Excesso de mortes por causas respiratórias em oito metrópoles brasileiras durante os seis primeiros meses da pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Orellana,Jesem Douglas Yamall
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Marrero,Lihsieh, Horta,Bernardo Lessa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos de Saúde Pública
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2021000505002
Resumo: Resumo: No Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia de COVID-19, dados de mortalidade não refletem a real cifra de óbitos pela doença. O objetivo deste estudo é estimar o excesso de mortes por causas respiratórias e suas trajetórias durante os seis primeiros meses da epidemia de COVID-19, em adultos com 20 anos e mais de oito metrópoles regionais do Brasil. Estudo ecológico em que mortes por causas respiratórias (influenza, pneumonias, bronquites, outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas, insuficiência respiratória aguda ou crônica, insuficiência respiratória ou transtorno respiratório não especificado e outras mortes codificadas com sintomas respiratórios) foram extraídas do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Óbitos esperados foram estimados com modelos aditivos generalizados quasipoisson. Entre 23 de fevereiro e 8 de agosto de 2020, foram registradas 46.028 mortes por causas respiratórias nas 8 cidades e excesso de 312% (IC95%: 304-321). Manaus (Amazonas), apresentou o maior excedente, 758% (IC95%: 668-858) e São Paulo o menor, 174% (IC95%: 164-183). Foi detectado precoce excesso nas Semanas Epidemiológicas (SE) 9-12 em Belém (Pará), Fortaleza (Ceará) e São Paulo. Em geral, o excesso de mortes, em termos relativos, foi maior dos 40-59 anos e em homens. A mortalidade excedente foi regionalmente heterogênea, com 2.463% (IC95%: 1.881-3.281) nas SE 17-20 em Manaus (Região Norte) e 808% (IC95%: 612-1.059) nas SE 28-32 em Curitiba (Paraná, Região Sul). O elevado e heterogêneo percentual de mortes respiratórias excedentes sugere alta subnotificação de óbitos por COVID-19, reforça as desigualdades regionais e a necessidade de revisão das mortes associadas a sintomas respiratórios.
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