Distribuição espaço-temporal da Aids no estado de Rondônia, 1994 - 2008

• Autor(a) principal: Alves, Márcia Maria Mororó
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23382
• topic: Vigilância; Análise Espacial; Análise Temporal; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; Surveillance; Spatial Analysis; Temporal Analysis; Acquired Immunodeficiency Syndrome; Vigilância Epidemiológica; Sistemas de Informação; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida/epidemiologia; Infecções por HIV/epidemiologia; Distribuição Temporal

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é considerada um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, por ser uma doença transmissível, emergente, de grande magnitude, potencial de disseminação e transcendência. No Brasil, a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) sofreu transformações importantes em seu perfil epidemiológico, caracterizadas pelos processos de feminização, pauperização e interiorização dos casos. O presente trabalho buscou avaliar a distribuição espaço-temporal da Aids em adultos no estado de Rondônia. Foi desenvolvido em três etapas: descrição da tendência temporal da Aids; descrição de sua disseminação geográfica e caracterização sócio-demográfica da epidemia da Aids nos municípios de Rondônia. Trata-se de um estudo do tipo ecológico que utilizou dados secundários. Descreve a tendência temporal dos casos de Aids segundo sexo, categoria de exposição e escolaridade - como variável identificadora do nível sócio-econômico dos casos. Foram incluídos neste estudo todos os casos de Aids com 13 anos e mais de idade com ano de diagnostico entre 1994 a 2008. As taxas de incidência para ambos os sexos indicaram tendência de crescimento da epidemia. O principal tipo de exposição ao HIV foi via sexual, predominando entre heterossexuais e com tendência de crescimento na proporção destes casos. O nível de escolaridade para ambos os sexos foi baixo, sendo os maiores valores percentuais encontrados no intervalo de zero a sete anos de estudos. Quanto à disseminação geográfica, houve expansão expressiva, definida pela ocorrência de um número cada vez maior de municípios com casos diagnosticados da doença. Para análise da caracterização sócio-demográfica da epidemia, os municípios de Rondônia os mesmos foram classificados segundo três variáveis: tamanho da população do município de residência (estratificando-se por sexo e categoria de exposição); proporção da população vivendo em área predominantemente urbana ou rural e nível de pobreza. Em relação ao tamanho populacional, os municípios foram alocados em três categorias: ≤ 10 mil habitantes; de 10.001 a 20.000 habitantes e >20.000 habitantes. A incidência de Aids em todos os estratos foi crescente, mas as taxas de variação entre os períodos analisados indicaram que a Aids está atingindo mais fortemente municípios de médio porte, tanto em pessoas do sexo masculino como do feminino. Ao longo do tempo, houve aumento no número de municípios que passaram a diagnosticar casos de Aids, principalmente entre os municípios classificados como predominantemente rurais, independente da concentração de riqueza. Os resultados sugerem que a dinâmica espaço-temporal da epidemia da Aids em Rondônia apresentou perfil similar ao observado para a epidemia atual no Brasil, no que se refere a pauperização, feminização e interiorização dos casos.