Os vários tons de não : experiências de profissionais da atenção básica na assistência à saúde das populações LGBTT em Teresina, Piauí
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/44520 |
Resumo: | As populações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT) não têm tido um lugar na "história oficial" da humanidade, a não ser como atores secundários que desviam, distorcem ou mesmo maculam a memória dos povos \2013 orientada pela heterossexualidade e cisgeneridade. São esses mesmos sujeitos que frequentemente vivenciam inúmeros obstáculos no acesso e na assistência ofertada pelos serviços de saúde. Foi após identificar essas vulnerabilidades que as lutas e disputas dos movimentos sociais LGBTT se tornaram ainda mais intensas nas arenas da saúde pública, e, ao apagar das luzes do ano de 2011, a Política Nacional de Saúde LGBT foi publicada. Veio como uma resposta às inúmeras demandas emudecidas dessas populações, pautando-se principalmente na equidade enquanto princípio doutrinário do Sistema Único de Saúde (SUS), e reconhecendo que a orientação sexual e a identidade de gênero não-normativa influenciam no processo de determinação social em saúde. Um dos cenários em que esse marco pode ser institucionalizado é a atenção básica, mais especificamente, a Estratégia Saúde da Família (ESF). Por isso, neste estudo, buscamos analisar relatos de experiências de profissionais de uma unidade básica de saúde na assistência à saúde das populações LGBTT. Tratou-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e o método escolhido foi o estudo de relatos orais. Participaram profissionais de saúde de diferentes categorias que atuavam em uma unidade de saúde situada no centro de Teresina, Piauí, cidade pioneira em políticas de diversidade sexual e de gênero, mas com elevado índice de violências contra as populações LGBTT A análise dos relatos foi pautada em três dimensões - reconhecimento, redistribuição e representação \2013 propostas pelo feminismo de Nancy Fraser. Quase que numa lógica circular, identificamos a necessidade de interligar, dentro de um mesmo princípio de justiça, o espaço do reconhecimento das iniquidades de gênero (campo cultural), o espaço das desigualdades atreladas à exploração e redistribuição de recursos (campo econômico), e o espaço de representação e participação das minorias (campo político e social). Foi através das visões das profissionais de saúde que percebemos que o reconhecimento das populações LGBTT é pautado por uma suposta igualdade nos atendimentos, ou por quase que uma centralidade nas demandas de IST/Aids e/ou sofrimento psíquico. No campo das demandas de redistribuição, percebemos que o acesso e qualidade da assistência ofertada é dimensionado pelas relações construídas (usuário-profissional), pela organização dos serviços, e por outros elementos presentes no contexto. Por sua vez, as profissionais de saúde pouco reconhecem a necessidade de aparecimento das populações LGBTT na vida pública. Por fim, dentre outras questões, só será possível solucionar as injustiças de gênero no campo da atenção básica se as profissionais de saúde tiverem responsividade para integrar reconhecimento, redistribuição e representação na atenção básica. |
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Ferreira, Breno de OliveiraJannotti, Cláudia Bonan2020-11-18T19:09:11Z2020-11-18T19:09:11Z2019FERREIRA, Breno de Oliveira. Os vários tons de não: experiências de profissionais da atenção básica na assistência à saúde das populações LGBTT em Teresina, Piauí. 2019. 83 f. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher) - Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/44520As populações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT) não têm tido um lugar na "história oficial" da humanidade, a não ser como atores secundários que desviam, distorcem ou mesmo maculam a memória dos povos \2013 orientada pela heterossexualidade e cisgeneridade. São esses mesmos sujeitos que frequentemente vivenciam inúmeros obstáculos no acesso e na assistência ofertada pelos serviços de saúde. 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Foi através das visões das profissionais de saúde que percebemos que o reconhecimento das populações LGBTT é pautado por uma suposta igualdade nos atendimentos, ou por quase que uma centralidade nas demandas de IST/Aids e/ou sofrimento psíquico. No campo das demandas de redistribuição, percebemos que o acesso e qualidade da assistência ofertada é dimensionado pelas relações construídas (usuário-profissional), pela organização dos serviços, e por outros elementos presentes no contexto. Por sua vez, as profissionais de saúde pouco reconhecem a necessidade de aparecimento das populações LGBTT na vida pública. Por fim, dentre outras questões, só será possível solucionar as injustiças de gênero no campo da atenção básica se as profissionais de saúde tiverem responsividade para integrar reconhecimento, redistribuição e representação na atenção básica.Lesbian, gay, bisexual, transvestite and transgender (LGBTT) populations have had no place in humankind's "official history" except as secondary actors who divert, distort, or even tarnish the memory of peoples - driven by heterosexuality and cisgenerity. These are the same subjects who often experience numerous obstacles to access and care offered by health services. It was after identifying these vulnerabilities that the struggles and disputes of the LGBTT social movements became even more intense in the public health arena, and by the turning off of the lights of 2011, the LGBT National Health Policy was published. It came as a response to the countless muted demands of these populations, based mainly on equity as a doctrinal principle of the Unified Health System (SUS), and recognizing that sexual orientation and non-normative gender identity influence the process of social determination in society. One of the scenarios in which this framework can be institutionalized is primary care, more specifically the Family Health Strategy. Therefore, in this study, we sought to analyze reports of experiences of professionals from a basic health unit on the health care of LGBTT populations. It was a qualitative research and the chosen method was the study of oral reports. It had the participation of health professionals from different categories who worked in a basic health unit located in the center of Teresina, Piauí, a pioneer city in policies of sexual and gender diversity, but with a high rate of LGBTT violence. The analysis of the accounts was based on three dimensions - recognition, redistribution and representation - proposed by Nancy Fraser's feminism. Almost in a circular logic, we identified the need to interconnect, within the same principle of justice, the space of recognition of gender inequalities (cultural field), the space of inequalities linked to the exploitation and redistribution of reso Almost in a circular logic, we identified the need to interconnect, within the same principle of justice, the space of recognition of gender inequalities (cultural field), the space of inequalities linked to the exploitation and redistribution of resources (economic field), and the space of representation and participation of minorities (political and social field). It was through the views of health professionals that we realized that the recognition of LGBTT populations is based on a supposed equality in care, or almost a centrality in the demands of STI/Aids and/or psychological distress. In the field of redistribution demands, we realize that the access and quality of care offered is dimensioned by the built relationships (user-professional), the organization of services, and other elements present in the context. In turn, health professionals little recognize the need for LGBTT populations to appear in public life. Finally, gender injustices in primary care can only be addressed if health professionals are responsive to integrate recognition, redistribution and representation in primary care.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porPopulações LGBTTProfissionais de SaúdeAtenção BásicaEstratégia Saúde da FamíliaAssistência à saúdeAtenção primária à saúdeAssistência à saúdeMinorias sexuais e de gêneroPessoal de saúdeEstratégia Saúde da FamíliaOs vários tons de não : experiências de profissionais da atenção básica na assistência à saúde das populações LGBTT em Teresina, Piauíinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2019Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes FigueiraFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulherinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/44520/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALbreno_ferreira_iff_dout_2019.pdfapplication/pdf4559957https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/44520/2/breno_ferreira_iff_dout_2019.pdff8f02bc137f3f0469130628449b07309MD52TEXTbreno_ferreira_iff_dout_2019.pdf.txtbreno_ferreira_iff_dout_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain429399https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/44520/3/breno_ferreira_iff_dout_2019.pdf.txtc3a43345fa038344ee56af8d06a73d64MD53icict/445202020-11-19 02:07:06.518oai:www.arca.fiocruz.br:icict/44520Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352020-11-19T05:07:06Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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