O problema do crack: emergência, respostas e invenções sobre o uso do crack no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24426 |
Resumo: | Esta pesquisa pretende analisar o problema do uso de crack atual no Brasil, a partir de uma fundamentação histórica sobre a emergência das diferentes formas de uso da cocaína e posteriormente do crack e de outros tipos de cocaínas fumáveis. O uso da folha de coca na região andina remonta há mais de 4500 anos, enquanto a cocaína refinada começou a ser utilizada logo após a segunda metade do século XIX em países europeus e americanos. As cocaínas fumáveis começam a ser consumidas na década de 70, com o freebase nos Estados Unidos e a pasta base de cocaína nos países andinos produtores. O crack surge no início da década de 80 nos EUA. No Brasil, os primeiros relatos sobre o uso do crack são de 1989 em bairros da zona leste de São Paulo. Houve um aumento do consumo ao longo da década de 90 na cidade e no estado de São Paulo. Levantamentos feitos na década de 2000 demonstraram um aumento na percentagem do consumo de crack no Brasil, chegando a 0,7 por cento da população brasileira em 2005. Exploramos nesta pesquisa o perfil dos usuários e os contextos e efeitos do consumo de crack, constatando que fatores como a ilegalidade da substância, a marginalização e estigmatização de uma parcela dos usuários e sua vulnerabilidade social influenciam profundamente na sua saúde. Analisamos as práticas de segregação de usuários de crack atualmente em vigor, que se contrapõem às práticas de cuidado, como as estratégias de redução de danos. Defendemos o fortalecimento e multiplicação dos dispositivos de cuidado no âmbito do SUS, como os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas. Problematizamos a atual condução internacional e nacional da política de drogas, assim como as políticas de cuidado aos usuários conduzidas por alguns governos municipais, estaduais e pelo governo federal. Levantamos algumas experiências internacionais que poderiam ser implementadas no Brasil a fim de minimizar os danos e riscos do uso prejudicial de crack. |
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As cocaínas fumáveis começam a ser consumidas na década de 70, com o freebase nos Estados Unidos e a pasta base de cocaína nos países andinos produtores. O crack surge no início da década de 80 nos EUA. No Brasil, os primeiros relatos sobre o uso do crack são de 1989 em bairros da zona leste de São Paulo. Houve um aumento do consumo ao longo da década de 90 na cidade e no estado de São Paulo. Levantamentos feitos na década de 2000 demonstraram um aumento na percentagem do consumo de crack no Brasil, chegando a 0,7 por cento da população brasileira em 2005. Exploramos nesta pesquisa o perfil dos usuários e os contextos e efeitos do consumo de crack, constatando que fatores como a ilegalidade da substância, a marginalização e estigmatização de uma parcela dos usuários e sua vulnerabilidade social influenciam profundamente na sua saúde. Analisamos as práticas de segregação de usuários de crack atualmente em vigor, que se contrapõem às práticas de cuidado, como as estratégias de redução de danos. Defendemos o fortalecimento e multiplicação dos dispositivos de cuidado no âmbito do SUS, como os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas. Problematizamos a atual condução internacional e nacional da política de drogas, assim como as políticas de cuidado aos usuários conduzidas por alguns governos municipais, estaduais e pelo governo federal. Levantamos algumas experiências internacionais que poderiam ser implementadas no Brasil a fim de minimizar os danos e riscos do uso prejudicial de crack.This study analyses the current crack cocaine consumption problem in Brazil, giving an historic background about the emergence of the different ways of using cocaine, and afterwards crack cocaine and other types of smokeable cocaine. The use of coca leaves in the Andean region goes back to 4500 years ago, while the use of refined cocaine started being done just after the mid-18th century in European and American countries. Different smokeable cocaine types started being used in the 1970’s, with freebase consumption emerging in the U.S. and cocaine base paste in the Andean cocaine producing countries. Crack cocaine use emerges on the beginning of the 1980’s in the U.S. In Brazil, the first reports about crack cocaine use are from 1989, in the neighborhoods of the east zone of the city of São Paulo. There was an increase in consumption during the 1990’s in the city and the state of São Paulo. National surveys conducted in 2001 and 2005 demonstrated an increase in crack cocaine consumption in Brazil, reaching 0,7% of the population in 2005. We explore the profile of crack cocaine users and the effects and contexts of its consumption, finding that factors such as the illegality of the substance, the marginalization and stigmatization of a portion of the users and their social vulnerability deeply influence their health. We analyze the segregation practices of crack cocaine users currently taking place, that are opposed to care practices, such as harm reduction strategies. We defend the strengthening and multiplication of care dispositives within Brazil’s Unified Public Health System (SUS), such as the Psychosocial Attention Centers for Alcohol and Drugs Use (CAPSad). We problematize de current international and national drug policies, as well as the healthcare policies towards crack cocaine users that have been conducted by some city and state governments and by the federal government. We bring to attention some international experiences that could be implemented in Brazil aiming the minimization of the harm and risks of harmful crack cocaine use.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porTranstornos Relacionados ao Uso de CocaínaServiços de Saúde MentalDrogas IlícitasDisorders Related to Cocaine UseMental Health ServicesIllicit DrugsViolênciaTranstornos Relacionados ao Uso de Cocaína/terapiaCocaína Crack/históriaCocaína Crack/farmacologiaCocaína Crack/toxicidadeO problema do crack: emergência, respostas e invenções sobre o uso do crack no BrasilThe problem of crack: emergency responses and inventions about crack use in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALve_Francisco_de_Abreu_ENSP_2013application/pdf1172477https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24426/1/ve_Francisco_de_Abreu_ENSP_2013e0c72a80febc246a8ba7a53f5e04f6afMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24426/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT392.pdf.txt392.pdf.txtExtracted texttext/plain201667https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24426/3/392.pdf.txtd73e76abea4a389bece285860b3c51cfMD53ve_Francisco_de_Abreu_ENSP_2013.txtve_Francisco_de_Abreu_ENSP_2013.txtExtracted texttext/plain201667https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24426/4/ve_Francisco_de_Abreu_ENSP_2013.txtd73e76abea4a389bece285860b3c51cfMD54icict/244262023-08-23 15:22:37.886oai:www.arca.fiocruz.br:icict/24426Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-08-23T18:22:37Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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