía pública fue alto, especialmente en Manaus. El elevado porcentaje de muertes excedentarias, de muertes no explicadas directamente por la COVID-19, y de muertes fuera del hospital, sugieren una alta subnotificación de muertes por COVID-19 y refuerza la extensa dispersión del SARS-CoV-2, así como también la necesidad de una revisión de todas las causas de muertes asociadas a síntomas respiratorios, por parte de los servicios de vigilancia epidemiológica.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Leônidas e Maria Deane. Manaus, AM, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Universidade do Estado do Amazonas. Manaus, AM, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Universidade Federal de Pelotas. Faculdade de Medicina. Pelotas, RS, Brasil.porENSP/FiocruzCOVID-19PobrezaMortalidadeCOVID-19PovertyMortalityCOVID-19PobrezaMortalidadInfecções por CoronavirusPobrezaMortalidadeExcesso de mortes durante a pandemia de COVID-19: subnotificação e desigualdades regionais no BrasilExcess deaths during the COVID-19 pandemic: underreporting and regional inequalities in BrazilExceso de muertes durante la pandemia de COVID-19: subnotificación y desigualdades regionales en Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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