Fase aguda da doença de Chagas na Amazônia brasileira. Estudo de 233 casos do Pará, Amapá e Maranhão observados entre 1988 e 2005

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinto, Ana Yecê das Neves
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Valente, Sebastião Aldo, Valente, Vera da Costa, Ferreira Junior, Alberto Gomes, Coura, José Rodrigues
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31972
Resumo: Foram estudados 233 casos de fase aguda da doença de Chagas, oriundos do Pará, Amapá e Maranhão, observados no período de 1988 a 2005, cento e sessenta deles retrospectivamente de 1988 a 2002 e setenta e três prospectivamente de 2003 a 2005. Entre os casos estudados 78,5%(183/233) faziam parte de surtos provavelmente por transmissão oral, acometendo em média 4 pessoas e 21,5%(50/233) eram casos isolados. Foram considerados casos agudos aqueles que apresentaram exames parasitológicos diretos (a fresco, gota espessa ou Quantitative Buffy Coat - QBC) e/ou IgM anti-Trypanosoma cruzi positivos. Foram feitos ainda xenodiagnósticos em 224 pacientes e hemoculturas em 213. Todos foram avaliados clinica e epidemiologicamente. As manifestações clínicas mais freqüentes foram febre (100%), cefaléia (92,3%), mialgia (84,1%), palidez (67%), dispnéia (58,4%), edema de membros inferiores (57,9%), edema de face (57,5%) dor abdominal (44,2%), miocardite (39,9%) e exantema (27%). O eletrocardiograma mostrou alterações de repolarização ventricular em 38,5% dos casos, baixa voltagem de QRS em 15,4% e desvio de SAQRS em 11,5%, extra-sístoles ventriculares em 5,8%, bradicardia em 5,8% e taquicardia em 5,8%, bloqueio de ramo direito em 4,8% e fibrilação atrial em 4,8%. A alteração mais freqüente vista no ecocardiograma foi o derrame pericárdico em 46,2% dos casos. Treze (5,6%) pacientes evoluíram para o óbito, 10 (76,9%) dos quais por comprometimento cardiovascular, dois por complicações de origem digestiva e um de causa mal definida.
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Foram considerados casos agudos aqueles que apresentaram exames parasitológicos diretos (a fresco, gota espessa ou Quantitative Buffy Coat - QBC) e/ou IgM anti-Trypanosoma cruzi positivos. Foram feitos ainda xenodiagnósticos em 224 pacientes e hemoculturas em 213. Todos foram avaliados clinica e epidemiologicamente. As manifestações clínicas mais freqüentes foram febre (100%), cefaléia (92,3%), mialgia (84,1%), palidez (67%), dispnéia (58,4%), edema de membros inferiores (57,9%), edema de face (57,5%) dor abdominal (44,2%), miocardite (39,9%) e exantema (27%). O eletrocardiograma mostrou alterações de repolarização ventricular em 38,5% dos casos, baixa voltagem de QRS em 15,4% e desvio de SAQRS em 11,5%, extra-sístoles ventriculares em 5,8%, bradicardia em 5,8% e taquicardia em 5,8%, bloqueio de ramo direito em 4,8% e fibrilação atrial em 4,8%. A alteração mais freqüente vista no ecocardiograma foi o derrame pericárdico em 46,2% dos casos. Treze (5,6%) pacientes evoluíram para o óbito, 10 (76,9%) dos quais por comprometimento cardiovascular, dois por complicações de origem digestiva e um de causa mal definida.Two hundred and thirty-three cases of the acute phase of Chagas disease, from Pará, Amapá and Maranhão, were observed between 1988 and 2005. One hundred and sixty were studied retrospectively from 1988 to 2002 and seventy-three were prospectively followed up from 2003 to 2005. Among the cases studied, 78.5% (183/233) formed part of outbreaks, probably due to oral transmission (affecting a mean of 4 individuals), and 21.5% (50/233) were isolated cases. Cases were taken to be acute if they presented positive direct parasitological tests (fresh blood, thick drop or Quantitative Buffy Coat, QBC) and/or positive anti Trypanosoma cruzi IgM. Xenodiagnosis was also performed on 224 patients and blood culturing on 213. All the patients had clinical and epidemiological evaluations. The most frequent clinical manifestations were fever (100%), headache (92.3%), myalgia (84.1%), pallor (67%), dyspnea (58.4%), swelling of the legs (57.9%), facial edema (57.5%), abdominal pain (44.3%), myocarditis (39.9%) and exanthema (27%). The electrocardiogram showed abnormalities of ventricular repolarization in 38.5%, low QRS voltage in 15.4%, left-axis deviation in 11.5%, ventricular ectopic beats in 5.8%, bradycardia in 5.8%, tachycardia in 5.8%, right branch block in 4.8% and atrial fibrillation in 4.8%. The most frequently observed abnormality on the echocardiogram was pericardial effusion, in 46.2% of the cases. Thirteen (5.6%) patients died: ten (76.9%) of them due to cardiovascular involvement, two due to digestive complications and one due to indeterminate causes.Instituto Evandro Chagas. Belém, PA, Brasil.Instituto Evandro Chagas. Belém, PA, BrasilInstituto Evandro Chagas. Belém, PA, Brasil.Fundação Luiz Décourt. Belém, PA, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Laboratório de Doenças Parasitárias. Rio de Janeiro, RJ. Brasil.porSociedade Brasileira de Medicina TropicalDoença de Chagas agudaAmazôniaSurtos de doençasDoenças emergentesAcute of chagas diseaseAmazon regionDisease outbreaksEmerging diseasesFase aguda da doença de Chagas na Amazônia brasileira. Estudo de 233 casos do Pará, Amapá e Maranhão observados entre 1988 e 2005Acute phase of Chagas disease in the Brazilian Amazon region. 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